Guia de Usados: BMW Série 1 (1ª geração)
Notável pelo status e dirigibilidade, a primeira geração do hatch alemão exige cuidados especiais com a manutenção
BMW 120i
Ter um BMW na garagem sempre foi um privilégio, já que a marca combina classe, esportividade e refinamento técnico. Essa reunião de bons predicados nunca custou pouco, mas ficou muito mais acessível com a primeira geração dos Série 1.
A estreia foi com o 120i, em 2005: trazia quatro portas, estilo característico da marca, e um motor 2.0 com recursos como o Double Vanos (variação de tempo dos comandos de válvulas) e o Valvetronic (admissão sem borboleta, por meio do levante variável das válvulas). O câmbio é de seis marchas, manual ou automático.
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Seus 150 cv são só suficientes para seus 1.350 kg, mas sua dirigibilidade é excepcional: a tração traseira, a suspensão multilink (nas quatro rodas) e a perfeita distribuição de peso entre os eixos eram auxiliados por controles de estabilidade e tração, bloqueio eletrônico do diferencial e um ABS com distribuição eletrônica de frenagem e controle de frenagem em curvas. A segurança era complementada por airbags laterais e de cortina.
BMW 120i
O nível de equipamentos é digno dos irmãos maiores: ar digital, bancos de couro, rodas de aro 17, CD player com comandos no volante, computador de bordo, sensores de farol, de chuva e de ré, faróis bixenônio e teto solar com acionamento elétrico.
A qualidade de construção da marca se mostrava no acabamento do interior, com bom conforto para os ocupantes dos bancos dianteiros. Mas porta-malas é limitado: só 330 litros.
BMW 120i
Em 2010 chegou o 118i, com o 2.0 reduzido para 136 cv. Para custar menos, suprimiram itens como o xenônio, teto solar e ar digital. Mas o desempenho é quase o mesmo: o 120i e o 118i vão de 0 a 100 km/h em cerca de 11,5 s. Quem busca desempenho deve levar o 130i: seu 3.0 seis cilindros rende 265 cv (0 a 100 em cerca de 6 s).
BMW 120i
Como o Série 1 exige ferramentas especiais e mão de obra qualificada, é imprescindível analisar bem o histórico de manutenções antes de fechar negócio. É possível fazer a manutenção fora da rede, mas nunca será barata: é um carro que não admite peças adaptadas ou gambiarras.
A VOZ DO DONO
Nome: Silvio Alberto Randi
Idade: 54 anos
Profissão: engenheiro
Cidade: Campinas (SP)
O que eu adoro: “O comportamento dinâmico é inigualável: traz muito prazer ao volante sem abrir mão da segurança. Atemporal, o desenho tem presença e é sempre reverenciado como um autêntico BMW.”
O que eu odeio: “O custo de manutenção é elevado: a rede autorizada cobra valores exorbitantes nas peças e na mão de obra, mas foge da responsabilidade frente a problemas crônicos como o vazamento de óleo do cabeçote.”
BMW 120i
ONDE O BICHO PEGA
Cabeçote – Os retentores de válvulas dos motores quatro cilindros sofrem com as condições adversas de temperatura e combustível, resultando em queima de óleo e queda no desempenho. Fique atento à presença de fumaça em marcha lenta: o reparo pode custar até R$ 13.000 na rede ou R$ 8.000 em oficinas independentes.
Pneus – Verifique se foram mantidos os pneus do tipo runflat, pois eles costumam ser trocados por pneus convencionais, que custam menos e apresentam melhor aderência e durabilidade. Nesse caso, certifique-se de que há um estepe provisório para emergências.
Faróis – Falhas do sistema bixenônio podem ser causadas por panes na lâmpada principal, no reator ou no módulo de controle. Veja também se o recurso direcional está funcionando corretamente.
Nível do óleo – Os quatro cilindros costumam apresentar vazamento pela junta da tampa de válvulas, anéis de vedação da bomba de vácuo e flange do sensor de rotação do comando de válvulas. Uma revisão geral aqui custa cerca de R$ 1.200.
Painel – A luz de anomalia (amarela) acesa no painel pode indicar danos nas duas sondas lambda, mau funcionamento do sensor de pressão diferencial no coletor de admissão ou bicos injetores sujos.
NÓS DISSEMOS…
Abril de 2005: “O principal traço do Série 1 está no sistema de tração traseira, que tem influência direta no comportamento neutro do carro nas curvas. (…)A impressão ao dirigir o BMW é a de que está tudo sob controle. A suspensão (…) oferece a dose certa de firmeza nas curvas, sem se descuidar do conforto.”
2005 | 2006 | 2007 | 2008 | 2009 | 2010 | |
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120i 4P | R$ 42.946 | R$ 44.898 | R$ 48.052 | R$ 50.036 | R$ 52.320 | R$ 54.334 |
118i 4P | – | – | – | – | – | R$ 49.262 |
130i 4P | – | – | R$ 65.400 | R$ 70.335 | R$ 80.836 | R$ 83.360 |
Original | Paralelo | |
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Para-choques (dianteiro) | R$ 2.827 | R$ 1.000 |
Farol (cada um) | R$ 6.703 | R$ 800 |
Retrovisor (cada um) | R$ 1.800 | R$ 700 |
Discos de freio (par) | R$ 1.734 | R$ 480 |
Pastilhas de freio (jogo) | R$ 1.154 | R$ 540 |
Kit de embreagem | R$ 2.778 | R$ 3.700 |
Amortecedores (os quatro) | R$ 4.206 | R$ 2.400 |
PENSE TAMBÉM EM UM...
Mercedes C 230 K Sportcoupe / CLC 200 Kompressor – Entre os rivais, só os cupês Mercedes oferecem o prazer da tração traseira: o C 230 K tem um 2.3 de 197 cv, capaz de um 0 a 100 km/h em 10,2 s. Com a mesma plataforma, o CLC traz linhas mais atuais e quase o mesmo desempenho com seu 2.3 de 184 cv.