Carro autônomo ainda parece coisa futurista mas as tentativas de transformar os motoristas em passageiros é antiga.
Nos anos de 1930, americanos como o empresário John J. Linch (1892-1962) faziam shows pelo país com automóveis rádio controlados, que ficaram conhecidos como “Phanton Auto” ou “Magic Car”. Esses carros aceleravam, freavam, faziam curvas e buzinavam sem qualquer pessoa a bordo.
Eles não eram autônomos porque havia um operador remoto, mas já eram considerados uma alternativa de transporte seguro, com os comandos deixados a cargo de especialistas, longe de motoristas incautos.
Há cinquenta anos, mais exatamente em 1968, a alemã Continental foi pioneira no uso de um veículo autônomo com o objetivo de estudar o comportamento dos pneus de forma científica em condições reais de uso.
O sistema da Continental foi desenvolvido pelas empresas Siemens e Westinghouse em parceria com duas universidades (Munique e Darmstadt) e instalado em um Mercedes 250 Automatic.
O sedã era capaz de acelerar, frear e controlar a direção de forma independente graças a dispositivos eletromecânicos (ou eletropneumáticos no caso dos freios) que acionavam esses sistemas.
A direção não era como as modernas que contam com sensores de orientação na carroceria, no volante e de leitura das faixas de rodagem.
O carro se orientava por meio de um cabo de aço esticado no piso da pista, desenhando a trajetória que deveria ser obedecida.
No para-choque dianteiro, antenas de rádio enviavam os dados colhidos para a torre de comando da pista. E câmeras instaladas na parte inferior e voltadas para os pneus gravavam o que acontecia com a borracha.
O Mercedes autônomo foi usado pela Continental no desenvolvimento de pneus até 1974.
Atualmente, os carros que circulam pelas ruas do planeta já possuem algumas habilidades autônomas. Mas, estima-se que os veículos totalmente autônomos cheguem às ruas somente por volta de 2030.
Até lá, os carros ganharão autonomia em etapas. Segundo classificação estabelecida pela SAE Internacional (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), a independência dos motoristas vai obedecer cinco fases.
Na primeira fase, o motorista tem total controle da situação contando apenas com a assistência de sistemas que auxiliam nas acelerações e nas frenagens. Um exemplo desse tipo de sistema é o piloto automático.
Na fase seguinte, dispositivos são capazes de assumir algumas tarefas, com correções de trajetória. E assim por diante.
Com exceção da quinta e última etapa, todas as demais exigem a presença do motorista ainda que seja apenas para observar o funcionamento do carro e com capacidade de fazer alguma intervenção se necessário.
Assim como nos carros acionados por controle remoto, os autônomos de hoje são vistos pela indústria como a solução para acabar com os acidentes de trânsito.
Captando informações do ambiente (vias, pedestres, ciclistas) e de outros veículos os sistemas inteligentes serão capazes de promover mobilidade com total segurança.