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Peugeot 404 é clássico francês reconhecido pela resistência e durabilidade

O mítico sedã consolidou sua reputação de qualidade e valentia nos quatro cantos do mundo

Por Felipe Bitu | Fotos Alexandre Battibugli
14 jan 2023, 08h48
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Apresentado em abril de 1955, o Peugeot 403 foi o primeiro modelo da marca francesa a ostentar o estilo italiano do estúdio Pininfarina.

Para desespero dos executivos da fábrica, porém, o modelo tornou-se obsoleto em apenas seis meses: a estreia do futurista Citroën DS no Salão de Paris do mesmo ano arrebatou a atenção do público e da crítica especializada mundial.

A reação da Peugeot ocorreu antes mesmo do ano terminar, ocasião em que o comando da empresa determinou o desenvolvimento de um sucessor em tempo recorde.

Peugeot 404 v
O rabo de peixe acompanhou o modelo por 15 anos (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

O novo sedã foi desenhado por Sergio Pininfarina em apenas três meses e o primeiro protótipo entregue em 1957. Em maio de 1960, o Peugeot 404 era finalmente apresentado ao mundo.

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Sóbrio e elegante, o 404 tinha carroceria monobloco com três volumes bem definidos e incorporava elementos de estilo norte-americano como o para-brisa envolvente e os discretos rabos de peixe traseiros. Seu desenho contemporâneo estava em paridade com o de sedãs italianos como o Fiat 1800/2100 e o Lancia Fulvia Berlina.

Peugeot 404
Escudo na grade era o mesmo do Peugeot 403 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Bem projetado, o Peugeot 404 apresentava uma solidez incomum graças à severidade dos testes de rodagem a que foi submetido em toda a Europa. Relativamente acessível, tornou-se um dos automóveis mais respeitados do mundo em razão de sua praticidade e robustez.

O conforto para cinco adultos era garantido pelos 2,65 metros separando os eixos. O interior era racional, com volante de dois raios sem assistência e aro da buzina cromado. Por trás dele estava o painel com velocímetro em escala horizontal e instrumentos básicos como termômetro do líquido de arrefecimento, marcador de combustível e luzes de advertência. Os bancos dianteiros eram individuais.

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Sob o capô estava o mesmo motor do 403, com cilindrada ampliada para 1,6 litro, comando de válvulas no bloco de ferro fundido e um cabeçote de liga Alpax (alumínio e silício) com fluxo cruzado e câmaras de combustão hemisféricas. Seus 72 cv eram enviados às rodas traseiras por um câmbio de quatro marchas com alavanca na coluna de direção.

Peugeot 404
Alavanca do câmbio na coluna de direção e bancos dianteiros individuais (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Era o bastante para acelerar seus 1.090 kg de 0 a 100 km/h em cerca de 18 segundos, com velocidade máxima de 144 km/h. Só não era mais rápido e veloz em razão do robusto diferencial com engrenagens do tipo sem-fim, quase indestrutíveis.

A suspensão dianteira tipo McPherson e traseira por eixo rígido tinha um bom compromisso entre conforto e estabilidade: o 404 fez muito sucesso nos temidos ralis africanos.

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Peugeot 404
Instrumentos circulares no painel foram adotados em 1967 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

A versão Super Luxe foi introduzida no modelo 1961 contendo calotas integrais, bancos reclináveis revestidos de couro, teto solar, antena de teto e profusão de cromados. Em pouco tempo, a Peugeot iniciou a exportação do 404 para os EUA, então o maior e mais rentável mercado automotivo do mundo.

Em meados de 1961, surge a opção da injeção mecânica de combustível Kugelfischer, sistema que permitiu um aumento na taxa de compressão e 88 cv para levar o 404 aos 160 km/h. No segundo semestre foi apresentado o 404 Cabriolet, seguido em 1962 pelas peruas 404 Familiale/Commerciale (com entre-eixos ampliado para 2,84 metros) e pelo 404 Coupé.

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O eficiente motor diesel de 1,9 litro e 55 cv foi oferecido a partir do modelo 1964, fazendo grande sucesso entre os taxistas: um protótipo quebrou nada menos que 40 recordes mundiais na categoria diesel em 1965, percorrendo mais de 16.000 km a uma média de 161,49 km/h.

Peugeot 404
Espaço no banco traseiro era generoso (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

A versão Super Luxe recebia freios assistidos e um novo bloco de motor, com cinco mancais de apoio para o virabrequim. O câmbio automático ZF de três marchas colaborou para que o 404 se tornasse o segundo modelo mais vendido na França.

Na Europa seus principais concorrentes eram o Alfa Romeo Giulia, Lancia Fulvia, BMW 1600 e Opel Rekord. Em 1968, os freios dianteiros recebiam discos e, no ano seguinte, a família cresce com a chegada de uma versão picape.

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Peugeot 404
Motor de 1,6 litro tinha câmaras de combustão hemisféricas (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

O sucesso do 404 era tão forte que nem mesmo a apresentação do sucessor 504 no Salão de Paris de 1968 abalou seu prestígio.

A produção do sedã em Sochaux, comuna francesa onde ficava a fábrica, chegou ao fim em 1975, mas a picape permaneceu em linha por mais quatro anos, totalizando mais de 1,8 milhão de unidades francesas do 404.

Outro milhão foi produzido em países das Américas, Europa, Oceania, Ásia e África, onde a última unidade saiu em 1988. Ícone automotivo, o 404 é hoje um dos modelos mais cultuados na história da Peugeot.

Ficha Técnica – Peugeot 404 1969

Motor: longitudinal, 4 cilindros em linha, 1.618 cm3, alimentado por carburador
Potência: 80 cv a 5.600 rpm
Torque: 13,5 kgfm a 2.500 rpm
Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira
Carroceria: sedã, 4 portas, 5 lugares
Dimensões: compr., 444 cm; larg. 162 cm; alt., 145 cm; entre-eixos, 265 cm
Peso: 1.090 kg
Pneus: 165 x 380 R15

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