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Dirigimos: Novo Mercedes CLA é elétrico que pode virar híbrido para salvar a marca

A Mercedes quer mudar o futuro a partir do novo CLA, em que já andamos. Chega este ano carregado de ambição… e responsabilidade

Por Joaquim Oliveira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 set 2025, 20h49 - Publicado em 6 set 2025, 20h39
Mercedes-Benz CLA
O design ganhou mais expressividade na nova geração (Divulgação/Quatro Rodas)
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As coisas não estão correndo bem na Mercedes, especialmente com os modelos elétricos. A luxuosa dupla EQS e EQE, em particular, não convenceu os clientes da marca premium alemã na Europa e muito menos na China, onde tem sido ultrapassada por quase todos os fabricantes domésticos. Algumas das razões estão na limitação da plataforma, na tecnologia de carregamento modesta e na falta de poder de sedução no design.

Não é de estranhar, por isso, que a pressão em Stuttgart seja muito alta: o conselho de supervisão, sob o comando do seu novo presidente, Martin Brudermüller, reformulou recentemente o conselho de administração e as mudanças poderão não durar muito se não houver uma reviravolta nos números de vendas, lucros e estratégia elétrica, já a partir deste ano.

Mercedes-Benz CLA
No test-drive, feito em protótipo, antes do lançamento, o sedã agradou (Divulgação/Quatro Rodas)

Isso quer dizer que o CLA – com estreia na Europa e no Brasil no segundo semestre – é o modelo que nasce com mais pressão nas últimas décadas na Mercedes-Benz. E, mesmo equipado com tecnologias e uma arquitetura totalmente novas, o desafio preocupa: sabendo-se que o seu preço inicial vai se situar em torno dos 55.000 euros (cerca de R$ 365.000), será possível desafiar o establishment nos Estados Unidos, na China e Europa, onde um Tesla Model 3 pode ser comprado a partir dos 40.000 euros (R$ 266.000)?

É certo que o carro de Elon Musk já tem alguns anos de estrada, mas nem a sua performance nem a autonomia deverão ser superadas pelas entregas do novo sedã alemão.O novo CLA e os outros três modelos que serão feitos sobre a nova plataforma MMA (Mercedes Modular Architecture) – CLA Shooting Breake, GLA e GLB – foram projetados para serem unicamente elétricos. Mas, quando as vendas de carros elétricos estagnaram no Ocidente (e a torneira dos incentivos fechou na Alemanha), o projeto foi revisto e a decisão foi a de produzir também versões híbridas a gasolina simplesmente porque ter um novo modelo com esta importância e apenas elétrico seria arriscado.

Jimny Ilha de Pascoa
(Divulgação/Quatro Rodas)

Por esta razão, a Mercedes adotou uma estratégia que, até certo ponto, é próxima da seguida pela BMW, dando ao cliente a possibilidade de decidir com que tipo de energia quer que o seu carro ande. Mas, ao contrário dos principais concorrentes (leia-se Audi e BMW), os futuros modelos compactos da Mercedes deixarão de ter motores diesel ou híbridos plug-in, a começar por este CLA.

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Ele será servido por tração traseira ou integral, e deverá concorrer com as futuras gerações elétricas do Audi A4 e do BMW i3. Grande parte da tecnologia foi desenvolvida com o concept–car Vision EQXX, e a versão de produção em série começa com o carro de tração traseira com 272 cv, enquanto as versões mais potentes terão um segundo motor elétrico dianteiro de 109 cv.

O módulo elétrico frontal atua dependendo do modo de condução, quando é requerida mais potência ou quando há falta de tração traseira. Caso contrário, é desligado numa fração de segundo, deixando o eixo dianteiro em hibernação.

Mercedes-Benz CLA
(Divulgação/Quatro Rodas)

Na Alemanha, pode ser uma desvantagem considerável o fato de a velocidade máxima ser de 210 km/h, bem menos do que os 250 km/h de máxima do Tesla Model 3.

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A Mercedes demonstra especial orgulho por ter conseguido usar um inversor de carboneto de silício particularmente potente neste segmento de mercado. A nova arquitetura tecnológica é alimentada por um sistema elétrico de 800 volts, que permite potências de carregamento até 320 kW.

Mercedes-Benz CLA
Novo sistema operacional usa inteligência artificial (Divulgação/Quatro Rodas)

Atualmente, nem o topo de gama Mercedes EQS vai muito além dos 200 kW, e na Tesla o pico de potência de carga na dupla Model 3/Model Y situa-se nos 250 kW. Isso significa que o novo CLA deverá ser capaz de reabastecer até 300 km em dez minutos, num carregador potente.

O câmbio tem duas marchas, como na dupla Porsche Taycan/Audi e-tron GT, permitindo autonomia de 750 km com a bateria maior, com 85 kWh de capacidade. As versões de entrada usarão uma menor, de 58 kWh.

Mercedes-Benz CLA
Na estreia, CLA será apenas elétrico. Mas haverá versão híbrida, no futuro (Divulgação/Quatro Rodas)
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O CLA com motor a combustão não estará disponível antes do início de 2026. Visualmente, não serão muito diferentes. E, em vez de um porta-malas frontal, haverá um motor a gasolina 1.5 turbo de quatro cilindros desenvolvido pela Mercedes em parceria com a chinesa Geely.

O motor estará inicialmente disponível em três níveis de potência: 136 cv, 163 cv e 190 cv. Graças ao sistema elétrico de 48 volts, o rendimento é expandido por um motor elétrico, que contribui com mais 27 cv.

Mercedes-Benz CLA

CEO como motorista 

Não é de estranhar que o CEO da Mercedes, Ola Källenius, estivesse ansioso para dar a alguns jornalistas a possibilidade de fazer um breve test-drive no novo CLA. No altamente vigiado centro de desenvolvimento de Immendingen, nos arredores de Stuttgart, o protótipo dirigido por nós ainda estava densamente camuflado, com uma película vermelha no exterior e painéis recobrindo o interior (ao contrário do carro já pronto, nas fotos de divulgação).

O desenho final e as proporções (comprimento de 4,75 metros, 6 cm a mais do que o anterior) são fundamentalmente idênticos aos do concept-car do salão de Munique de 2023, e isto também se aplica aos objetivos técnicos então revelados. “Queremos manter ou superar tudo o que prometemos no final de 2023”, diz com convicção Ola Källenius, sublinhando que há fatores que serão decisivos para levar os clientes a migrar para a eletromobilidade.

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Mercedes-Benz CLA
Mercedes-Benz CLA (Divulgação/Mercedes-Benz)

Os engenheiros que trabalharam no sistema elétrico e testaram as baterias até a exaustão garantem que os donos do CLA poderão fazer uma viagem de 1.270 km com apenas duas paradas de 10 minutos cada uma (considerando a bateria maior). A ver.

O líder da Mercedes sabe bem que o interior do novo CLA é de imensa importância. Quando levanta as coberturas escuras usadas para garantir o secretismo que ainda rodeava o CLA, no dia de nosso test-drive, e nos deixou ter um vislumbre do painel e controles, a expressão de satisfação no seu rosto foi reveladora de que os engenheiros lhe deram o que lhes foi pedido.

Tal como no concept-car Mercedes-Benz Vision EQXX que lhe deu origem (e exceto nas versões menos equipadas), a versão final do carro também irá dispor de uma ampla tela que se estende por toda a largura do painel, de pilar a pilar. O modelo deverá trazer sistema de navegação desenvolvido com a Google, o novo sistema operacional MB.OS e diversas aplicações de IA do ChatGPT.

Mercedes-Benz CLA
Mercedes-Benz CLA (Divulgação/Mercedes-Benz)
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Os bancos são confortáveis e há espaço mais do que suficiente para cinco adultos. Como a Mercedes fez questão de ter um coeficiente aerodinâmico próximo do antecessor (Cx 0,23), o novo CLA é apenas marginalmente mais alto. O teto panorâmico de série ajuda a aumentar a altura livre aos ocupantes.

Com a temperatura negativa nos Alpes austríacos onde ocorreu esta experiência de copiloto e as estradas com gelo e neve, as impressões dinâmicas seriam muito limitadas, ainda mais sem o volante nas mãos. Seja como for, o novo CLA parece ser mais confortável do que um Polestar 2 e menos esportivo do que um BMW i4.

Veredicto Quatro Rodas – Pelo visto, a Mercedes fez um bom carro para brigar entre os elétricos mais vendidos.

Ficha Técnica – Mercedes-Benz CLA 250+

Preço: 55.000 euros (R$ 365.000) estimado
Motores: elétrico, traseiro, síncrono, ímãs permanentes, 272 cv de potência, 34,2 kgfm de torque
Bateria: íons de lítio, recarga máxima 11 kW (AC), superior a 320 kW (DC)
Câmbio: automático, 2 marchas, tração traseira
Direção: elétrica, diâm. giro, 11,2 m
Dimensões: comprimento, 472,3 cm; largura, 185,5 cm; altura, 157,4 cm; entre-
eixos, 279 cm; peso, 2.055 kg; porta-malas, 405 l
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 8,7 s; veloc. máx., 210 km/h; recarga total AC, 9 h; DC, 22 min; autonomia: de 285 a 325 km (WLTP)

*Dados de fábrica

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