F-1: Ecclestone volta a ameaçar futuro do GP do Brasil
Questões financeiras podem excluir prova do calendário de 2017
A participação do Brasil no calendário da Fórmula 1 está em xeque mais uma vez. Segundo informações da revista Auto Motor und Sport, Bernie Ecclestone, dono da FOM (Formula One Management, empresa responsável pelos direitos comerciais da categoria) e homem forte da F-1, indicou que o GP do Brasil pode não ser realizado na temporada 2017. É a segunda vez em três meses que Ecclestone questiona a viabilidade da prova.
“Pode ser que o GP aconteça pela última vez neste ano no Brasil”, afirmou Bernie. A revista afirma que a etapa realizada no Autódromo de Interlagos não é vista como economicamente rentável aos cofres da F-1, especialmente pelo fato da Rede Globo (atual dona dos direitos de transmissão) aplicar uma rígida política de contenção de gastos.
Em março passado, Ecclestone já havia declarado à emissora Sky Sports que a prova brasileira poderia não ser realizada neste ano por conta de dificuldades financeiras que atingem a organização da prova. A corrida, no entanto, não só está confirmada para 13 de novembro como já tem ingressos à venda há alguns meses.
Se vale como consolo, o GP do Brasil não é a única prova ameaçada do calendário. O GP da Alemanha não foi realizado em 2015 devido a problemas financeiros com os administradores do autódromo de Nürburgring, mas acontecerá neste ano em Hockenheim, no dia 31 de julho. Caso não seja assinado um novo contrato com Nürburgring, a etapa alemã pode não acontecer em 2018. O GP da Itália também estava cercado de incertezas pela falta de suporte financeiro, mas a cervejaria Heineken, nova patrocinadora da F-1, assegurou a realização da prova nesta temporada.
O contrato da FOM com os organizadores do GP do Brasil foi renovado até 2020, sendo que a Prefeitura de São Paulo se comprometeu a realizar diversas obras para melhorar a infraestrutura do autódromo. Algumas mudanças foram realizadas à tempo de receber a prova de 2015, mas as principais melhorias – como a ampliação da área dos boxes e a construção de boxes auxiliares próximo ao “S” do Senna – ainda serão executadas. Em comunicado divulgado à imprensa, a organização do GP do Brasil de F-1 afirma que “não existe condição legal para o rompimento do contrato com a empresa promotora do evento”, assegurando que a prefeitura “está seguindo à risca o projeto de reforma do autódromo de Interlagos” e que “… para o GP deste ano, a área de paddock será ampliada, melhorando ainda mais as condições de trabalho das equipes.”