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Ford EcoSport Freestyle 1.6 16V

Encarnação pioneira do espírito aventureiro urbano, o Eco encara, na segunda geração, o desafio de se reinventar

Por Péricles Malheiros | Fotos: Marco de Bari
Atualizado em 19 mar 2024, 10h17 - Publicado em 27 ago 2012, 17h09
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De acordo com a Ford, nos últimos anos, vários (e estratégicos) mercados ao redor do planeta abriram espaço para um SUV compacto de uso essencialmente urbano. No Brasil, berço dos aventureiros, a marca já contava com esse produto: o EcoSport. Agora, ao ganhar importância nos planos globais da companhia (ele também será produzido na China, Índia e Tailândia), o Eco passa por um processo mais radical que uma simples evolução.

A mudança é tão significativa que causa a impressão de que faltou uma geração entre o antigo e o novo. Os faróis continuam com parábola simples, mas, quem diria, vêm com leds de iluminação diurna. Os de neblina ganharam papel de destaque: estão em posição mais alta, alojados em trapézios em baixo-relevo, logo abaixo dos principais. Entre eles, destaca-se o andar intermediário (e maior) da grade tripartida. A altura elevada da dianteira é disfarçada pelos ângulos suavizados da coluna A na junção com o teto e o capô. Um vinco que nasce junto à grade desaparece no para-lama, decora a lateral atravessando as maçanetas e morre na traseira, dividindo a lanterna ao meio, é outro sinal evidente de que a marca buscou imprimir a seu SUV compacto um ar mais sofisticado. As rodas cresceram: no lugar das de aro 15 entrou um conjunto de rodas aro 16, pintadas de cinza.

“O novo EcoSport custará, na versão FreeStyle 1.6, 59 990 reais, mas a versão de entrada, S, inicia em 53 490”, diz Oswaldo Ramos, gerente de marketing da Ford. O FreeStyle atual se despede das lojas custando 50 620 (básico) e 52 220 reais, este com airbag duplo e ABS. O pacote de vantagens da nova geração tentará convencer o público de que o investimento extra, embora pesado, vale a pena. A mais que o antigo, traz, de série, ABS e airbag duplo, assistente de partida em rampas, motor Sigma 1.6 16V (no lugar do RoCam 1.6 8V) e controle eletrônico de estabilidade e tração, além do Ford Sync, uma evolução do My Connection, ambos sistemas de integração de comunicação do rádio com aparelhos externos. Mas não há como negar: o design é o item de maior valor do novo Eco.

Além da estética aprimorada, o desenho volumoso do EcoSport é funcional. Fabio Okano, gerente de engenharia, diz: “Além de preservar uma característica marcante do modelo anterior, o aplique plástico na coluna traseira funciona como um defletor aerodinâmico. O mesmo vale para as abas das lanternas, na porção que invade a lateral do carro”. Segundo Okano, rack de teto, topo da tampa traseira, capô, retrovisores e até a saia lateral foram cuidadosamente desenhados para diminuir o arrasto aerodinâmico e, consequentemente, o nível de ruído. Deu certo. Em ponto morto, rotação máxima, a 80 km/h em quarta marcha e a 120 km/h em quinta marcha, nosso decibelímetro registrou, respectivamente, 39,6/67,8/60,8/65,9 DBA. Em outubro de 2011, o antigo FreeStyle saiu da pista de teste de Limeira com 46/69/63,5/69 DBA.

Parte dessa melhora deve ser atribuída ao motor Sigma 1.6 16V, produzido em Taubaté (SP) e enviado para Camaçari (BA), onde o Eco é produzido. De concepção moderna, o quatro-cilindros tem bloco, cárter e cabeçote de alumínio, o que resulta num peso total de 86,5 kg, 15 a menos que o Zetec RoCam. Competente, deixou o SUV mais Eco e mais Sport. Nas medições de consumo (urbano e rodoviário), registrou 7,9/10,8 km/l, contra 6,9/9,5 km/l. Nas provas dinâmicas, a superioridade da nova geração se confirmou. O novo acelerou de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos e retomou (de 40 a 80/60 a 100/80 a 120 km/h) em 8/13/22,1 – o antigo acelerava em 12,8 segundos e retomava em 8,6/13,6/25,4 segundos. Segundo a Ford, o Sigma já atende aos níveis de emissões de poluentes do Proconve 5, que passa a valer a partir de 2015.

Competente na pista, a unidade avaliada mostrou-se preguiçosa ao acordar. Ao ligar o motor após uma noite fria (no painel, o indicador de temperatura externa mostrava 14 oC), o sistema de partida assistida deu conta de manter o motor de arranque acionado pelo tempo necessário, mas só depois de alguns minutos é que o EcoSport funcionou sem falhas. Isso pode ser um incômodo maior para quem precisar vencer as rampas de uma garagem em subsolo, por exemplo.

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Sem escorregar

Recurso ótimo para quem não gosta de ladeiras, o HLA é um assistente de partida em rampa. Nas subidas, ele aciona o freio por cerca de 3 segundos, tempo mais que suficiente para o motorista engatar a primeira marcha e sair sem deixar o carro descer. Se precisar manobrar em ré numa descida, ele também segura o carro. E o sensor de estacionamento traseiro ajuda, com avisos sonoro e visual, por meio de uma tela no painel.

Assim como a geração anterior era montada sobre a plataforma do antigo Fiesta, o novo EcoSport utiliza como base a plataforma do New Fiesta – que deixa de vir do México e passa a ser fabricado em Camaçari ainda este ano. Portanto, comparar o novo Eco com o Duster, por exemplo, equivaleria a confrontar o New Fiesta com o Sandero. A Ford, inclusive, espera conquistar compradores oriundos de categorias superiores, que hoje estão de olho em versões de entrada de modelos como Hyundai ix35, Kia Sportage e Mitsubishi ASX. Para isso, a família EcoSport chegará atacando em bando, com as versões S (53490 reais), SE (56490) e FreeStyle (59990), todas com o Sigma 1.6 16V de 115/110 cv. Quem quiser um motor mais potente terá à disposição o Duratec 2.0 16V de 147/141 cv nas versões FreeStyle (62490 reais) e Titanium (70190).

Beleza interior

A modernidade da carroceria se repete na cabine, com destaque para a tela multifuncional de 3,5 polegadas. Amplos porta­objetos nas portas, gaveta embaixo do banco do passageiro, comandos de som e telefonia no volante e porta­luvas com comunicação com o sistema de ar­condicionado facilitam a vida a bordo.

Os plásticos têm textura e brilho agradáveis, mas as molduras prateadas refletem nos vidros laterais, atrapalhando a consulta aos espelhos.

Renovado, o EcoSport tem tudo para dominar de vez o segmento com as versões de entrada e se aventurar por outros caminhos, onde rivais mais nobres e maiores o esperam.

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PONTOS POSITIVOS

Vida fácil

O Ford Sync permite configurar as funções do carro
e controlar dispositivos externos, como um iPod. Porta-luvas tem comunicação com o ar-condicionado, mas falta iluminação. Pelo volante se controla o som e o celular.

PONTOS NEGATIVOS

Dá para melhorar

Cinto do motorista se prende na alavanca de ajuste do banco, chegando
a desencaixá-la. No teto, faltam as alças de segurança para os passageiros. O estepe ainda é suportado pela tampa. E ela continua sendo fonte de ruídos.

DIREÇÃO, FREIO
E SUSPENSÃO


A direção elétrica é leve. Bem calibrada, tem boa progressividade, o que proporciona sensação de segurança em velocidades elevadas.

★★★★☆

MOTOR E CÂMBIO

O conjunto é bem acertado e adaptou-se bem ao carro. O Eco pesa 98 kg a mais
que o New Fiesta, mas mesmo assim registrou números bem próximos aos obtidos pelo hatch.

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★★★★

CARROCERIA

O desenho agrada, mas a unidade avaliada – pré-série, segundo a Ford – apresentava desalinhamento
da tampa traseira e peso excessivo das portas dianteiras,
o que dificultava
sua movimentação inicial de abertura.

★★★★

VIDA A BORDO

Assim como o design externo, a cabine evoluiu muito. Refinada e hi-tech, nem de longe lembra a do antecessor.

★★★★☆

SEGURANÇA

Tem airbag duplo, ABS e controles de tração e estabilidade de série.

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★★★★☆

SEU BOLSO

O novo Eco não é barato, mas justifica
o aumento de preço.
A versão S, com ar, direção, trio elétrico, ABS e airbag duplo custa 2 870 reais mais que o antigo FreeStyle.

★★★★

OS RIVAIS Duster Dynamique 1.6 16V

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É só um pouco mais completo que o Ford básico e custa 540 reais a mais. Mais espaçoso e maior, sofrerá com o novo Eco.

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ASX 2.0 16V

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Custa 82 990 reais. Será feito no Brasil em 2013 e ganhará motor flex e face-lift. Deve sentir
os efeitos da estreia do Eco.

VEREDICTO

Mesmo com preço alto, a versão FreeStyle 1.6 deverá continuar no topo do mix de vendas. A inclusão de itens de conforto, tecnologia e, sobretudo, de segurança ajudará o modelo a atrair a atenção de consumidores mais exigentes.

>> Confira aqui a Ficha Técnica do carro

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