Em setembro, a Volkswagen encerrou a produção do Polo na Europa. A linha de produção da fábrica de Navarra, na Espanha, onde o hatch era montado, está se especializando em SUVs e se preparando para receber elétricos. Logo, todos os Polos passaram a ser importados da África do Sul. Essa notícia fez muitos pensarem que o fim do modelo está próximo, mas não é bem isso.
Kai Grünitz, membro do Conselho de Desenvolvimento Técnico da Marca Volkswagen, confirmou ao site Autocar que o Polo passará por uma grande reformulação no ano que vem.
Em 2025, a Europa terá normas mais rigorosas de emissões, graças a implementação do Euro 7, mas isso não significa que o hatch, atual segundo carro mais vendido do Brasil, se tornará elétrico.
Na verdade, estão preparando mudanças profundas em sua mecânica. O mais provável é que a VW adote soluções mais simples, como sistemas híbridos leves nos atuais motores 1.0 TSI e 1.5 TSI. E isso será acompanhado de uma mudança no design, que é o mesmo desde de 2021.
Mas há um lado ruim nessa história. Para os amantes de hot hatches, o Polo GTI pode não sobreviver a essas mudanças, uma vez que o elétrico ID.2 GTI será lançado em 2026, ocupando o espaço do Polo. Se isso acontecer, será o fim dos hatches esportivos europeus com motor a combustão.
O Polo está à venda na Europa desde 1975 e é um carro importante para a VW no continente. Até agosto, ele já havia acumulado mais de 90.000 unidades e ocupava a oitava posição geral no ranking de vendas do continente em 2024.
Outros modelos não terão a mesma sorte. T-Cross, Taigo (o Nivus europeu) e Touareg estão com a “corda no pescoço” e podem ser descontinuados no ano que vem se não passarem por mudanças. Já o Golf, Tiguan, Tayron, Passat e o T-Roc, esse último pronto para ganhar uma nova geração, farão companhia ao Polo.
A estratégia da VW é equilibrar suas opções a combustão com as elétricas. Porém, a tarefa não será fácil, uma vez que o ritmo de adoção de elétricos tem caído na Europa. Atualmente, a marca trabalha com duas plataformas: MQB para modelos com motor a combustão, incluindo híbridos, e a MEB para os elétricos.
No futuro, Grünitz não descarta adaptar a MQB para carros elétricos, tornando-a mais viável. Além disso, a Volks também trabalha em parceria com a Rivian para desenvolver uma nova arquitetura para carros elétricos chamada SSP (Scalable Systems Platform).