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Novo Ford Ka

Totalmente renovado, o Ford Ka ganha quatro portas, novos motores, visual moderno e muitos equipamentos

Por Péricles Malheiros | Fotos Pedro Bicudo
Atualizado em 17 dez 2018, 15h52 - Publicado em 12 ago 2014, 22h54
testes

A primeira geração do Ka, lançada no Brasil em 1997, tinha no design exclusivo e no acabamento típico de classes superiores suas principais ferramentas de venda. O problema é que, em pouco tempo, a Ford descobriu que esses argumentos deveriam se somar (e não anular) a alguns quesitos básicos, como porte, espaço e custo-benefício. As vendas não decolaram e, ao longo dos anos, mudanças foram feitas para garantir a sobrevida do Ka. Estica daqui, puxa dali, e não é que a Ford conseguiu aumentar a capacidade do porta-malas e ainda abriu espaço (teórico) para um terceiro ocupante no banco traseiro? O problema é que nesse tempo a concorrência se mexeu e apresentou produtos novos, projetados para um consumidor mais maduro e exigente. Ao Ka só restava nascer de novo, começar do zero. É o que promete a nova geração que você conhece agora e que chega às concessionárias em agosto.

Assista ao vídeo com o novo Ford Ka:

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A carroceria de estreia é a hatch, mas logo chegará o Ka+, como será chamado o sedã. Ambos terão quatro portas, algo que os donos do antigo Ka sempre imploraram à Ford. A estratégia é deixar o motor quatro-cilindros 1.5 (o mesmo do New Fiesta) só para o Ka+ e o estreante três-cilindros 1.0 para o hatch (N. do E. Posteriormente à realização deste teste, a Ford promoveu uma mudança na estratégia da motorização do novo Ka – clique aqui e saiba mais). O novo Ka, assim como o EcoSport, foi desenvolvido aqui por uma equipe de engenheiros brasileiros. Ele fecha o ciclo de lançamentos de produtos globais e será inicialmente vendido em mercados emergentes, mas até o fim de 2015 estreia em alguns países europeus, como a Inglaterra. O carro segue o mesmo design frontal herdado da Aston Martin, da época em que a Ford era dona da marca inglesa.

A plataforma é a mesma do Fiesta e, por consequência, do EcoSport – o antigo Ka deixou de ser produzido no fim de 2013 e o Fiesta Rocam deve se aposentar em agosto. Sendo assim, caberá ao Ka assumir o posto de modelo de entrada da Ford. Mas vá com calma: a estratégia não é começar no degrau mais baixo. Assim, o lançamento chega com preço inicial de R$ 35 400. Esse é o valor da versão SE básica. Há ainda a intermediária SE Plus (R$ 37 390) e a top SEL (R$ 39 990), como a que foi cedida para este teste. “O perfil do consumidor mudou radicalmente nos últimos dez anos. Há subdivisões muito definidas entre os compactos 1.0, e o Ka vem para buscar a liderança na maior fatia, em que o comprador considera básico o carro com ar-condicionado, som, direção assistida, travas e vidros elétricos”, diz Oswaldo Ramos, gerente de marketing da Ford.

É verdade que os tais itens de conforto são de série, assim como os obrigatórios ABS e airbag, mas, para ter as duas grandes sacadas do Ka, só levando as versões mais caras. São elas o serviço de assistência de chamada de emergência (na SE Plus) e os controles de tração e estabilidade (na SEL). A primeira atua em conjunto com o Sync, o sistema controlador de mídia. Quando um acidente aciona o airbag ou o corte de combustível é ativado, o Sync liga automaticamente pelo celular do motorista para 192, o número do serviço de atendimento médico de urgência em todos os estados do Brasil. Assim que a ligação é atendida, o Sync informa: “Atenção, um veículo Ford esteve envolvido num acidente. Aguarde o envio das coordenadas GPS, seguido da comunicação com os ocupantes do veículo”. Em seguida, o Sync continua: “Um veículo Ford esteve envolvido num acidente nas seguintes coordenadas: latitude X e longitude Y”. Por fim, o sistema repete as coordenadas e mantém a linha aberta com o viva-voz do carro, permitindo ao atendente obter informações sobre a extensão da gravidade do acidente ou mesmo concluir, pela ausência de resposta, que pode haver pessoas inconscientes no veículo. Recurso interessante, mas que exige do motorista a prática de colocar o celular num local seguro, como a bolsa canguru nas costas do banco do passageiro. Quanto aos controles de estabilidade e tração, o Ka mantém a bandeira levantada pelo EcoSport e oferece os itens com exclusividade em seu segmento, ao menos por enquanto. Palmas para a Ford.

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Depois de receber críticas por causa da queda da qualidade de acabamento e montagem no EcoSport e no Focus, a Ford caprichou no Ka. Apesar do leve desalinhamento notado na tampa do porta-malas, o que se vê são vãos regulares e pequenos entre as portas e a carroceria, onde chama atenção ainda a vedação cuidadosa, com duas borrachas na parte superior. Dentro, as hastes dos apoios de cabeça não têm o visual opaco, como que oxidado, notado nas do Focus. Na traseira, o acabamento plástico nas laterais tem fendas que servem de suporte para as fivelas dos cintos de segurança, evitando que se tornem fonte de ruído. Quem tem o costume de carregar objetos no carro vai gostar do Ka: o console central tem múltiplas divisões e a bolsa das portas dianteiras é ampla e bem-compartimentada. Como qualquer modelo do segmento, à exceção do Sandero, o Ka recebe sem aperto até quatro pessoas. Mas há um certo desequilíbrio na proporção do espaço para pessoas e bagagem: o porta-malas tem volume interno de apenas 257 litros, o menor da categoria.

O motor três-cilindros 1.0 é um dos destaques do projeto. É, em essência, o premiado Ecoboost 1.0, que, na Europa, dá conta de carregar o Focus de entrada. No Ka, incorporou a tecnologia flex (com partida a frio sem tanquinho, por aquecimento do combustível) e, por questão de custo, despiu-se do turbo. Em tecnologia incorporada, assemelha-se ao do VW Up!. Aliás, com 85/80 cv, tira do rival da Volks, que oferece 82/75 cv, o título de “o mais potente 1.0 aspirado”. Pena que sua apresentação seja feia, sem cobertura, com fios expostos – algo que não se vê no HB20 e muito menos no Up!. Único com variador de fase tanto nas válvulas de admissão como nas de escape, o três-cilindros do Ka mostra boa disposição em qualquer faixa de rotação. Na unidade avaliada, porém, era perceptível um curto vacilo quando o ponteiro do conta-giros ultrapassava a marca das 2 700 rpm. Motores com número ímpar de cilindros costumam ter maior índice de vibração, o que gera certo desconforto na cabine. No Ka, mesmo na posição do motorista – ponto onde há maior incidência de vibrações, por obra do contato das mãos com o volante e dos pés com os pedais -, nada há de trepidações que causem desconforto. Klauss Mello, engenheiro da Ford, garante: “Trabalhamos intensamente nos coxins que fixam o powertrain à carroceria e no sistema de contrapeso do virabrequim do motor. O objetivo era atenuar ao máximo a trepidação para os ocupantes. Demos especial atenção à redução do índice de vibração nos bancos, volante, pedais e alavanca de câmbio com o motor em várias rotações, inclusive em ponto morto”.

Ao volante, o Ka tem um comportamento similar ao do HB20, com suspensão mais macia que a do Up! e direção (elétrica) que só perde em leveza para o Toyota Etios. O freio é esperto, literalmente: além do ABS, tem distribuição de força controlada eletronicamente, ação assistida em curvas, acionamento do pisca-alerta em frenagem de emergência e segura o carro em ladeira para facilitar a partida, tanto à frente como em ré. Pode até ser característica do carro avaliado, mas fechar a porta, especialmente a do motorista, mostrou-se tarefa das mais difíceis no Ka.

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Bem-equipado desde a versão de entrada, com as tão aguardadas quatro portas e com um motor moderno, o renovado Ka quer chegar ao topo de venda dos compactos.

AS VERSÕES SE – R$ 35 400

Ar-condicionado, direção elétrica, vidros dianteiros elétricos, travas elétricas, rádio com USB e Bluetooth, suporte para celular, airbag duplo, ABS, limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro, chave canivete, palhetas flat blade, tapetes de carpete, rodas de aço aro 14 com calotas e pneus 175/65, maçanetas e retrovisores da cor do carro, painel com conta- giros e indicador de troca de marcha, porta- malas com abertura elétrica e volante e cintos com ajuste de altura.

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SE PLUS – R$ 37 390

Conteúdo da SE mais: vidros traseiros elétricos e sistema multimídia (tela no painel substitui suporte para celular).

SEL – R$ 39 990

Conteúdo da SE Plus mais: controles eletrônicos de estabilidade (ESP) e tração (TCS), assistente de partida em rampa (HLA), rodas de liga leve com pneus 195/55, faróis de neblina, computador de bordo, alarme, ajuste de altura do banco do motorista, aplique cromado na grade e lanternas com lente escurecida.

(N. do E.: Após a realização do teste, a Ford alterou sua estratégia de motorização para o novo Ford Ka. Veja, aqui, como ficou a tabela de preços)

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