Sentado em um escritório forrado de antiguidades, o paulista Alexandre Rizzo passa o dia atendendo telefonemas e respondendo e-mails. São clientes da Alemanha, Inglaterra, Austrália e até de Dubai. Todos interessados no mesmo assunto: Kombis antigas. É cada vez maior o número de estrangeiros buscando peruas usadas no Brasil. No caso de Alexandre, o negócio entrou em sua vida por acaso, há oito anos, quando um alemão levou três unidades para a Europa. Da amizade, surgiu a ideia de vender Kombis para o exterior, o que o motivou a abrir uma oficina dedicada à restauração das vans da Volks.
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Entrar nesse negócio não é fácil. O trabalho de garimpo inclui vasculhar o país em busca de veículos e peças. “Não basta ter apenas a mercadoria. É preciso ter bons contatos para comprar barato, reformar com baixo custo e achar um bom despachante aduaneiro”, diz Eduardo Gedrait, presidente do Sampa Kombi Clube.
Por ora, a desvalorização do real está favorecendo o negócio de Rizzo, que diz ter encomendas até 2017. “Só em 2015, foram 30 carros.” Mas é preciso ter alguns cuidados antes de despachá-las para a Europa. “Precisamos ter certeza de que todas as peças novas sejam certificadas por algum órgão aceito por autoridades europeias, senão o veículo não pode rodar”, diz. E por quanto as Kombis são vendidas? Rizzo não fala em valores, mas uma busca na internet indica preços acima de US$ 20.000. “Hoje as pessoas sabem que meu serviço pode ser o mais caro, mas é o melhor”, orgulha-se.