No início da semana, o grupo indiano Mahindra anunciou a já espera aquisição do estúdio italiano Pininfarina por US$ 28 milhões, mais uma injeção de US$ 125 milhões para pagar as dívidas contraídas pelo estúdio – que nos últimos anos viu minguar as encomendas de design para montadoras, cada vez mais concentradas em seus próprios estúdios de criação.
Em entrevistas concedidas a publicações americanas, o CEO Anand Mahindra deu algumas pistas dos planos indianos. Segundo ele, a relação íntima com a Ferrari (para quem a Pininfarina desenha carrocerias desde a década de 1950) deve continuar, assim como o atendimento à Maserati. A sede do estúdio continuará na Itália, e até mesmo o atual chairman da empresa (Paolo Pininfarina) será mantido no cargo.
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Além de dar um belo upgrade do design no mínimo polêmico dos veículos Mahindra atuais – alguns deles já conhecidos do público no Brasil, país onde a marca atuou de 2008 a 2015 – a aquisição pode gerar algo inédito: transformar a Pininfarina em uma marca de fato, com modelos próprios, provavelmente concentrados nos segmentos tradicionais do estúdio, como os superesportivos e os carros de luxo. Isso justificaria os planos divulgados pela Mahindra para investir até US$ 164 milhões na Pininfarina.
Questionado a respeito, o CEO do grupo indiano não negou nem confirmou; disse apenas que não poderia responder à pergunta. Nesses casos, costuma valer aquele velho ditado: quem cala consente.