Dois ícones esportivos nacionais estão frente a frente no Duelo da Semana. Ford Escort XR3 e Volkswagen Golf GTI embalaram os sonhos de toda uma geração de motoristas entre os anos 80 e 90, e agora lutam pelo seu voto.
A versão nervosa do Escort foi lançada no fim de 1983. O motor 1.6 CHT rendia bons 83 cv, suficientes para fazer o carro de 936 quilos acelerar de 0 a 100 km/h em 13,4 segundos, atingindo a velocidade máxima de 163 km/h. Nem tanto para os padrões atuais, mas suficientes para causar rebuliço na época. Seu poder de sedução aumentou ainda mais dois anos depois, quando o XR3 Conversível chegou às revendas. Feito em parceria com a empresa de carrocerias Karmann-Ghia, ele reinou como único modelo sem teto até 1991, quando a Chevrolet resolveu lançar o Kadett GSi.
Antes disso, em 1986 o Escort ganhou o mesmo visual adotado na Europa, mantido até a chegada da segunda geração da família Escort (e dos XR3) em 1993. A criação da Autolatina, fruto de uma fusão com a Volkswagen, trouxe novos motores ao Escort: primeiro o AP-1800 da linha Gol, em 1989, e depois o AP-2000, quatro anos depois. A linha XR3 resistiu até 1995, quando foi substituída pelo Escort Racer, sem o mesmo apelo visual e oferecido somente na carroceria notchback (com dois volumes e meio).
Já o Gol GTi foi um dos esportivos mais cobiçados da indústria brasileira. Embora não tenha sido a primeira versão invocada do Gol (a VW já havia lançado o GT em 1984 e o GTS em 1987), foi o GTi que ganhou mais fama entre os fãs de velocidade. Apresentado com pompa no Salão do Automóvel de 1988, ele foi o primeiro veículo fabricado em série no país com injeção eletrônica de combustível.
O motor AP-2000 tinha 112 cv e torque máximo de 17,5 mkgf. Em nossa pista de testes, o GTi levou 10,3 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h – número ligeiramente inferior aos 8,8 segundos divulgados pela Volkswagen. Alguns detalhes reforçavam o caráter de exclusividade, incluindo os bancos feitos pela Recaro, o painel exclusivo e a bela cor Azul Mônaco com a parte inferior da carroceria tingida de cinza – a única combinação de cores disponível no lançamento, aliás.
A reestilização da linha Gol em 1991 trouxe visual atualizado (com novos faróis) e mais opções de cores, além das famosas rodas de liga leve Orbital. Cinco anos depois a VW trouxe a segunda geração do Gol, conhecida entre os aficionados como “Bolinha”. Além do GTI (com “I” maiúsculo mesmo) de 108 cv, o modelo causou sensação com o GTI 16V. Equipado com um bloco importado do Golf alemão, o motor 2.0 rendia 145 cv e torque de 18,4 mkgf, levando-o aos 203 km/h. O motor, inclusive, obrigou a engenharia da VW brasileira a fazer uma adaptação no capô do Gol, que ganhou uma “bolha” para abrigar o cabeçote mais alto que o modelo nacional. Depois desta saudosa versão, porém, o GTI entrou em decadência. Acabou sobrevivendo até meados dos anos 2000, já com o visual da “Geração III”, mas sem os detalhes exclusivos que o diferenciavam das versões convencionais.
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