Esta atualização do Mini Cooper foi profunda o suficiente para a Mini tratá-la como uma nova geração. As evoluções técnicas não são tão aparentes quando portas, tampas e para-choques têm o mesmo formato e recebem novas estamparias externas. Mas a discussão aqui não é essa.
O que está em pauta é o mercado automotivo. Já houve mais opções de carros conversíveis pequenos. Peugeot 206 CC, 307 CC, Renault Megane Conversível e Volkswagen Eos, só para citar alguns. Nenhum deles teve sucessor, nem mesmo na Europa. O mercado está ficando mais chato enquanto os fabricantes dedicam seus investimentos às carrocerias que vendem mais.
É neste contexto que o novo Mini Cooper Conversível precisa apenas existir para merecer um destaque. A boa notícia é que este pequeno conversível continuará à venda no Brasil, onde não tem concorrentes.
O lançamento do novo Cooper S conversível no Brasil está confirmado para o primeiro semestre de 2025, garante o Head da Mini para a América Latina, Arturo Orenday.
Um Mini Conversível tem posicionamento premium em nosso mercado. É por isso, diz Orenday, que a nova geração chegará na versão Cooper S e, mais tarde, na versão esportiva JCW, com 231 cv e 38,7 kgfm, e toda uma customização para torná-lo mais esportivo.
Faz algum tempo que novas unidades do Cooper S Conversível não chegam ao Brasil e os últimos custavam cerca de R$ 270.000. O novo modelo poderá custar algo ainda mais próximo dos R$ 300.000 e, ainda assim, será o carro conversível mais barato do Brasil.
Mesmo sem concorrência direta, o Mini com teto de lona teve uma boa evolução mecânica. O motor 2.0 turbo do Cooper S agora chega aos 204 cv e 30,6 kgfm, e mantém o câmbio de dupla embreagem com sete marchas. Esse conjunto o torna capaz de chegar aos 100 km/h em 6,9 segundos – ou 0,3 s mais lento que o hatch.
Na Europa, nos Estados Unidos e no México, por exemplo, existe o Cooper Conversível. Além de ser mais simples, o mesmo motor rende 163 cv e 25,5 kgfm.
O teto retrátil de lona, que é o grande destaque desse carro, abre-se em 18 segundos a até 30 km/h. Não é o sistema mais rápido, mas coloca a lona sobre a traseira de forma que não interfere tanto no pequeno porta-malas: reduz dos 215 litros para 160 litros, roubando a parte superior do compartimento.
A prova de que esta é uma reestilização profunda é que a tampa do porta-malas ainda abre-se para baixo, como a tampa de caçamba de uma picape convencional, e que apenas o Cooper Conversível mantém as lanternas traseiras com o mesmo formato de antes. No hatch, as lanternas assumiram um formato triangular. O que fizeram foi criar novas lanternas com o mesmo efeito pixelado dos demais.
O tempo não ajudou muito neste primeiro contato com o novo Mini. Avaliar um conversível com chuva é não experimentar a liberdade que um carro como esse pode proporcionar aos passageiros. Na verdade, é viver o lado ruim do conversível.
Acontece que um teto de lona não tem o mesmo isolamento acústico de uma carroceria. Mesmo com tudo fechado você escuta bastante do carro ao lado e até o que estão conversando do lado de fora, como se algum vidro estivesse aberto.
O lado bom nisso é que o ronco do motor invade mais a cabine e isso não é ruim por aqui. Na verdade, é uma forma de valorizar os 12 cv extras do motor. As respostas são satisfatórias, mas o legal do Mini Cooper ainda é ter respostas rápidas na direção, para contornar esquinas rapidamente – sem transparecer como esse carro cresceu nos últimos anos.
Uma característica que muda um pouco a condução é o fato dos raios do volante não estarem perfeitamente centralizados. E nem é para melhorar a visão do quadro de instrumentos, porque ele se transformou em um head-up display.
Mas também é possível ver as informações tradicionais na tela central, redonda e de OLED, com 24 cm de diâmetro e que muda bastante de acordo com o modo de condução. É difícil afirmar que a tela chama mais atenção do que o painel e as portas revestidas de tecido knit, o mesmo usado em alguns tênis, com desenhos criados por projetores instalados por trás da tela.
Também é diferente para o motorista a sensação de estar sentado bem no meio do carro, mais distante das colunas do que o normal. As melhores características do Mini Cooper S Conversível ainda são aquelas que fazem dele um carro único.