Como todo recall envolve um defeito que ameaça a segurança, a maior preocupação de quem tem um carro convocado para o reparo é fazê-lo o mais rápido possível. Assim, dá para imaginar a decepção de Lauro Antônio Vieira, de Balneário Camboriú (SC), ao saber que o conserto do seu Civic 2007 estava agendando para dentro de cinco meses.
Ele é um dos proprietários de Honda que reclamam da demora para fazer o recall anunciado em 27 de julho, para a troca do insuflador do airbag do motorista dos modelos City, Civic, CR-V e Fit. Em caso de abertura, ele pode projetar fragmentos de metal contra o ocupante. “Eu contatei o 0800 da Honda ainda em julho e o atendimento foi agendado só para 9 de dezembro”, conta Lauro. “E a segurança minha e da minha família, como fica até lá?”.
Mas nem todos esperam tanto. A engenheira Selma Pinto Duarte, de São Paulo (SP), recebeu previsão de espera de quase três meses. “Estou muito preocupada por estar com um veículo que pode ter problemas com um item de segurança por incapacidade da montadora de efetuar a troca imediata das peças”, diz.
Em meados de agosto, nossa reportagem ligou para seis autorizadas em Campo Grande (MS), Palmas (TO), Rio de Janeiro e São Paulo, e em todas os atendentes alegaram que a montadora orientou as concessionárias a realizarem os novos agendamentos apenas a partir de novembro.
Consultada, a Honda do Brasil explica que, por se tratar de um recall mundial, “o fornecedor responsável pela produção do componente não consegue suprir a demanda global com maior agilidade”. Além disso, por ser um item importado, há dificuldades de logística e legislação que impedem “seu transporte por via aérea, o que poderia agilizar a chegada do componente ao ponto de destino.
Após alguns dias do início desta reportagem, ao menos um dos donos de Honda já estava feliz: após seu contato com a QUATRO RODAS, Lauro avisou que a Honda alterou o agendamento do Civic para 24 de agosto.
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