O segmento dos maxiscooters continua em ebulição na Europa e seu líder por lá há bastante tempo é o Yamaha TMax, um monstro de comportamento irretocável que vendeu, desde 2001, mais de 180 000 unidades. Com seu nome que lembra o mais agressivo dos dinossauros, o Tiranossauro Rex, apelidado de T-Rex, o TMax chega no Velho Mundo à quarta geração, a mesma que pode desembarcar no Brasil, apesar dos despistes da subsidiária brasileira da Yamaha.
Na Europa, os principais concorrentes – e desafiantes – do TMax são, entre outros, o Suzuki Burgman 650, vendido no Brasil por quase 40000 reais (sem ABS), e os recém-lançados BMW C 600 Sport e Honda Integra. Em Portugal, o TMax sai por 10 490 euros (cerca de 26200 reais) também sem os freios antiblocantes – e custa 10990 euros com esse equipamento de segurança. Já o Burgman 650 com ABS tem preço de 10 200 euros (cerca de 25 500 reais). Com esse dinheiro, bem mais do que se desembolsa lá por uma Kawasaki Z 750, por exemplo, dá para comprar uma superesportiva de 600 cc para brincar em track days.
A nova versão está com design mais radical, de fortes linhas oblíquas, criando, à imagem dos modelos esportivos da Yamaha, um dinamismo marcante – que é sublinhado ainda pelo jogo de volumes e, não menos importante, pelo bumerangue que marca o corpo central do TMax. Essa inovação estética se prolonga ao novo painel de instrumentos, apoiado em dois tradicionais mostradores analógicos, mas com modernismo patente nas linhas poligonais e no desenho dos ponteiros, associados a um LCD bastante completo.
Sem revolucionar, a Yamaha encaminhou o TMax para evoluir em performance e design, visando ao prazer de condução e à versatilidade, mas também em busca de maior conforto. Essas são linhas mestras nem sempre fáceis de conciliar, que ditaram pequenas mudanças, mais sensíveis na hora de assumir os comandos. A posição de condução foi mantida no que diz respeito ao posicionamento das pernas, com assoalho e banco inalterados, mas o tronco fica ligeiramente mais inclinado para a frente. Isso ocorre por força do guidão, que foi elevado e teve as extremidades abertas, o que induz a uma posição mais esportiva e permite maior controle em todas as situações.
O Yamaha TMax 530 incorpora um extenso rol de novidades técnicas, que de maneira geral pode ser resumido em maior eficiência e suavidade, com resposta mais pronta desde baixa rotação e melhor dirigibilidade geral. Este foi, sem dúvida, o ponto em que o maxiscooter mais evoluiu: o prazer de condução, graças a fatores como a maior potência e o menor peso, mas sobretudo pelo acerto dinâmico melhorado e pela grande facilidade em todas as situações.
Tudo começa com o motor, que teve aumento em cilindrada e potência. Agora ele tem mais 3 cv (46,5 cv a 6750 rpm) e o torque, 10% maior, é entregue mais cedo (1000 rpm antes). O torque é o principal responsável pela sensação gratificante de acelerações e retomadas mais fortes.
Motor vivaz
Esse motor traz componentes mais leves e gerenciamento de combustão otimizado. É apresentado como uma unidade inteiramente nova, não como simples evolução do motor anterior. Incorpora novidades nos pistões forjados de alumínio de maior diâmetro (de 66 para 68 mm) para subir a capacidade de 500 para 530 cc, no cilindro e nos bicos injetores oriundos da superesportiva YZF-R6 de 12 furos. Também traz comando de válvulas redesenhado e embreagem e transmissão redimensionadas. Na prática, é perceptível na roda traseira uma resposta muito mais imediata aos movimentos do pulso direito. Eles são traduzidos em acelerações prontas e grande vivacidade em todas as situações, com sensibilidade que ajuda tanto no trânsito urbano como em uma pilotagem mais agressiva.
Sua parte ciclística foi apenas ligeiramente refinada, mantendo o mesmo quadro de dupla trave de alumínio, mas agora com novo braço oscilante, do mesmo material, mais leve e rígido. A redução de peso é creditada ainda a novas rodas de cinco raios, também de alumínio. Destaque para a ligeira mudança na repartição de pesos, agora com maior incidência na roda dianteira, o que, somado ao novo guidão, contribui para melhor maneabilidade e rapidez de movimentos.
Diante de tais evoluções, que configuram quase uma sintonia fina, o comportamento dinâmico do TMax tornou-se ainda mais exemplar. O maxiscooter permite fazer curvas no limite físico da carroceria e impõe uma frenagem excelente em progressividade e tato. O disco de diâmetro aumentado na traseira (de 267 para 282 mm) mostrou certa tendência a travar, mas sua utilidade deve ser mais notável quando se anda depressa, com dois ocupantes.
Mesmo assumindo algum espírito esportivo, o Yamaha TMax 530 não enjeita as responsabilidades de scooter que se preze, oferecendo praticidades como o espaço sob o banco com capacidade para um capacete integral. Atrás do painel frontal há lugar para uma garrafa de água, à direita, enquanto à esquerda existe uma pequena gaveta para o telefone celular. Nota-se ainda a possibilidade de regulagem em duas posições da bolha para-brisa, que, 5 cm mais alta nesta versão, oferece melhor proteção aerodinâmica mesmo a condutores mais altos. Mudar a posição da bolha demora uns 5 minutos, sendo necessário valer-se da chave BTR incluída na bolsa de ferramentas.
A Yamaha demora a trazer o modelo ao Brasil, mas a crescente utilização de motos grandes no dia a dia e a adequação dos maxiscooters às cidades tornam imperativa sua chegada.
O OVO DO TMAX
Aos 11 anos, maxiscooter pioneiro chega à quarta geração no exterior.
Nascido em 2001 com o intuito de mesclar o prazer de condução de uma moto com a versatilidade e o sentido prático de um scooter, o Yamaha TMax foi pioneiro no segmento maxiscooter, ultrapassando os limites de cilindrada e desempenho conhecidos para o segmento. Em 2004, a primeira revisão dotou o TMax de sistema de injeção eletrônica de combustível, mas também de bengalas de maior diâmetro (41 mm, contra os anteriores 38) e dois discos de freio na dianteira (antes apenas um), montados nas rodas de 15 polegadas à frente, enquanto atrás se mantinham as originais de 14 polegadas. Diâmetro que também cresceu em 2008 (15 x 15 polegadas), juntamente com o novo reforço da suspensão dianteira: bengalas de 42 mm e quadro de alumínio.
TOCADA
A pilotagem é semelhante à de uma moto. Fácil, estável e principalmente com respostas imediatas.
★★★★
DIA A DIA
Este é o ponto que explica tanto sucesso. Na cidade ou na estrada, praticidade é o seu nome.
★★★★★
ESTILO
Adequado para quem não gosta da sobriedade e do visual clássico dos grandes scooters. Ele insinua a esportividade que seu comportamento dinâmico revela.
★★★★
MOTOR E TRANSMISSÃO
Se já andava muito para um scooter na antiga versão, agora, com 10% a mais no torque, atingido na totalidade 1000 rpm antes, a resposta do acelerador melhorou ainda mais.
★★★★★
SEGURANÇA
A versão com ABS é ainda mais cara, mas vale a pena. O sistema de freios é superdimensionado.
★★★★
MERCADO
Mesmo caro, é líder na Europa. No Brasil, a Yamaha estuda a possibilidade de produzi-lo, mas por enquanto não há nada definido.
★★