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BYD Yangwang U9 é elétrico de 1.300 cv que pode pular e custa R$ 700.000

Primeiro supercarro da BYD tem 1.305 cv, os sistemas de suspensão e aerodinâmica mais avançados da empresa mas tem peso de SUV de luxo

Por Henrique Rodriguez, de Shenzhen (China)
Atualizado em 13 fev 2024, 17h05 - Publicado em 13 fev 2024, 17h00
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  • A lógica de um supercarro é conseguir colocar o motor mais potente no menor chassi possível e garantir a melhor aerodinâmica sem elevar muito o peso. Para demonstrar toda a capacidade dos seus sistemas elétricos e eletrônicos, o BYD Yangwang U9 vai contra todos esses princípios. Mas promete que ainda é rápido e pode compensar tudo com tecnologia.

    Para um supercarro, o Yangwang U9 é gigante. São 4,96 m de comprimento, 2,02 m de largura, 1,29 m de altura, e 2,9 m de entre-eixos. Para efeito de comparação, ele é mais comprido e tem entre-eixos maior que o de um Jeep Commander, um SUV grande com capacidade para sete passageiros. Também elétrico, o Rimac Nevera mede 4,75 m de um para-choque a outro e tem 2,74 m de entre-eixos.

    BYD Yangwang U9
    (Divulgação/BYD)

    Um dos argumentos pode ser a necessidade de alocar a bateria Blade de 100 kWh fabricada pela FinDreams, uma subsidiária da BYD. De acordo com o ciclo WLTP, ela também vai garantir até 700 km de autonomia – cerca de 200 km a mais que do Nevera.

    A plataforma eletrônica é a e4, a mesma do SUV Yangwang U8 com um motor de 326 cv responsável por cada uma das rodas. O pico é de 1.305 cv e e 130,5 kgfm de torque. Mas a aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 2 s, como promete a BYD, e a velocidade máxima de 300 km/h soam quase um milagre diante do peso do U9.

    BYD Yangwang U9
    (Divulgação/BYD)
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    Não importa se a estrutura e a carroceria são feitos de fibra de carbono, se as portas, capô e tampa do porta-malas são feitos de fibra de carbono forjada. O Yangwang U9 pesa 2.475 kg. É 275 kg mais pesado que um Lamborghini Urus. Mas verdade seja dita: considerando a densidade das células Blade, cerca de 750 kg correspondem à bateria. 

    Motores elétricos e os sistemas da suspensão hidráulica também pesam bem, mas passam a sensação de tudo ser friamente calculado. Tanto que preferem destacar o nível de rigidez da estrutura, de 54,425 N·m/°.

    BYD Yangwang U9
    (Divulgação/BYD)

    Para contornar melhor as curvas, entram em ação a vetorização de torque independente para cada motor e o controle individual de cada uma das suspensões por meio de um sistema hidráulico com atuação mais rápida que os sistemas pneumáticos mais tradicionais, e com mais amplitude que aquela possível usando amortecedores magnéticos.

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    BYD Yangwang U9
    (Divulgação/BYD)

    A suspensão Disus-X é quem vai fazer o carro grudar no chão, mesmo com a alta potência. Além de servir para se exibir com os saltos e danças, o sistema controla os movimentos laterais, longitudinais e verticais da carroceria de maneira independente em cada uma das rodas, permitindo até que ele ande com apenas três pneus em contato com o solo.

    BYD Yangwang U9
    (Divulgação/BYD)

    Uma sacada do controle da suspensão é deixar o carro bem rente ao asfalto na pista (declaram um centro de gravidade quase 40 cm abaixo daquilo que é considerado normal), reduzindo a rolagem e a inclinação nas frenagens, ao mesmo tempo que pode elevar o carro ao vão livre de 14,5 cm, podendo encarar rampas sem medo de raspar.

    BYD Yangwang U9
    (Divulgação/BYD)
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    Ainda tem elementos de aerodinâmica ativa, como um braço no extrator traseiro que se estende para controlar o fluxo de ar na traseira a seu favor. De acordo com a BYD, há 12 modos de atuação dos kits de aerodinâmica ativa e passiva, que também modifica a atuação da enorme asa traseira de fibra de carbono.

    Design de McLaren?

    BYD Yangwang U9
    (Divulgação/BYD)

    Por fora, a semelhança com carros da McLaren vem dos faróis em forma de ‘C’, mas a largura do carro é maior e sua frente é mais bicuda. Atrás, o destaque é para a lanterna formada por 66 barras de led, que se iluminam junto com duas barras paralelas iluminadas na espinha dorsal do carro. Só que ali embaixo há um porta-malas, não um motor central-traseiro enorme.

    BYD Yangwang U9
    (Divulgação/BYD)
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    Para acessar a cabine é preciso apertar um botão na tomada de ar lateral. A abertura é elétrica, para cima. A principal surpresa está na posição de dirigir alta para um supercarro, devido ao pacote de baterias sob o assento. O quadro de instrumentos é digital, mas uma tela igual vai na frente do passageiro para seu entretenimento. Desta forma, a tela central vertical pode ser usada apenas para controlar funções do carro.

    BYD Yangwang U9
    (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

    Os bancos são mais confortáveis do que o tipo de carro sugere. Indo além dos ajustes elétricos, tem bolsas laterais que atuam ativamente em curvas para controlar o movimento da coluna do passageiro. É uma suspensão ativa para cada um ali dentro.

    BYD Yangwang U9
    (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

    Mas a experiência com o Yangwang U9 parou por aqui. A unidade ainda é um protótipo e, embora fosse funcional, não foi disponibilizado pela BYD para condução. Mas já ajudou a dar pistas sobre o que a fabricante chinesa é capaz de fazer. E que, agora que há um carro como esse, poderá evoluir conceitos para otimização do peso e das dimensões.

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    BYD Yangwang U9
    (Divulgação/BYD)

    Pelo menos uma característica deste supercarro é compartilhada com outros BYD. Seu preço corresponderá a apenas uma fração de qualquer outro supercarro: fala-se em 1 milhão de yuan, o que corresponde a pouco menos de R$ 700.000 no câmbio atual.

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    A BYD já confirmou que a marca Yangwang chegará ao Brasil em 2024. Entretanto, o U9 não virá, por enquanto. Quem fará as honras da estreia é o U8, porém nada impede que o esportivo chegue aqui posteriormente.

    Ficha técnica – BYD Yangwang U9

    Preço: R$ 695.000 (China, estimado)
    Motor: 4 elétricos, um por roda, assíncronos, 326 cv cada, 1.305 cv total, 130,5 kgfm
    Bateria: fosfato de ferro-lítio, 100 kWh
    Câmbio: autom., 1 marcha, 4×4
    Suspensão: duplo A (diant.), multibraços (tras.)
    Freios: disco ventilado nas quatro rodas
    Pneus: 275/35 R21
    Dimensões: compr., 4,96 m; larg., 2,02 m; alt., 1,29 m; entre-eixos, 2,9 m; peso, 2.475 kg
    Desempenho*: 0 a 100 km/h, 2 s; veloc. máx., 300 km/h; auton., 700 km

    *Dados de fábrica

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