Dois meses após o momento mais difícil de sua história, o Rio Grande do Sul vai recuperando (e incrementando) sua economia: nesta quinta-feira (11), a Chevrolet anunciou que sua fábrica em Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, receberá R$ 1,2 bilhão em investimentos para fabricar um novo carro, além de outras novidades.
“Esse investimento nos permitirá concorrer em segmentos que ainda não cobrimos, tanto no Brasil quanto no mercado de exportações”, discursou Santiago Chamorro, presidente da General Motors na América do Sul, que confirmou a chegada do carro para 2026. As apostas recaem sobre um SUV do Onix, que ficaria obviamente abaixo do Tracker. Esse suposto carro iria de encontro à estratégia de marcas como a Volkswagen, que também prepara um utilitário abaixo do Nivus.
A QUATRO RODAS, Chamorro foi além e confirmou que o veículo usará a mesma plataforma do Onix mas não terá, ao menos inicialmente, qualquer eletrificação — dois aspectos que reforçam a aposta num SUV que gire em torno dos R$ 100.000. O motor 1.0 turbo já utilizado por Onix e Onix Plus deve receber injeção direta e, além de poluir menos, elevará seus números de potência e torque (116 cv e 16,8 kgfm, atualmente). Espera-se mudança parecida no Tracker 1.2 turbo, mas, com a declaração de Chamorro, parece que apenas esse utilitário terá alguma eletrificação num curto prazo.
Mais novidades
Em janeiro, Chamorro e seu vice, Fabio Rua, se reuniram com o presidente Lula em Brasília, a fim de anunciar um total de R$ 7 bilhões a serem investidos no Brasil até 2028. O dinheiro destinado a Gravataí faz parte desse bolo e, ainda que o irmão do Onix não estreie eletrificado, haverá bastante foco em híbridos e novas tecnologias.
O investimento, segundo apuramos, também dará vida às reestilizações das linhas Onix e Tracker, começando pelo Tracker, no início de 2025. Além de mudanças visuais, de acabamento e na motorização, os modelos poderão ganhar a central multimídia que estreou na Spin, com integração ao quadro de instrumentos.
Para dar conta do volume extra, a fábrica de Gravataí operará em três turnos, atingindo produção praticamente ininterrupta alguns anos após sofrer bastante com a crise de semicondutores. A QUATRO RODAS, o diretor de assuntos governamentais Adriano Barrosa também ressaltou que o novo acordo com o governo estadual, no que tange a benefícios fiscais, foi importante para a segurança e previsibilidade necessários para a expansão da GM no Brasil. “Antes havia um desalinhamento entre o período de incentivo e o período de fabricação do produto (…) Agora, é um incentivo por unidade produzida”, disse.