Depois de EcoSport, CrossFox, Idea Adventure e AirCross, agora é a vez de a Spin exibir o estepe. A Spin Activ, mostrada no último Salão do Automóvel, está chegando às lojas com a receita aventureira que tem garantido o sucesso de vários modelos. Para isso, além do pneu visível, a minivan da Chevrolet ostenta os adereços comuns ao estilo, caso dos apliques nas laterais, do rack no teto e dos para-choques de aparência mais robusta, entre outros detalhes.
A Spin conta com alguns atributos de nascença, como a frente alta e a posição elevada ao volante. O público que busca um modelo aventureiro gosta de ver o trânsito “de cima”. O que a Chevrolet fez foi carregar na maquiagem – outra característica apreciada pelos compradores. A Spin Activ ganhou faixas laterais com imagens estilizadas de montanha e praia. Como sempre ocorre nesses veículos, o mote é vender a ideia de liberdade, de carro pronto para o lazer. Para complementar, tanto os para-choques como as saias laterais têm detalhes prateados na parte inferior, para transmitir sensação de robustez. Faróis e lanternas são escurecidos, e as caixas de roda têm molduras negras.
Spin Activ terá apenas a configuração de cinco lugares. A justificativa da Chevrolet para não oferecer a terceira fila de bancos é que o público que gosta de ecoturismo e esportes ao ar livre precisa de porta-malas maior, no caso, 710 litros. Além disso, o espaço do estepe transformou-se em porta-objetos.
Nada chama mais atenção do que o estepe na traseira. O sistema utilizado pela Chevrolet é similar ao do CrossFox: o pneu vai preso a um braço mecânico que se abre para a esquerda e é independente da tampa (que mantém a abertura vertical).
Vigilantes do peso
Além de exigir trabalho extra para colocar as compras no porta-malas (já que a abertura da tampa ganhou uma etapa adicional), adaptar o pneu sobressalente na extremidade da carroceria também demandou horas de serviço de engenharia. Isso porque o estepe na traseira alterou o centro de gravidade do veículo, adicionando 50 kg (entre pneu, roda e braço mecânico). A tarefa foi ainda mais desafiadora pelo fato de a Chevrolet optar por instalar o pneu centralizado, o que exigiu um braço de sustentação mais longo (e portanto mais pesado). Por causa dessas mudanças, a suspensão foi recalibrada, tanto na traseira como na frente.
A Spin Activ vem com pneus de uso misto, calçados em novas rodas aro 16 (as versões LT e LTZ têm rodas aro 15). Como são mais “borrachudos”, os Pirelli Scorpion (205/60) mostraram-se mais ruidosos, mesmo sobre asfalto bem-conservado. Nas curvas, com o aumento de atrito, o sintoma é ainda mais sensível. Nessa situação, a inclinação da carroceria também incomoda. A suspensão não foi levantada, mas, por causa do maior diâmetro no conjunto roda-pneu, a altura livre do solo subiu 8 mm.
Para não comprometer a agilidade do carro, na versão com câmbio manual (R$ 62 060), a primeira das cinco marchas foi encurtada. Já o modelo de transmissão automática (R$ 65 860) traz mudanças que segundo a fabricante proporcionam trocas meio segundo mais rápidas. O motor é o mesmo 1.8 Econo.Flex das demais versões. Rende 108 cv com etanol e 106 cv com gasolina.
Por dentro, a GM manteve o visual quase inalterado.A exceção são os bancos de tecido (que receberam padronagem mais jovial, com listras no centro e costuras aparentes), o volante revestido de couro e uma moldura cinza ao redor da tela multimídia.
De acordo com as estimativas de Juliana Fukuda, gerente de marketing de produto da Chevrolet, a Spin Activ deverá representar de 20% a 25% das vendas totais da Spin, mesmo sendo a versão mais cara da família. Para ela, o segmento aventureiro deve crescer no Brasil nos próximos anos.
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Como todas as Spin, a versão aventureira inclina-se além do desejável nas curvas. Direção e freios não comprometem.
★★★☆
MOTOR E CÂMBIO
O motor é o velho 1.8 Econo.Flex, de comando simples e oito válvulas. Já o câmbio automático de seis marchas (GF6-2) é moderno e acaba de ser revisado.
★★★☆
CARROCERIA
A Spin utiliza a boa plataforma GSV, de Sonic, Onix e Cobalt. É um carro bem-construído, gostoso de dirigir. A posição elevada ao volante de certa forma já pedia uma versão aventureira desde o início.
★★★★
VIDA A BORDO
O monovolume é espaçoso para pessoas e bagagens. A visibilidade é ampla e o interior da versão Activ é atraente, graças à padronagem de tecido moderna.
★★★★
SEGURANÇA
O quinto passageiro não dispõe nem de apoio de cabeça nem de cinto de três pontos.
★★★
SEU BOLSO
A Activ estreia como a mais cara versão da Spin. Partindo de R$ 62 060, está um pouco acima da LTZ (que tem sete lugares e sai por R$ 61 960). É o preço da novidade – e, claro, da maquiagem mais realçada.
★★★☆
OS RIVAIS
Nissan Livina X-Gear
Tem motor mais moderno e custa menos (R$ 56 890), mas clama por mudanças estéticas.
Citroën AirCross
É pouco mais barato (entre R$ 55 790 e R$ 65 790), mas perde no espaço interno.
VEREDICTO
O design da Chevrolet Spin nunca foi unanimidade. Mas nada como um retoque visual bem-aplicado
para disfarçar eventuais falhas congênitas.
★★★★