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Impressões: Range Rover traz conforto de classe executiva e chega esgotado

Range Rover 2023 desembarca nesse mês de setembro e já teve todas as 50 unidades importadas vendidas. Segundo a marca foram mais de 400 pedidos

Por Julio Cabral
Atualizado em 3 set 2022, 11h03 - Publicado em 2 set 2022, 19h34

O Range Rover acaba de desembarcar no Brasil com uma proposta mais do que exclusiva. Os próprios preços milionários atestam isso: o britânico tem uma tabela entre R$ 1.160.650 a R$ 1.604.170, valores que permitem comprar um grande apartamento nas áreas mais nobres das capitais brasileiras. Pode parecer algo impensável para os assalariados, mas não é aqueles que podem.

E não são poucos. Segundo a Land Rover, foram mais de 400 reservas desde que o carro foi anunciado. Não é só você que tem que ficar na fila, uma vez que serão trazidos apenas 50 unidades até o final do ano. Rico sofre.

Range Rover First Edition
(Divulgação/Land Rover)

Com concorrentes como BMW X7, Mercedes-Benz GLS e Porsche Cayenne, o SUV britânico poderia olhar para todos eles e falar “eu sou seu pai”. Lançado em 1970, o modelo foi um dos primeiros do tipo a incorporar elementos de carro de passeio. Inclusive, há uma polêmica na dita primazia, uma vez que o Jeep Super Wagoneer 1966 já entregava a mesma proposta.

Deixando de lado a questão da linhagem, o fato é que o Range Rover foi evoluindo e agregou luxos antes impensáveis para os rivais de antigamente, tais como suspensão eletrônica, bancos de couro nobre e, claro, o fato de ter se tornado o queridinho da família real britânica.

A marca promoveu o primeiro contato dos jornalistas brasileiros com o carro. Embora o percurso tenha sido curto, deu para dirigir as duas opções de motorização da versão First Edition. A diesel sai por R$ 1.288.550, enquanto o carro movido a gasolina chega a R$ 1.330.550. Achou caro? Pois fique sabendo que ainda há top SV, cujos preços ficam entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,6 milhão.

O primeiro a ser testado foi o P530, versão que é equipada com o V8 4.4 turbo de imodestos 530 cv e 76,5 kgfm, uma unidade capaz de imprimir um desempenho mais do que esportivo. De acordo com a Land Rover, o SUV dispara de zero a 100 km/h em 4,6 segundos e chega aos 250 km/h. O suficiente para olhar nervosamente em busca dos radares da Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo.

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Range Rover First Edition
(Divulgação/Land Rover)

Ao longo do tempo, a realeza britânica se destacou por ser mais discreta do que nações rivais. O Range Rover não segue a mesma filosofia e recebe os ocupantes com a pintura especial feita pela SVO, divisão de personalização e esportivos da marca. A pintura dourada tem pigmentação especial, toques feitos a mão e custa apenas R$ 51 mil. O tom é exclusivo do First Edition.

O design não é disruptivo, sendo uma releitura mais minimalista da geração anterior. A linha de cintura demarcada continua lá, enquanto o teto manteve a queda de sempre. A traseira é o principal ponto de revolução. As lanternas verticais passaram a ser filetes de LED e são unidas por uma régua preta. Todos os detalhes são nobres, até mesmo os emblemas são feitos de cerâmica.

Range Rover First Edition
(Divulgação/Land Rover)

Sabe o momento que os músicos fazem um “esquenta” antes do show? É exatamente assim que o Range Rover V8 faz ao ser ligado. O ronco do V8 turbo abre os trabalhos com um ronco mais do que convidativo, incrementando a empolgação.

O primeiro momento de contato poderia ter sido tenso em outros SUVs grandes, uma vez que a saída do hotel era bem estreita para o porte do modelo. A salvação foram as rodas traseiras capazes de esterçar 7,3 graus, algo que permite girar muito mais do que um utilitário do mesmo porte e, com isso, virar com um diâmetro de giro de 11,37 metros. Ao olhar para um concorrente tentando fazer as mesmas manobras, notei que ele teve que dar ré para acertar o rumo.

No trânsito urbano, o Range Rover mostrou a eficiência do sistema de filtragem e purificação do ambiente. O isolamento é complementado pela anulação ativa de ruídos vindo das rodas, pneus e outros componentes. O recurso funciona através dos 35 alto-falantes da grife Meridian, que são complementados pelos alto-falantes instalados nos quatro bancos principais. Ainda há soluções clássicas, exemplo dos vidros duplos. Não dá para falar que o recurso chegaria ao ponto de você não se incomodar com os latidos dos cachorros corgi da Rainha Elizabeth no banco traseiro, mas é bem eficiente.

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Range Rover First Edition
(Divulgação/Land Rover)

Bastou chegar na rodovia para o carro mostrar o que sabe. Não posso dizer que comecei a dirigir logo de cara, pois aproveitei o momento para aproveitar os bancos traseiros. O direito permite reclinar o banco do carona e liberar espaço para estender os apoios para as coxas e pés, solução que garante quase o mesmo conforto da classe executiva da British Airways.

Range Rover P530

É algo permitido pelos 2,99 metros de entre-eixos. Não chamei o jornalista que estava ao volante de Jarbas por muito pouco.Há massageadores com diferentes programações, que vão da técnica de pedrinhas quentes (apenas os pontos de aquecimento centrais são aquecidos para dar a sensação) ao modo de massagem em que um rolos e vibradores funcionam para desfazer qualquer tensão muscular. É fácil cair no sono sem perceber. O largo descansa braço do banco traseiro central pode ser recolhido com o toque de botões. 

Tudo envolto por couro de altíssima qualidade e insertos de madeira de verdade. Achou antiecológico? É possível optar por materiais sintéticos, recicláveis e politicamente corretos. Após quase cair em um sono profundo e longo, foi a hora de assumir o volante e colocar o Range Rover V8 para andar forte.

Range Rover First Edition
(Divulgação/Land Rover)

Logo após sentar no banco do motorista, uma falha foi notada: o recurso do banco traseiro direito dá conforto de classe executiva para o ocupante, mas tira a visibilidade do espelho retrovisor direito, uma vez que reclina o banco do carona até quase encostar no painel. Por outro lado, a tecnologia alerta o motorista que a sua visão está obstruída pelo encosto. Será a hora de incomodar o patrão que viaja ali.

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Outro ponto que poderia ser melhorado é a navegação por espelhamento do celular. A conexão exibe o GPS apenas no mapa da central multimídia. Mesmo que ela tenha tela de 13,1 polegadas, o ideal seria que o mesmo fosse exibido no quadro de instrumentos ou no head-up display.

Range Rover First Edition
(Divulgação/Land Rover)

Daria para fazer uma matéria apenas sobre os itens de série do First Edition. O Range Rover tem uma suíte de itens de segurança ativa, que oferece controle de cruzeiro adaptativo, frenagem automática, sensor de ponto cego e assistente de manutenção de faixa de rodagem. 

A seleção conta com ar-condicionado de quatro zonas; faróis Pixel LED; retrovisor interno por câmera; volante aquecido; bancos laterais elétricos e massageadores; rodas aro 22; câmera 360 graus; carregador de celular sem fio; teto solar panorâmico (é possível acioná-lo do banco traseiro); entre outros.

Range Rover First Edition
(Divulgação/Land Rover)

O seletor de modos de direção e offroad tem a opção Dynamic e muda a visualização do painel digital de 13,7 polegadas para exibir um conta-giros e velocímetro à moda dos superesportivos. A direção e a suspensão ficam mais durinhas, um comportamento acompanhado pelas respostas mais rápidas do motor e do câmbio ZF de oito marchas. Anda muito para as 2,5 toneladas de peso e cinco metros de comprimento. Aqueles que quiserem uma direção bem mais esportiva terão que esperar pelo Range Rover Sport – a data de lançamento será em 2023.

No modo confortável, a precisão dá lugar ao comportamento mais relaxado e amigável, algo que suavizou a rodagem ao passar por vias deterioradas e quebra-molas. O teste foi bem curto e logo chegou a hora de colocar à prova o turbodiesel.

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Com mais alto-falantes do que alguém poderia exigir, o sistema de som Meridian é capaz de reproduzir lindamente qualquer coisa que você queira. É daqueles que fazem os ocupantes curtirem até as músicas que não gostam.

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A configuração D350 tem um seis cilindros 3.0 híbrido leve de 350 cv e 71,4 kgfm que não é nada lento, dado que acelera de zero a 100 km/h em 6,1 segundos e chega aos 234 km/h. Embora tenha torque parecido, o propulsor não tem a mesma pressa de encurtar distâncias do V8. É algo natural, pois os regimes de funcionamento e trocas do câmbio nunca serão iguais entre o diesel e gasolina. Mas responde adequadamente e permite cruzar pela rodovia sem vibração ou som do propulsor. O teste acabou logo e, com ele, voltei ao mundo real. Quem sabe na próxima Mega Sena acumulada?

Ficha técnica – Range Rover First Edition V8

Motor: gasolina, dianteiro, longitudinal, V8, 32 válvulas, 4.395 cm3; 530 cv a 5.500 rpm, 76,5 kgfm a 1.800 rpm
Câmbio: automático de oito marchas, tração integral
Suspensão: duplo A (dianteira) / multilink
Freios: discos ventilados (dianteira) / discos ventilados (traseira)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: 285/40 R23
Dimensões: comprimento, 505,2 cm; largura, 220,09 cm; alt., 187 cm; entre-eixos, 299 cm; peso, 2.585 kg; tanque, 90 litros; porta-malas, 1.050 litros; capacidade de carga, n/d

Ficha técnica – Range Rover First Edition diesel

Motor: diesel, dianteiro, longitudinal, seis cilindros em linha, 24 válvulas, 2.997 cm3; 350 cv a 4.000 rpm, 71,4 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: automático de oito marchas, tração integral
Suspensão: duplo A (dianteira) / multilink
Freios: discos ventilados (dianteira) / discos ventilados (traseira)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: liga leve, 285/45 R22 (dianteira) / 285/40 R23 (traseira)
Dimensões: comprimento, 505,2 cm; largura, 220,09 cm; alt., 187 cm; entre-eixos, 299 cm; peso, 2.505 kg; tanque, 80 litros; porta-malas, 1.050 litros; capacidade de carga, n/d

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