A gama global da Nissan é muito grande. Há muitos modelos que são vendidos por todo o mundo e nem sequer são cogitados para o mercado brasileiro. Caso do Nissan Magnite, primo do Renault Kwid e irmão menor do Kicks, um SUV exclusivo para o mercado indiano
O modelo acaba de receber uma nova atualização de meia vida e junto a isso ele recebe uma grande missão: exportação para mais de 65 países.
No visual, o Magnite pode até lembrar um pouco o Nissan Kicks, que também está perto de receber uma grande atualização. Mas em questão de tamanho, ele é bem menor. São 3,99 m de comprimento, 1,75 m de largura, 1,57 de altura e um entre-eixos de 2,5 m.
Isto tem uma explicação: o carro é derivado do Kiger, um SUV baseado no Renault Kwid vendido na Índia. Utiliza a plataforma CMF-A+, uma versão esticada da arquitetura do Kwid e que é usada somente no país asiático.
Por ser baseado em um conceito de hatch, ele consegue ser um pouco menor que o Fiat Pulse. Que, aliás, será seu grande concorrente de mercado, caso venha para o Brasil.
Já utilizando o novo logo da Nissan, o Magnite traz uma grande grade frontal, juntamente com faróis afilados que escorrem até a parte superior do para-lamas. Há ainda toques em preto e cinza no para-choque, assim como filetes em led nas extremidades e faróis de neblina na parte inferior.
O perfil não tem muito destaque, apenas rodas de liga leve diamantadas, maçanetas cromadas, caixas de roda pretas e pintura em dois tons, assim como no Kicks.
O para-choque traseira mantém o mesmo visual do frontal, com apliques em preto e cinza. Além disso, as lanternas são separadas e escurecidas. Vale destacar também um pequeno spoiler e o nome do modelo escrito na parte central da traseira.
As mudanças desta atualização foram focadas, principalmente, no interior do modelo. Mesmo sendo um dos SUVs mais baratos da marca, houve melhora no acabamento do Magnite na cabine, com o uso de imitação de couro. Há também alguns novos elementos macios no painel e um contraste de cor, que, provavelmente, varia de acordo com a pintura do carro.
O SUV conta também com uma central multimídia de 8”, assim como um quadro de instrumentos digital de 7”. Equipamentos mais refinados como ar-condicionado digital também estão disponíveis, além de um conjunto de alto-falantes assinado pela Arkamys. Mas este último depende da versão escolhida. Apesar disso, a Nissan não disponibilizou nenhum tipo de sistema ADAS para o Magnite.
A Nissan oferece apenas um tipo de motor para o SUV: 1.0 de três cilindros. No entanto, em duas configurações. A primeira é aspirada com apenas 72 cv. Ela pode ser acoplada a um câmbio manual de 5 marchas ou um câmbio automatizado de cinco velocidades. A segunda variante é turbo e mais potente, com 101 cv. Essa versão já recebe de fábrica o câmbio CVT.
Novo Nissan Magnite virá ao Brasil?
Originalmente, o SUV compacto da marca japonesa era oferecido em apenas 15 países e todos com volante montado do lado direito. Mas, agora, a fábrica na Índia que é responsável pela produção do Magnite passou a construir o modelo também com o volante do lado esquerdo.
A Nissan fala em algo em torno de 47 novos mercados para o Magnite, e grande maioria deles emergentes, localizados no Oriente Médio, África, Ásia e também na América Latina, em países que não possuem indústria própria e têm condições melhores para veículos importados.
O Magnite até apareceu nos planos da marca para o Brasil em um momento, mas acabou descartado por não ser rentável. Em um momento, a Aliança Renault-Nissan teve uma estratégia em que a Renault iria desenvolver os carros e a Nissan ganharia uma versão derivada, que acabou cancelada poucos meses depois, quando a marca francesa anunciou o plano Renaulution, passando a focar em carros mais caros e lucrativos.
Se viesse importado, não teria preço para competir no segmento e teria que ser produzido no Brasil. E isto é outro problema. Apenas a fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR) está preparada para fazer veículos com a plataforma CMF-A e executivos da marca francesa disseram que tanto o Kwid quanto a arquitetura não receberão novos investimentos, o que reduz ainda mais as chances do Magnite ser uma opção para os brasileiros.