Há algumas semanas, dois hackers-pesquisadores preocuparam o mundo automotivo com o anúncio de que haviam conseguido assumir o controle de um Jeep Cherokee enquanto estavam no próprio sofá. Tal situação mobilizou a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) a fazer um grande recall, envolvendo 1,4 milhão de veículos, para atualizar o software do sistema multimídia Uconnect – a porta aberta durante a invasão.
Em matéria publicada pelo site Automotive News, especialistas na área de tecnologia afirmam que, com o passar do tempo e o consequente desenvolvimento de novas funções para os sistemas multimídia conectados (com acesso à Internet), os motoristas se tornarão alvos em potencial de golpistas virtuais.
“Hoje, a motivação de se hackear um carro é a possibilidade de machucar uma pessoa ou companhias automotivas”, diz Thilo Koslowski, vice-presidente da consultoria Gartner. Por outro lado, a partir do momento em que os motoristas puderem fazer compras livremente ao volante, “o carro, definitivamente, será visto como um dispositivo vulnerável”.
Algumas tecnologias desse tipo já estão sendo utilizadas nos Estados Unidos. A Ford, por exemplo, tem um aplicativo que permite a encomenda de pizzas da Domino’s a partir de um comando de voz. Já a General Motors conta com o AtYourService, que, entre outras opções, pode reservar um quarto de hotel por meio do Priceline.org. A perspectiva é de que, em 2020, 40% dos carros 0km vendidos globalmente permitam compras online.
Outro provável foco para os invasores deve ser o dos aplicativos bancários e de cartão de crédito. A Visa, por exemplo, já tem um aplicativo para smartphone e tablet que permite ao carro efetuar compras de combustível, fast food e o pagamento em estacionamentos.