Longa Duração: por que o motor do nosso Citroën C3 treme tanto?

O grande desafio dos engenheiros que desenvolvem carros com motores de três cilindros está em controlar a natural vibração do motor. Tudo, dos coxins ao posicionamento dos componentes internos e agregados, é pensado de forma a converter a vibração horizontal do motor em vibração vertical, menos perceptível ao motorista.

Era mais fácil quando os motores pequenos tinham quatro cilindros, pois com um cilindro funcionando em cada um dos quatro tempos (admissão, compressão, combustão e escape) os movimentos se compensam. Nos três-cilindros falta um cilindro nessa compensação. Ô se falta…

Claro que há diversas estratégias para mitigar isso, mas, no caso do nosso Citroën C3, parece que elas não surtem mais efeito quando em ponto morto. A vibração do três-cilindros 1.0 6V quando parado e com a embreagem liberada aumentou ao longo desses mais de 45.000 km e se tornou um incômodo relatado por todos os motoristas que dirigem o carro – principalmente aqueles que pegam trânsito. A vibração independe do ar–condicionado estar ligado ou desligado, mas é só pisar na embreagem que a vibração cessa.

Essa vibração já foi relatada em revisões e a concessionária disse ter buscado normalizar isso. Até conseguiram reduzir por um tempo, mas agora essa vibração gera um barulho de contato entre plásticos atrás do motor que consegue atravessar o isolamento acústico da cabine.

Por outro lado, é apenas mais um barulho. Antes mesmo dos 50.000 km, metade do teste, o C3 já tem grilos dentro do painel, rangidos nos bancos dianteiros e um barulho de movimento do vidro do motorista enquanto o carro anda. Na suspensão, pancadas secas ao passar em buracos estão mais intensas.

Citroën C3 – 45.669 km