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Entenda o funcionamento e as vantagens do compressor elétrico

Com a promessa de maior desempenho e menor consumo, ele pode até recuperar a energia dissipada pelos gases de escape

Por Henrique Rodriguez
Atualizado em 8 Maio 2021, 15h27 - Publicado em 19 ago 2016, 22h34
Compressor elétrico Audi
(Divulgação/Audi)

É fato que os turbocompressores evoluíram muito e se apresentam mais eficientes e menores em motores modernos. Mas, apesar de minimizado, o famigerado turbo lag – que é o tempo que leva para o turbo entrar em funcionamento – ainda se faz presente.

É aí que entra o compressor elétrico da Audi, que já está presente no SQ7. Tudo porque o que move a turbina (caixa quente) são os gases vindos do coletor de escape do motor. Este movimento é transferido, por meio de um eixo, a um compressor (caixa fria), responsável por comprimir o ar limpo que entra no motor.

A questão é que, em baixos giros, o motor não emite gases em quantidade suficiente para girar o compressor de forma satisfatória, provocando o turbo-lag. É aí que entra o turbo elétrico.

A grande sacada está em trocar a caixa quente por um motor elétrico, que torna-se o responsável por girar o compressor em qualquer intensidade, independente do motor.

O primeiro fôlego no motor é dado pelo – de acordo com a Audi, é necessário apenas 1/4 de segundo para entrar em funcionamento. Ele atua em baixos e médios giros até deixar todo o trabalho a cargo dos turbos convencionais.

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Neste momento, o compressor elétrico passa a aproveitar o fluxo de ar que passa por ele para gerar energia elétrica. Além de eliminar as deficiências das turbinas mecânicas, o compressor ainda recupera a energia dos gases de escape. Assim, é capaz de aumentar a eficiência do motor de 15% a 20%.

Conta de luz

Motor biturbo Audi compressor elétrico
(Divulgação/Audi)

 

Tamanha eficiência só é possível pois o dispositivo está vinculado a um subsistema elétrico de 48V. Como em momentos de pico ele necessita de até 7 kW (ou o mesmo que 4,5 secadores de cabelo ligados ao mesmo tempo), torna-se mais fácil e controlável gerar esta potências com um sistema elétrico de 48V e 145 amperes do que com um sistema convencional de 12v, que precisaria de 583 amp para gerar a mesma potência.

A energia recuperada pelo compressor vai para uma bateria exclusiva do sistema e pode ser aproveitada pelo sistema de 12v do resto do carro graças a um conversor.

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Outra questão relevante é o custo adicional da novidade. Por isso a estreia do sistema é num carro de alto desempenho, o Audi SQ7, versão esportiva do novo Q7 e dotada de motor turbodiesel. Nele, o ganho de desempenho extra é proporcionalmente maior e o valor pode compensar o gasto extra.

Seu motor é o V8 4.0 TDI (turbodiesel), que gera 441 cv e colossais 91,8 kgfm de torque, controlados pelo câmbio automático Tiptronic de oito marchas. Como se não bastasse ser o primeiro veículo de produção com turbo elétrico, também é o SUV a diesel mais potente do mundo e cumpre o zero a 100 km/h em 4,8 segundos, com velocidade máxima limitada a 250 km/h.

elétrica 48v

Protótipos anteriores estavam um pouco mais próximos da realidade prometida. Mais comum entre os modelos da Audi e da Volkswagen, o V6 3.0 TDI (que, inclusive, será usado pela Amarok) já recebeu turbo elétrico em duas ocasiões.

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No protótipo RS5 TDI, esse motor trabalhava com duas turbinas convencionais para chegar aos 385 cv, enquanto um A6 com um turbo elétrico e um convencional rendia 326 cv. Estima-se que esta combinação torne-se tão comum entre os carros da Audi em 2020 quanto os motores turbo são hoje.

E os motores a gasolina?

motor 2.5 tfsi turbo elétrico

Embora ainda não exista nenhum carro de produção com motor a gasolina e turbo elétrico, o TT Clubsport, apresentado no encontro de clientes do grupo VW Wörthersee do ano passado, foi o primeiro protótipo com esta configuração. Seu motor era o 2.5 TFSI de cinco cilindros gerando 600 cv e 66,3 mkgf de torque com um turbo elétrico e um comum, sendo que 20% de seu torque total é proveniente do compressor elétrico.

De acordo com a imprensa europeia, quem terá a primazia entre os carros a gasolina será o novo Audi RS4, previsto para o final do ano: seu V8 4.2 aspirado daria lugar a um V6 3.0 TFSI com turbo elétrico e 480 cv.

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