Um carro compacto com potência acima da média e preço de R$ 150.000 está longe de ser uma compra racional. É para satisfazer um desejo. Compra por impulso. Por isso, tomamos a liberdade de comparar o Volkswagen Polo GTS, um hatch, com o Fiat Pulse Abarth, que oficialmente é um SUV.
Eles não são do mesmo segmento. Mas quem se importa? O comprometimento aqui é com a esportividade. Os dois esportivos mais baratos do mercado vão além de costuras vermelhas, ponteira de escape cromada e aerofólio. O Polo GTS e o Pulse Abarth têm motores de fato mais potentes e seus próprios meios de explorar os sentidos do motorista.
Em um momento em que os “esportivados” vêm buscando satisfazer o desejo de quem quer mais emoção (mas não pode pagar muito mais por isso), a dupla de Fiat e Volks representam uma alternativa legítima. Mas qual deles é melhor?
Esse comparativo envenenado é capa da edição de outubro de QUATRO RODAS. Mas não para por aí!
RENAULT MEGANE E-TECH Depois de fazer pioneirismo com o Zoe, a Renault traz um novo protagonista entre seus carros elétricos no Brasil. Dessa vez, a história é outra: a concorrência nunca foi tão grande e o preço importa bastante.
Para ter sucesso, a francesa aposta no Renault Megane E-Tech. Apesar do nome bem conhecido, aqui tudo é novo: estilo moderno, mais tecnologia e performance interessante. Por R$ 279.900, será que o novo Megane é uma alternativa interessante ao Peugeot e-2008, Volvo EX30 e o batalhão de chinesas que vem invadindo o país?
FORD TERRITORY O Ford Territory mudou completamente na nova geração. Ainda é um SUV médio chinês, mas agora, enfim, pode considerar Caoa Chery Tiggo 7 Pro, Jeep Compass e Volkswagen Taos seus rivais diretos, mesmo que seja maior e tenha apenas uma versão, a Titanium, por R$ 209.990 (R$ 10.000 mais barato que o antecessor, na tabela).
Assim como o antecessor, o novo Territory também foi criado pela joint venture entre a Ford e a JMC (Jiangling Motor Corporation), parceiras há quase 30 anos. Mas houve uma grande evolução de uma geração a outra.
O antigo visual inspirado no Range Rover Evoque ficou para trás, assim como grande parte dos exageros que cometia no acabamento, com plásticos brilhantes e muitos botões. O motor 1.5 turbo têm o mesmo bloco de antes, mas está mais forte e potente, além de trocar o câmbio CVT pela transmissão de dupla embreagem com sete marchas.
PEUGEOT 208 TURBO Muitos leitores defenderam o Peugeot 208, há três anos, quando foi lançado apenas com o motor 1.6 aspirado. Agora o hatch compacto passa a agradar também os que (como nós) lamentaram a falta do turbo.
O mesmo três-cilindros 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm que surgiu no Pulse e está estreando na Fiat Strada (veja também nessa edição) foi escalado para colocar o 208 em igualdade com Chevrolet Onix, Volkswagen Polo e Hyundai HB20.Ou melhor: acima, pois o Peugeot ficou mais potente.
O preço da novidade é atraente. O Peugeot 208 Allure Turbo sai por R$ 99.990. O Hyundai HB20 Sense AT (R$ 98.390) e o Onix AT Turbo (R$ 97.750) custam menos, mas são básicos, nem sequer têm central multimídia. O 208 turbinado tem isso e muito mais.
TOYOTA HILUX GR-SPORT O segmento de picapes está em franco crescimento,mas sabe o que não muda? A liderança da Toyota Hilux entre as picapes médias. Esse sucesso pode ser explicado pela reputação da marca, mas a Hilux esportiva, a GR-Sport, representa muito bem por quais motivos ela é a picape média mais vendida do Brasil.
Ela compõe um seleto e pequeno grupo de picapes esportivas, que são consideradas as mais rápidas do Brasil. A Toyota Hilux GR-Sport em sua terceira geração é vendida no Brasil desde março de 2022, quando o motor 2.8 turbo diesel recebeu turbo de geometria variável e intercooler, elevando seus números para 224 cv e 55 kgfm.
Agora, a grade foi levemente redesenhada para aumentar a seção vazada e melhorar o resfriamento do motor 2.8 turbo diesel. O para-choque está mais musculoso e agora tem passagens de ar que amenizam a turbulência das caixas de roda. Mas a principal novidade é o alargamento das bitolas, que melhorou a estabilidade em seu comportamento dinâmico.
ALÉM DISSO: Kia Carnival, Mercedes-Benz A 200, Porsche 911 Turbo S Cabriolet, Volkswagen Saveiro Extreme, Fiat Strada Turbo…
A distribuição às bancas e assinantes de todo o Brasil começou hoje (6/10), mas o prazo de chegada pode variar dependendo da região.
Carta ao Leitor: Preço a pagar
Na edição de setembro, publicamos que o BYD Seal custava R$ 299.900. Era uma informação oficial, que nos foi antecipada pela fábrica, para atender o fechamento da revista. Um dia antes da chegada de QUATRO RODAS às bancas, a BYD divulgou outro preço: R$ 296.800, R$ 3.100 a menos. Conforme apuramos depois, a redução foi definida pouco antes do anúncio coletivo.
Restou lamentar o ocorrido, corrigir a informação em nossa versão online e comunicar o erro nesta edição. Esse evento chama a atenção para a política de preços agressiva com que os chineses estão chegando ao nosso mercado. A própria BYD apresentou, um mês antes, o Dolphin, por R$ 149.800, alinhando este que é um hatch médio (2,7 m de entre-eixos) e elétrico a SUVs compactos nacionais, a combustão.
E, além do Seal, em agosto, a GWM revelou o Ora 03, outro hatch elétrico, bem acabado e equipado, na mesma faixa de preço: R$ 150.000 e R$ 184.000, dependendo das baterias. Esses lançamentos têm provocado mudanças nos preços do mercado. Os rivais que não querem perder competitividade trataram logo de baixar suas tabelas.
O movimento começou entre os hatches compactos elétricos. Mas depois atingiu também outros segmentos diferentes. As marcas encontraram ventos favoráveis para rever seus preços, com a desvalorização do dólar. Mas, em outros tempos, boas condições, quando surgiam, não se concretizavam necessariamente em descontos.
Com os chineses, o preço ganhou relevância como apelo de vendas. As fábricas chinesas devem seguir com essa política de preços no Brasil, embora à medida que conquistem seu espaço elas também ficarão diante da tentação de lucrar mais vendendo menos. Mas não é isso que têm demonstrado em outros países onde já conquistaram participações importantes.
Preço é algo definido ainda na fase de projeto de um carro. Não o valor exato, com precisão na casa das unidades. Mas um número aproximado. Essa definição é de vital importância para se chegar a outras características do produto como motor, padrão de acabamento, equipamentos, posicionamento no mercado e até volume de vendas estimado.
Apesar disso, o preço é a última informação a ser divulgada (para o desespero nosso, jornalistas, que precisamos avaliar o custo/benefício dos lançamentos). Muitas vezes, as fábricas apresentam o carro e deixam para revelar seu preço depois.
Os motivos são os mais variados, desde o fato de a empresa querer que determinado público saiba antes dos demais, como seus concessionários, por exemplo. Até o posicionamento diante da concorrência em permanente atividade.
A decisão de baixar o preço do Seal, na última hora, demonstra que a BYD não quer errar em sua estratégia. Ao consumidor resta assistir a essa agitação do mercado de camarote, para escolher bem a melhor opção em troca de seu dinheiro.