É questão de semanas para o novo Peugeot 2008 ser lançado no Brasil. A nova geração do SUV compacto deve chegar até agosto e mudará bastante, sendo uma alternativa mais luxuosa ao Fiat Pulse (ou trocando off-road pelo requinte frente ao Jeep Renegade).
O projeto P24, como chamado internamente na Stellantis, tratou de pegar o 2008 europeu, lançado em 2019, e adaptá-lo para a América do Sul. O nosso utilitário será produzido na Argentina, mas a principal mudança no intercâmbio acabou sendo o conjunto de motor 1.0 turboflex e câmbio CVT, que vem do Brasil.
Com lançamento próximo, há várias flagras que mostram uma carroceria idêntica ao irmão da Europa, mas as imagens que vieram da Argentina reforçam o que apuramos quanto às simplificações do carro. Isso porque Braian Salbatierra, da página Botón de Arranque no Instagram, foi um segredeiro dedicado, realizando imagens próximas e de alta resolução do carro que encontrou, estacionado tranquilo próximo ao estádio do River Plate, em Buenos Aires.
Estilo europeu
As fotos deixam claro que o visual do nosso Peugeot 2008 seguirá à risca o facelift que o mercado europeu recebeu no ano passado, com DRLs que lembram as garras de um leão, nova assinatura luminosa das lanternas e o novo emblema da fabricante. A unidade flagrada é de um 2008 Allure, a versão intermediária.
As rodas de aro 17 trazem um desenho ousado, sempre deixando claro que, dentro da Stellantis, cabe à Peugeot apostar em conceitos estilísticos mais vanguardistas. Os faróis full-led estão presentes, assim como sensores e câmeras de ré à frente e atrás. A antena de rádio é do tipo barbatana e, em geral, fica evidente uma presença mais imponente do carro, que tende a ostentar mais requinte que outros SUVs compactos do mercado.
Receita brasileira
Ouvimos que a Stellantis fez questão de manter a qualidade mecânica o mais próxima possível à que os europeus têm acesso, a fim de fazer a Peugeot se destacar. Mas é impossível não mexer no conjunto quando motor e câmbio são novos. Para tanto, a geometria de suspensão mudou, assim como alguns componentes mecânicos.
Para o que o Brasil pede, muitas vezes não foi possível aproveitar o que já vem da Europa, sendo preciso recorrer a fornecedores locais. É importante frisar que, segundo as fontes, não houve piora, mas a famosa “tropicalização” e foco na durabilidade. Por outro lado, “o interior foi empobrecido”. O acabamento do painel é mais simples, assim como a forração, estofamento e tecidos dos bancos. Tanto o display da multimídia quanto os alto-falantes também são um pouco mais baratos.
O motor 1.0 turbo flex (130 cv/20,4 kgfm) é parelho ao 1.2 turbo mais caro das versões europeias (130 cv/23,4 kgfm), com a vantagem da produção massiva em Betim (MG) e do ajuste ao etanol. Mas talvez esteja em seu ronco a principal piora frente ao 2008 do Norte.
Isso porque um dos destaques do Peugeot 2008 europeu é o isolamento acústico, e justamente nos painéis de porta houve a simplificação mais aguda do interior, ouvimos. Certamente um dano calculado para que o modelo chegue competitivo, a cerca de R$ 130.000. “Nessa faixa de preço, não há nada tão bom aqui”, disse o funcionário da Stellantis, que sabe como o prato é feito.