Durante o lançamento do novo Civic, a versão Sport se tornou o centro das atenções. Seria ele capaz de honrar a tradição esportiva que acompanha o modelo há vários anos? Felizmente, o convite da Honda veio em boa hora para responder essa dúvida.
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Se a primeira impressão é que a fica, o Civic Sport está bem na foto. O design esportivo do sedã ficou ainda mais sedutor com a grade preta no lugar do acabamento cromado. A tonalidade escura também está presente nas “pálpebras” acima dos faróis e nas rodas de liga leve.
Se o visual sugere esportividade, o mesmo não pode ser dito do desempenho. Nada de um motor mais nervoso ou preparado: debaixo do capô está o mesmo 2.0 16V i-VTEC flex de até 155 cv das versões EX e EXL – herdado da antiga geração do Civic.
Dirigimos o modelo tanto com câmbio manual de seis velocidades quanto com a transmissão CVT. A caixa mecânica é a mesma do HR-V, mas com relações de marchas mais longas. Os engates são curtos e precisos, satisfazendo quem aprecia uma condução esportiva.
Como é de se esperar, o câmbio continuamente variável (CVT) não tem a mesma pegada, priorizando o conforto em vez do prazer ao dirigir. Ao contrário do Civic americano, o modelo brasileiro simula sete marchas na opção de trocas sequenciais por borboletas, quebrando um pouco o clima de tranquilidade na condução do veículo.
Que fique bem claro: o Civic Sport não é decepcionante, mas pode frustrar quem adotar o Si Coupé (com a já saudosa combinação de motor 2.4 com 206 cv e câmbio manual de seis marchas) como parâmetro. Pelo menos foi essa a nossa primeira impressão, já que a Honda não divulga números de desempenho e ainda não pudemos levá-lo à pista de testes. Fica para uma próxima oportunidade.
De resto, o Civic Sport é exatamente igual a qualquer Civic – para o bem e para o mal. A posição de dirigir mais baixa do que os rivais agrada, mas falta personalidade a uma versão rotulada como esportiva.
Por dentro, impera a sobriedade, sem detalhes que o diferenciem do restante da gama – nem costuras vermelhas ou painel de instrumentos com fundo branco. Sobra espaço para quatro ocupantes adultos mais bagagem, já que o porta-malas agora tem capacidade de 519 litros. Outro detalhe negativo é a central multimídia simples demais (que não tem sequer uma tela touchscreen) para um veículo vendido a quase R$ 90 mil.
Seu grande defeito, porém, surge na hora de pagar a conta. Por R$ 87.900 na versão com câmbio manual, o Civic Sport custa quase o mesmo que um Chevrolet Cruze LT, equipado com o eficiente motor 1.4 turbo de 155 cv e câmbio automático de seis marchas. O Civic também fica em desvantagem diante do também turbinado VW Jetta 1.4 TSI Trendline, que custa R$ 81.990 com câmbio manual e R$ 87.390 se equipado com a transmissão automática Tiptronic de seis marchas.
Na linha Civic, o motor sobrealimentado de 1,5 litro é exclusividade da versão Touring, vendida a salgados R$ 124.900 – valor acima até dos R$ 119.900 pedidos pelo Cruze LTZ completo. Se a escolha for pelo Civic Sport CVT, será preciso desembolsar R$ 94.900, quase R$ 1.000 a mais que os R$ 93.990 pedidos pelo Jetta 1.4 TSI Comfortline.
Civic Sport | |
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Motor | flex, diant., transv., 4 cil., 1.997 cm³, 16V, 11:1, 155/150 cv a 6.300 rpm, 19,5/19,3 kgfm a 4.800/4.700 rpm, 81 x 96,9 mm |
Câmbio | manual de 6 marchas ou CVT de 7 marchas, tração dianteira |
Suspensão | McPherson (diant.), multilink (tras.) |
Freios | discos ventilados (diant.) e discos sólidos (tras.) |
Direção | elétrica, 11,2 m (diâmetro de giro) |
Rodas e pneus | 215/50 R17 |
Dimensões | comprimento, 463,7 cm; largura, 180 cm; altura, 143,3 cm; entre-eixos, 270 cm; porta-malas, 519 litros; tanque, 56l |