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Escolhendo a melhor funilaria

A seguradora tem uma lista enorme e você não sabe qual escolher? Ajudamos você a encontrar o melhor serviço

Por Gustavo Henrique Ruffo
Atualizado em 22 abr 2021, 16h59 - Publicado em 28 jan 2014, 16h15
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  • Automóvel sendo pintado em cabine de pintura com pressão positiva

    Bateram em seu automóvel e agora você é obrigado a recorrer ao seguro. Depois de aprovado o conserto, chega a hora da dúvida: qual funilaria escolher entre as dezenas de opções credenciadas pela companhia seguradora? Como ter certeza de que uma delas vai fazer um bom serviço? Acredite: há procedimentos fáceis de seguir para conseguir diferenciar uma oficina de pintura séria de outras despreparadas ou que pararam no tempo.

    “A primeira coisa que dá para perceber no local de trabalho é o tipo de solda que é utilizada. Não se usa mais oxiacetileno, aquela com a chama que esquenta as chapas. Esse processo é prejudicial, pois faz o aço perder a têmpera”, explica Silvio Rivarolla, diretor do Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios de São Paulo) e diretor técnico-operacional da oficina Evolution. “O correto é usar solda a ponto por resistência ou MIG/MAG.”

    Escolhendo uma funilaria

    Para identificar a solda oxiacetileno, mesmo que ela esteja fora de ação no momento, basta ver se ela está ligada a um cilindro de gás. A MIG/ MAG é elétrica, conectada a uma espécie de caixa de força. Chamada popularmente de ponteadeira, a solda a ponto não produz nenhuma chama e é igual à utilizada pelas montadoras nas fábricas. O tipo de solda é ainda mais importante nos veículos mais novos, que têm aços de alta resistência. Se eles perdem a têmpera, perdem também suas propriedades originais e passam a oferecer risco à estrutura do carro, porque ela não tem mais a mesma capacidade de absorver corretamente impactos em caso de acidente.

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    Bancada de estiramento

    Outro personagem popular em funilarias é o ciborgue, um braço mecânico colocado sob o veículo que estica carrocerias entortadas. Se a oficina só tiver esse tipo de equipamento, fuja. “É preciso que o local tenha uma bancada de estiramento e réguas específicas, para identificar a geometria do carro”, diz José Nogueira dos Santos, sócio da Dikar, considerada uma das melhores funilarias de São Paulo. “Embora seja muito usado, o ciborgue não permite ancorar a carroceria por completo. Corre-se o risco da perda de referência das medidas originais do monobloco.” Em outras palavras, seu carro pode sair torto do reparo se não houver a bancada, também chamada de plataforma.

    Segundo Diego Lazari, analista técnico do Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária), as bancadas têm dois métodos de medição. “As de alto nível tecnológico usam a medição eletrônica, na qual o sistema compara as medidas do veículo colidido com as de fábrica, orientando o técnico a realizar o processo de estiramento no local correto. As de nível médio usam o compasso de varas graduado em milímetros, para alinhamento da estrutura por comparação.”

    Laboratório próprio

    “Outra boa forma de ver a qualidade da oficina é checar se ela tem laboratório que desenvolve as tintas. E é a tinta no padrão do fabricante, com o código correto, a quantidade de pigmentos exata. Existem até treinamentos nas fábricas de tintas para isso, algo que acabou com aquela história de ‘o pintor não acertou a cor do carro’. Quem tem laboratório próprio não tem esse problema”, diz Rivarolla. Nogueira complementa: “Bases e pigmentos são pesados em balança eletrônica computadorizada, e chapinhas de amostragem são pintadas e comparadas à parte original do veículo. Caso haja divergência, causada por exposição ao clima, é preciso fazer ajustes, o que é comum em carros usados.” Com a cor certa, a pintura também deve seguir alguns padrões.

    Escolhendo uma funilaria

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    “A oficina deve ter uma cabine com sistema de filtragem eficiente, com pressão positiva (o ar sai da cabine, quando se abre a porta) e plano aspirante (piso que suga o ar), para preparação de peças e veículos, que concentra os resíduos do lixamento a seco. Para manter uma boa qualidade e menor tempo de reparo, também é fundamental ter estufa”, diz Edson Lemes, coordenador de atividades pedagógicas do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) do Ipiranga, em São Paulo. “Os produtos de alta tecnologia só podem ser aplicados com estufa, senão perdem qualidade, e a cura (secagem) leva muito tempo. Ninguém pode ficar sem o carro por mais de uma semana”, diz Rivarolla.

    Questão ambiental

    Outra coisa que as oficinas modernas não tendem a fazer muito é recuperar peças de funilaria. “Os veículos hoje fazem mais troca de peças do que reparação. Se você repara a peça, pode perder a qualidade. Os antigos permitiam a restauração. Hoje, uma peça de lataria precisa ser trocada”, diz Rivarolla. Em todo caso, como a preocupação ambiental é cada vez maior, a recuperação é uma forma de poupar materiais, desde que seja possível. “A condição de reparação de peças é que ela não altere a estrutura ou a composição de seu material”, diz Lazari. Portanto, a recuperação deve ser usada principalmente em peças estéticas (lataria, para-choques etc.).

    Por fim, a maior prova de que a oficina é boa é a garantia do serviço. O prazo mínimo é algo com que boa parte dos entrevistados para essa reportagem concordam. “Embora o Código de Defesa do Consumidor mencione em seu texto 90 dias para garantia, ela não deve ser inferior a um ano nos serviços de carroceria”, diz Nogueira. Fora que, além de a oficina garantir o serviço, a indicação da seguradora também a torna responsável. “O cliente que vai a uma oficina recomendada acaba tendo dupla garantia: da oficina e da seguradora”, afirma Rivarolla.

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