Para gringo ver: ingleses avaliam – e até elogiam – o Nissan Kicks
Revista Autocar elogiou design e acabamento do SUV, mas não aprovou comportamento do câmbio CVT
Quem está acompanhando os Jogos Olimpícos já se acostumou com a presença do Nissan Kicks. O SUV é presença certa em todos os intervalos comerciais das transmissões televisivas e circula por todos os cantos no Rio de Janeiro. A superexposição do modelo acabou chamando atenção dos ingleses que cobrem o evento, que resolveram avaliá-lo na Cidade Maravilhosa.
E parece que o principal lançamento da Nissan para 2016 foi aprovado pela Autocar, uma das maiores publicações especializadas em automóveis da Inglaterra.
Matt Prior não economizou nos elogios. “É um carro muito bonito de se ver, mais do que um Ford EcoSport”, afirmou. “Por dentro, o Kicks é agradável. Quase extraordinário, na verdade. A cabine tem um desenho honesto, sem a mesma pretensão de um Juke, mas o acabamento é muito bom, inclusive nos encaixes das peças. A parte superior do painel de instrumentos tem materiais agradáveis ao toque com uma boa imitação de couro com costuras aparentes. Há espaço suficiente para cabeça e pernas tanto nos bancos da frente quanto nos de trás, e o porta-malas comporta 383 litros, aproveitando bem suas dimensões”, escreveu o jornalista.
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Durante o rápido test-drive, Prior também elogiou a dirigibilidade do Kicks. “Dinamicamente ele não é ruim de dirigir. O Kicks é estável e sua carroceria não inclina excessivamente nas curvas – assemelhando-se ao comportamento da maioria dos modelos vendidos na Europa. Já a direção é leve na cidade e relativamente firme em velocidades mais altas, além de bem calibrada. Sinceramente, não seria preciso realizar muitas mudanças em termos de dirigibilidade para vendê-lo na Europa”.
Embora tenha aprovado o Kicks, o repórter só se incomodou com o comportamento da transmissão do tipo continuamente variável (CVT) que equipa o Kicks. “O 1.6 não é exatamente um motor que você escolheria se fosse na Europa, mas, para seu mercado (Brasil), não é uma opção ruim. Ele trabalha silenciosamente após o carro embalar, mas, como acontece com qualquer câmbio CVT, você não só será obrigado a esperar algum tempo até o ponteiro do velocímetro subir como também ouvirá o motor trabalhando de forma bastante ruidosa”.
Matt conclui a avaliação dizendo que o Kicks não faria feio se fosse vendido no mercado europeu. “Às vezes você dirige um carro feito apenas para outros mercados e fica torcendo desesperadamente para que um dia ele chegue à Inglaterra. Não acho que isso se aplique ao Kicks, mas em grande parte porque a Nissan está bem representada neste segmento (na Europa) com Juke e Qashqai. Se ele ostentasse o logotipo de uma marca menos familiarizada com o segmento de crossovers (ou uma que tivesse modelos pouco atraentes para o consumidor, como a Ford), nós sugeriríamos que a Nissan colocasse um motor com turbocompressor, uma transmissão decente e um reajuste no chassis. Assim, o Kicks estaria bem posicionado em sua categoria no Reino Unido”.