2016 tinha tudo para ser um ano temerário para o Toyota Corolla. Enquanto o tradicional e conservador sedã não trouxe nenhuma novidade, praticamente todos os rivais mais próximos ou foram renovados, ou ganharam algum atrativo mecânico – as novas gerações de Honda Civic e Chevrolet Cruze, os facelifts do Nissan Sentra e Ford Focus, a opção de motor 1.4 TSI no VW Jetta…
Nada disso teve efeito na disputa pelo mercado. Pelo contrário: segundo a Fenabrave, enquanto em 2015 o Corolla teve 36,09% de participação no segmento (um índice não muito preciso, pois a entidade considera como sedã médio modelos como Audi A5, Toyota Prius e Ford Fusion), no ano passado este número pulou para 44,20%.
Na tabela abaixo, com o acumulado de emplacamentos no ano, a soma de todos os concorrentes ultrapassa o número de vendas do Toyota em menos de 2 mil unidades. Ou seja: proporcionalmente, nunca o Corolla vendeu tanto por aqui – mesmo que, em termos absolutos, as 64.738 unidades emplacadas em 2016 sejam inferiores aos 67.339 emplacamentos registrados em 2015.
1 | Toyota Corolla | 64.738 |
2 | Honda Civic | 20.857 |
3 | Chevrolet Cruze | 12.064 |
4 | Volkswagen Jetta | 8.654 |
5 | Nissan Sentra | 6.288 |
6 | Ford Focus | 5.522 |
7 | Renault Fluence | 4.329 |
8 | Citroën C4 Lounge | 3.989 |
9 | Kia Cerato | 1.609 |
10 | Fiat Linea | 1.448 |
11 | Hyundai Elantra | 936 |
12 | Peugeot 408 | 927 |
As novas gerações de Civic (2º colocado) e Cruze (3º) até conseguiram incrementar as vendas dos dois modelos ao longo do ano, mas nada que chegasse perto de incomodar o líder.
O Civic, que começou 2016 vendendo pouco mais de 1 mil unidades por mês, registrou em dezembro 2.921 emplacamentos. Já o Cruze pulou das ínfimas 367 unidades vendidas em janeiro para 1.563 emplacamentos em dezembro.
No mesmo mês, porém, o Corolla alinhou incríveis 6.015 unidades. Na listagem geral do acumulado do ano, o sedã da Toyota foi o 5º automóvei mais vendido no Brasil, à frente de populares ex-campeões de vendas como Fiat Palio e Volkswagen Gol.
Mais adiante no segmento de sedãs médios, os números são bem mais modestos. A opção de motor 1.4 TSI que passou a ser oferecida para o Jetta no lugar do jurássico 2.0 aspirado não surtiu efeito, deixando claro que o modelo lançado em 2011 sente o peso dos anos.
O caso do Nissan Sentra é ainda mais curioso. Se o início de 2016 ele vendeu relativamente bem, terminando o primeiro semestre na 3ª colocação (à frente de Cruze e Jetta), a remodelação ocorrida em junho – e o consequente aumento nos preços – fez seus números desabarem.
Mesmo assim, ele fechou o ano com mais emplacamentos que o Focus fastback, o Renault Fluence e o Citroën C4 Lounge.
Situação crítica, porém, é a de Peugeot 408 e Hyundai Elantra, que nem conseguiram completar mil unidades vendidas ao longo de doze meses. No caso do coreano, a renovação ocorrida no final de 2016 ainda pode dar alguma esperança de dias melhores.