O Brasil pode elevar em 350 milhões de dólares anuais a cota de importação de veículos fabricados no México. A ação modificaria o acordo automotivo que mantém com o país e que foi renegociado em março para limitar suas compras no país parceiro. Segundo dados oficiais do México, o Brasil importou no primeiro semestre deste ano 108.996 automóveis, 135% a mais que no mesmo período de 2011.
Segundo a agência de notícias Reuters, a decisão responderia à pressão de algumas montadoras brasileiras que em apenas seis meses superaram ou estão prestes a exceder a cota de importação livre de impostos para o primeiro ano, que vai de março passado a abril de 2013, ocasionando uma série de custos adicionais.
Uma fonte do governo mexicano informou que não houve uma “formalização do provável pedido, mas nós entendemos que eles têm um interesse em elevar a taxa, embora ainda não tenha ocorrido nenhum contato oficial”.
“Entendemos que seria de cerca de 350 milhões de dólares”, declarou a fonte, comentando que há duas semanas foi acertada uma reunião entre representantes dos dois governos para discutir a questão na capital mexicana, mas o encontro foi abruptamente cancelado porque “aparentemente os brasileiros ainda ajustariam suas cifras”.
Uma autoridade brasileira, que pediu anonimato, disse que a faixa poderia estar entre 300 e 500 milhões de dólares.
Uma outra fonte do governo brasileiro consultada sobre uma possível extensão da cota, afirmou que “neste momento não há negociações”. No momento, o presidente eleito do México, Enrique Peña Nieto, está no Brasil como parte de uma viagem a vários países da região. O presidente, que toma posse em 1 de dezembro, se reunirá nesta quinta-feira com a presidente Dilma Rousseff.