PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Jaguar F-Type

Primeiro roadster depois do E-Type, o Jaguar F-Type quer honrar o antecessor com design cativante e alto desempenho

Por Joaquim Oliveira e Stefan Grundhoff
Atualizado em 9 nov 2016, 01h42 - Publicado em 18 jun 2013, 14h12
impressoes

Até ser comprada pela indiana Tata, em 2008, muitos achavam que a Jaguar seria mais uma inglesa condenada a definhar perante o poderio das alemães. Primeiro modelo inteiramente desenvolvido com o dinheiro indiano, o F-Type marca uma nova fase para os britânicos: é o primeiro roadster da casa desde o mítico E-Type, de 1961. Ele quer honrar a tradição apostando no que o clássico tinha de melhor: design e desempenho. Conversível compacto (4,47 metros) de dois lugares, com motor dianteiro e tração traseira, sua vocação esportiva é reforçada pelo tamanho (32 cm menor que o Jaguar XK), mas também pela posição de dirigir baixa (2 cm mais perto do solo que o feroz XKR-S).

A confirmação de que ele é o herdeiro do E-Type vem logo pela performance. Ele pode ter um V6 3.0 de 340 cv, o mesmo V6 reprogramado para 380 cv e um V8 5.0 de 495 cv, todos sobrealimentados por um compressor Roots. Com esta última configuração, o resultado são números respeitáveis: 0 a 100 km/h em 4,3 segundos e máxima de 300 km/h (ou 5,3 segundos e 260 km/h no carro básico). É desempenho para dar inveja a lendas como o BMW M3, cujos 420 cv cravam 4,6 segundos e 250 km/h.

Se no visual ele não quis repetir todas as referências do roadster clássico, preferindo seguir um caminho com personalidade própria, é inegável que a Jaguar não poupou esforços para que suas linhas não envergonhassem o avô. Não à toa, ganhou o prêmio World Car Design deste ano, derrotando 42 rivais. Talvez por isso o diretor global da marca, Adrian Hallmark, tenha dito publicamente que este é o primeiro puro-sangue da marca em mais de 50 anos.

Seu charme está na enorme grade oval (releitura da do E-Type), nas entradas de ar laterais e nas lanternas de leds bem horizontais, perto do aerofólio que se ergue acima dos 100 km/h. Ainda na traseira é possível identificar logo a versão: duas ponteiras centrais são do V6, quatro canos de escape indicam o V8, que se diferencia também por grade, entradas de ar e difusor traseiro em acabamento brilhante. Outro elemento próprio são as rodas de liga leve: aro 18 no V6 básico, 19 no V6 S e 20 no V8.

Continua após a publicidade

Por dentro, há um ar simples, rústico nos instrumentos, que casa bem com a proposta esportiva do F-Type. Diferentemente dos outros Jaguar, o seletor de marchas não é rotativo, mas agora uma alavanca, parecida com a dos BMW. Aliás, este câmbio automático de oito marchas, da ZF, é conhecido pela competência tanto na rapidez nas trocas quanto pela forma com que consegue tirar o máximo de proveito dos motores a que está acoplado. As trocas ainda podem ser feitas pelas borboletas no pequeno volante, de aro grosso e forrado de couro de ótimo toque.

As versões V6 S e V8 têm um sistema de escape ativo que, por meio de válvulas que abrem a 3 000 rpm e alteram o percurso dos gases, cria um ronco mais encorpado. O mesmo ocorre ao se acionar o modo Dynamic, que muda ainda a resposta de acelerador, câmbio, direção e suspensão. Para conciliar a exigência de baixo peso para um esportivo e a rigidez torsional exigida para um conversível, foi determinante o uso da quarta geração da estrutura de alumínio da Jaguar – o mesmo material está no sub-chassi dianteiro e na suspensão, de triângulos sobrepostos. Os ingleses dizem que assim conseguiram um carro 30% mais rígido que o melhor Jaguar.

De pouco adiantariam design marcante e qualidade geral de alto nível sem um comportamento dinâmico à altura. Mesmo a versão menos potente do F-Type oferece uma resposta entusiasmante desde as rotações mais baixas. A partir do V6 S, a brincadeira fica ainda mais divertida, pois ele traz o amortecimento ajustável, que permite usufruir de várias personalidades de condução no mesmo automóvel.

Continua após a publicidade

No test-drive em Pamplona percebe-se que o centro de gravidade baixo, o reduzido peso e os balanços dianteiro e traseiro curtos ajudam consideravelmente na hora de fazer as curvas, criando um roadster muito ágil e controlável, sem reações bruscas típicas de roadsters mais ariscos. A direção também merece aplausos em pé pelo quanto informa ao motorista sobre o que se passa sob os pneus, ainda que não chegue ao nível de perfeição de um 911 ou de um Boxster. Aliás, é difícil definir seu rival direto, pois o V8 (142 500 euros) é bem mais barato que Ferrari California e Mercedes SLS AMG (acima de 220 000), e o V6 básico (95 000 euros) é mais caro que Boxster S (315 cv e 81500 euros), BMW Z4 is35 (340 cv e 82 500 euros) e Audi TT RS (340 cv e 80 500 euros).

No Brasil, os preços não estão fechados. Só se sabe que ficam acima de 400 000 reais, estreando em agosto ou setembro. Mesmo sem essa definição, o importante é que o F-Type não envergonhará o ancestral em design, prazer de dirigir e qualidade geral. Por isso, só temos a agradecer aos indianos da Tata.

VEREDICTO

Apesar do nome, o F-Type não caiu na tentação de replicar o E-Type em versão modernizada. Nem por isso deixou de de lado a beleza e o prazer de dirigir – e sem abrir mão de sua personalidade.

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.