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Fiat 1200 Coupé / Cabriolet: a doce vida

Com esse esportivo, a Fiat refletiu o charme e a efervescência cultural da Itália na virada dos anos 60

Por Fabiano Pereira
Atualizado em 23 nov 2016, 21h36 - Publicado em 5 set 2016, 20h48
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  • Fiat 1200 Coupé
    O nome 1200 remetia ao motor de 1,2 litro ()

    Passada a recuperação da Segunda Guerra, a partir do fim dos anos 50 a Itália viveu uma ebulição social e cultural. Alguns dos filmes mais comentados do mundo vinham de lá. Sua música popular fazia sucesso além de suas fronteiras.

    Pequenos, charmosos e espertos, seus carros nem precisavam dos V8 e rabos de peixe americanos para entrar nesse clima e arrebatar corações. Se a Giulietta retratava essa fase entre os Alfa Romeo, a Fiat – maior marca italiana – deu sua contribuição com os 1200 Cabriolet e Coupé.

    Desenhados pela Pininfarina, eles estrearam no Salão de Genebra, em 1959. O Cabriolet exibia linhas modernas, retas e discretas, além de um motor 1.2 de 52 cv e câmbio de quatro marchas. Mais raro, o Coupé era comercializado pela própria Pininfarina. Logo em seguida era apresentada a versão 1500 trabalhada pela preparadora Osca, com 67 cv.

    Fiat 1200 Coupé
    Este 1961 é uma versão vendida pela alemã NSU ()
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    Em 1961, ele ganhou um “S” no nome e, um ano depois, viria o 1600 S, com motor 1.6 de 90 cv, reconhecível pela tomada de ar no capô no lado do motorista. No Salão de Genebra de 1963, a versão 1200 já não era mais oferecida. A grade do 1500 ficava mais larga, sendo que no 1600 S ela embutia faróis suplementares, e ambos perdiam a tomada de ar no capô.

    O 1200 Coupé 1961 das fotos tem uma peculiaridade: é uma versão vendida sob licença pela NSU-Fiat, joint venture da NSU alemã com a marca italiana. Em 1963, essa versão de carroceria deixaria de ser igual à do modelo italiano e ganhava desenho próprio, chamando-se Neckar 1500 TS. Pela pesquisa do restaurador Ricardo Oppi, que trabalhou no carro, só este cupê e mais três conversíveis vieram ao Brasil.

    Fiat 1200 Coupé
    Seu design lembrava os esportivos ingleses da sua época ()

    O espaço interno do 1200 Coupé é justo, a cabeça fica junto ao teto e as colunas finas privilegiam a visibilidade. O banco traseiro é meramente decorativo. Dirige-se o 1200 com as pernas esticadas. De fácil alcance, o câmbio possui engates um pouco longos, porém precisos.

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    Fiat 1200 Coupé
    Instrumentos simples e o detalhe do retrovisor sobre o painel ()

    Apesar da baixa cilindrada, o motor sobe rápido de giro. Com curso pequeno e biela longa, ele desloca o torque máximo para rotações mais altas, produzindo um ronco encorpado. O carburador de duplo corpo progressivo traz um segundo estágio mecânico. Uma quinta marcha faz falta. A suspensão dura e o baixo centro de gravidade ajudam nas curvas, mas os tambores nas quatro rodas não respondem à altura de quanto o carro anda.

    Na Itália, o Cabriolet e o Coupé lançados em 1959 duraram até 1966, encerrando uma produção estimada em 43000 unidades. No auge da boemia da célebre e charmosa Via Veneto – em volta dessa área se passa o filme A Doce Vida, de Fellini –, nenhum outro Fiat combinou mais com o espírito de seu tempo que os 1200 Cabriolet e Coupé e suas evoluções.

    Ficha Técnica – Fiat 1200 / 1500 Coupé 1961
    Motor 4 cilindros em linha de 1,2 / 1,5 litro; 52 cv a 5.200 rpm / 75 cv a 6.000 rpm
    Câmbio manual de 4 marchas, tração traseira
    DImensões 403 cm; largura, 152 cm; altura, 130 cm; entre-eixos, 234 cm; peso, 905 / 990 kg
    Desempenho 0 a 96 km/h em 19,1 / 10,6 segundos; máxima de 145 / 170 km/h

     

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