O presidente da VW do Brasil, David Powels, voltou a falar dos planos de a empresa lançar quatro novos modelos nos próximos anos. O executivo, que se apresentou no 3º Fórum Direções organizado por QUATRO RODAS, em setembro, só não disse que o primeiro a chegar será o novo Gol.
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O hatch está sendo desenvolvido em conjunto com seu par europeu, o VW Polo, que já foi fotografado em testes na Europa com a carroceria definitiva. Por aqui, o Gol foi flagrado disfarçado de Golf – são as chamadas mulas, carros que possuem a base de um modelo e a carroceria de outro. Mas na Europa o projeto já ultrapassou esse estágio.
Lá, o novo Polo é esperado para próximo Salão de Genebra, em março. Aqui, é provável que o Gol chegue logo depois, ainda em 2017. Segundo fontes, Gol e Polo são o mesmo carro. Ou seja: o novo Gol será muito melhor do que é hoje, pois será um modelo de padrão mundial, guardadas as diferenças de praxe entre veículos feitos para mercados emergentes e países de Primeiro Mundo.
Os carros para os emergentes costumam usar tecnologias e materiais diferentes para atenderem a legislações distintas e também porque, de acordo com um discurso repetido pelas fábricas, nesses mercados as empresas demoram mais tempo para obter o retorno do investimento.
Mas Gol e Polo são tão semelhantes que a própria VW pensou em adotar o mesmo nome Polo para os dois modelos, independentemente de serem vendidos na Europa ou no Brasil. A VW só não vai fazer isso porque o nome Gol tem muita força no Brasil.
Aos olhos do consumidor, ou seja, naqueles aspectos que são mais facilmente percebidos, como o acabamento, o Gol deve emparelhar com o Polo europeu. A VW do Brasil está disposta a não economizar nessa área, até porque no nosso mercado ela quer reposicionar seus carros para cima. Um sinal nesse sentido foi dado por Powels, quando ele afirmou que quer elevar a média de preços dos Volkswagen vendidos no Brasil.
O novo Gol deve incorporar diferentes texturas e materiais na cabine, laterais de portas espelhadas com o painel e recursos como iluminação ambiente – pequenas lâmpadas instaladas em pontos estratégicos: na base da faixa frontal do painel, no teto e sob os puxadores das portas, para criar uma cabine aconchegante. Se não em toda a linha, a maior sofisticação é esperada em, pelo menos, uma versão topo de linha (de luxo, Highline, ou esportiva, GTI).
Motor 1.6 16V Turbo
No que diz respeito aos equipamentos, pode-se esperar a oferta no nível do que existe hoje, com novidades nas versões mais caras, como luzes de posição, ESP, ar-condicionado digital e uma central multimídia de última geração completa, com GPS, espelhamento de smartphones etc. Segundo fontes, no alto do console do protótipo alemão, há um espaço duplo.
A maior diferença (e também o maior segredo) entre o Gol brasileiro e Polo alemão fica por conta das opções de motor e câmbio. Lá o Polo deverá ter opções 1.0 TSI (115 cv) e o novo 1.5 TSI (150 cv), entre as movidas a gasolina, com transmissões manual (seis marchas) e automatizada com dupla embreagem (sete marchas).
Aqui, existe a possibilidade de haver as motorizações já disponíveis na linha VW – 1.0 flex (82/75 cv), 1.0 TSI (105/101 cv), 1.6 MSI 8V (104/101 cv), e uma novidade: 1.6 MSI 16V Turbo (com cerca de 150 cv, a mesma força do motor 1.4 TSI, na versão mais potente do Jetta), equipadas com câmbio manual ou automatizado i-Motion (cinco marchas).
O motor 1.4 TSI de Golf e Jetta (140 ou 150 cv) é uma possibilidade considerada remota por nossas fontes, por questão de custo.
Em razão da nova plataforma, MQB A0, o Gol vai ficar com um porte maior. Informantes dão conta de que o modelo crescerá 10,5 cm no comprimento e que esse aumento será aproveitado principalmente na distância entre-eixos, de modo a favorecer o espaço interno. Isso significa que o Gol será mais espaçoso que o VW Fox, mantido sobre a plataforma PQ24, que o Gol aposenta.
SUV no forno
No design, a evolução também é nítida. Sinais de família, como a grade horizontal, a linha de cintura ascendente e os arcos das rodas destacados, coabitam com inovações como o relevo bem definido de reentrâncias no capô e nas laterais da carroceria.
Na traseira, as lanternas invadem ao mesmo tempo as laterais e a tampa do porta-malas. O aerofólio, para melhorar a aerodinâmica, deve estar presente em todas as versões. As projeções mostradas aqui foram feitas com base nos flagrantes do Polo europeu e, também, em informações de nossas fontes no Brasil.
Após o Gol, a VW ainda fará três modelos sobre a base MQB A0: Voyage, uma nova picape e um SUV compacto. Este utilitário ainda não tem nome, mas já está com o desenho definido e deve ser o segundo a chegar às lojas. A favor dele está o fato de ser um produto mundial (assim como Gol/Polo) e que a VW ainda não tem no portfólio.
A nova picape deverá ter porte intermediário, entre a Saveiro e a Amarok. Já o Voyage (ou Polo Sedan) seria uma opção interessante para países emergentes do Leste Europeu, Ásia e América do Sul, além do Brasil. O SUV chegaria um ano depois do Gol, com estilo próprio, baseado no conceito T-Cross Breeze, de 2016.