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Teste: Fiat Argo CVT é automático mais barato do Brasil, mas vale a pena?

Com preço competitivo e condução confortável, Fiat Argo CVT poderia alçar voos maiores se não deixasse a desejar na segurança e qualidade do acabamento

Por Eduardo Passos
Atualizado em 3 mar 2023, 08h02 - Publicado em 15 fev 2023, 16h46

Uma má notícia para os mais tradicionais: o câmbio automático venceu. Ainda que tardiamente, a transmissão manual finalmente está saindo de cena no Brasil e, segundo um prognóstico da consultoria Bright Consulting, os modelos automáticos corresponderão a cerca de 90% das vendas de zero-km até o fim da década no país.

As conversas diárias com leitores de QUATRO RODAS reforçam essa tendência e, cada vez mais, quem usa o carro apenas como meio de transporte prefere a praticidade da automação sobretudo.

Estética estreou na sutil reestilização do ano passado
Estética estreou na sutil reestilização do ano passado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Está cada vez mais difícil encontrar modelos que sequer ofertam câmbio AT; são basicamente subcompactos 1.0 (ex: Fiat Mobi e Renault Kwid) ou modelos que, preteridos pelas fabricantes, caminham para a aposentadoria, como a VW Saveiro. Em qual desses casos o Argo se encaixava?

Traseira da versão Trekking não economiza estilo no difusor de ar e escapamento de formato esportivo
Traseira da versão Trekking não economiza estilo no difusor de ar e escapamento de formato esportivo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Nenhum deles: um dos best sellers da Fiat passou cerca de um ano e meio sem transmissão automática por puro acaso, resultado da aposentadoria do beberrão motor 1.8, que equipava as versões mais caras. Mas a lacuna está fechada, e o Argo CVT, em duas versões, estreia com o importante título de carro automático mais barato do Brasil.

Adesivos com desenhos abstratos são vendidos como um diferencial da versão Trekking
Adesivos com desenhos abstratos são vendidos como um diferencial da versão Trekking (Fernando Pires/Quatro Rodas)
É difícil diferenciar a versão automática nas ruas
É difícil diferenciar a versão automática nas ruas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Essa é a honra do Argo Drive 1.3 AT (R$ 90.990). O Argo Trekking testado por QUATRO RODAS custa R$ 6.000 a mais, e a diferença vale a pena: adiciona-se faróis de neblina, ar-condicionado digital, câmera de ré, retrovisores elétricos, ar-condicionado digital, bancos em material que imita couro, chave presencial, rodas de liga leve e, coroando o pacote aventureiro, 2 cm a mais de vão livre (18,2 cm no total) que fazem diferença.

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Painel do modelo não deixa a desejar em termos de funções e atende ao esperado
Painel do modelo não deixa a desejar em termos de funções e atende ao esperado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

CARRO DE VIDEOGAME A experiência da Fiat com o motor 1.3 Firefly e o câmbio CVT da Aisin é extensa — eles já são usados em Strada, Pulse e Cronos — por isso é natural que a engenharia de Betim (MG) tenha encontrado, após muito aperfeiçoamento, as melhores relações de marcha para o conjunto.

Volante é o mesmo do Pulse
Volante é o mesmo do Pulse (Fernando Pires/Quatro Rodas)

As trocas são competentes, e as sete velocidades simuladas não dão margem para buracos. O computador quase sempre acerta o desejo do motorista médio por um carro mais obediente ou mais relaxado, a fim de balancear performance e consumo. Não é à toa que o Argo CVT beba praticamente o mesmo que o manual: com gasolina, são 12,5 km/l na cidade e 16,4 km/l na estrada (a versão MT anteriormente testada cravou 13,0 km/l e 16,6 km/l, respectivamente).

Alavanca de câmbio também
Alavanca de câmbio também (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas não existe milagre com 107 cv e 13,7 kgfm (98 cv e 13,2 kgfm, com gasolina). Uma retomada mais exigente exibe as limitações de um carro que, para ir de 0 a 100 km/h, levou 14,7 s. A potência tem seu pico acima de 6.000 rpm e, na estrada, quase sempre é necessário subir bem o giro — consequentemente, o nível de ruído a 120 km/h desagradou.

Motor 1.3 Firefly atende bem quem procura um carro para o básico: se deslocar com praticidade
Motor 1.3 Firefly atende bem quem procura um carro para o básico: se deslocar com praticidade (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas é improvável que um caçador de aventura busque sua dose de emoção no Argo; por isso, faz sentido que tudo no compacto seja o mais dócil possível. Volante e pedais chamam atenção por serem bem leves. A direção é surpreendentemente precisa e o acelerador, por exemplo, não tem o tranco ao primeiro toque típico de outros Fiat.

Bancos em tecido sintético são confortáveis...
Bancos em tecido sintético são confortáveis… (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O conjunto de suspensão também está mais uma vez bem calibrado e coloca o Argo Trekking em posição interessante. Por ser um pouco mais o alto que outras versões, há maior capacidade de superar as ruas brasileiras, com obstáculos de sempre. Ao mesmo tempo, mais baixo que o Pulse, o modelo tem menor rolagem que o SUV compacto.

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...e espaço na segunda fileira agrada
…e espaço na segunda fileira agrada (Fernando Pires/Quatro Rodas)

DESATENÇÃO AOS DETALHES Com o bom pacote de equipamentos da versão aventureira e condução agradável, o modelo testado não deveria nada a concorrentes mais vendidos, como o Hyundai HB20 e Chevrolet Onix. Um fator, todavia, no qual a Fiat vem devendo é a segurança, com seu hatch ofertando apenas dois airbags enquanto os modelos de entrada das rivais já trazem meia dúzia de série.

Se tratando de um compacto, porém, o porta-malas de 300 litros é realidade amarga
Se tratando de um compacto, porém, o porta-malas de 300 litros é realidade amarga (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Outro aspecto que chamou atenção na unidade testada, entretanto, foi o acabamento. A cabine é praticamente toda revestida em plástico e, dado o segmento, até aí tudo bem. O que não se espera é encontrar peças mal encaixadas e com rebarbas, estofamento dos bancos já apresentando marcas de desgaste e borrachas soltas na porta.

Unidade testada chamou atenção pelas falhas no acabamento
Unidade testada chamou atenção pelas falhas no acabamento (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O cliente que der o benefício da dúvida à Fiat, caso seja feliz na escolha, poderá curtir outras virtudes do carro, como o bom espaço interno traseiro, que acomoda pessoas maiores que 1,80 m com relativo conforto. Mas também não há milagre aí, e o porta-malas tem enxutos 300 litros.

Borracha da porta trazia, aparentemente, adesivos cuja cola havia secado
Borracha da porta trazia, aparentemente, adesivos cuja cola havia secado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Lembre-se: você está comprando um dos carros mais automáticos mais baratos do Brasil. O Pulse de entrada, manual e com o mesmo motor, custa apenas R$ 2.000 a mais e pode ser a opção ideal caso o “antiquado” ato de passar a marcha ainda seja importante.

Bastante plástico é aceitável em modelos de entrada. Peças desalinhadas e com rebarba, nem tanto
Bastante plástico é aceitável em modelos de entrada. Peças desalinhadas e com rebarba, nem tanto (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Teste do Fiat Argo Trekking CVT 2023

  • Aceleração
    0 a 100 km/h: 14,7 s
    0 a 1.000 m: 36,25 s – 144,1 km/h
  • Velocidade Máxima: 173 km/h*
  • Retomada
    40 a 80 km/h: 6,2 s
    60 a 100 km/h: 8,2 s
    80 a 120 km/h: 11,5 s
  • Frenagens
    60/80/120 km/h – 0 m: 14,7/26,4/61,7 m
  • Consumo
    Urbano: 12,5 km/l
    Rodoviário: 16,4 km/l

Ficha técnica do Fiat Argo Trekking CVT 2023

Preço: R$ 96.990
Motor: flex., diant., trans., 4 cil. em linha, 8V, 1.332 cm³; 107 cv a 6.250 rpm, 13,7 kgfm a 3.500 rpm
Câmbio: CVT, 7 marchas, tração dianteira
Suspensão: independente, McPherson/eixo de torção (diant./tras.)
Freios: disco ventilado (diant.)/ tambor (tras.)
Direção: elétrica, 10,4 m (diâm. giro)
Rodas e pneus: liga-leve, 205/60 R15 tipo todo terreno (ATR)
Dimensões: comprimento, 403,1 cm; largura, 198,0 cm; altura, 156,8 cm; entre-eixos, 252,1 cm; vão livre do solo, 18,2 cm; porta-malas, 300l; peso, 1.104 kg; tanque: 47 l

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