Assine QUATRO RODAS por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Por quase R$ 500.000, Porsche Macan GTS é cupê esportivo disfarçado de SUV

Versão esportiva atualizada e com motor V6 biturbo chega ao Brasil em até três meses por R$ 495.000

Por Paulo Campo Grande, de Cascais (Portugal)
Atualizado em 28 fev 2020, 12h00 - Publicado em 12 fev 2020, 11h00
Versão esportiva agora tem motor V6 biturbo de 380 cv (Divulgação/Porsche)

O novo Porsche Macan GTS já está à venda no Brasil. O SUV compacto foi apresentado esta semana em Portugal mas já pode ser encomendado nas concessionárias brasileiras.

Segundo a empresa, as primeiras unidades pedidas devem desembarcar em no país em, no máximo, três meses. A Porsche já anunciou até o preço inicial do carro: R$ 495.000.

Macan GTS tem novo kit aerodinâmico na linha 2020 (Divulgação/Porsche)

O novo Macan GTS ainda é um exemplar da primeira geração lançada em 2014, mas com diversas mudanças para a linha 2020.

(Divulgação/Porsche)

Começando pelo visual, externamente, o SUV ganhou novo kit aerodinâmico (tomadas de ar dianteiras, saias laterais e aerofólio traseiro) e rodas (aro 20) na cor preto brilhante. Os faróis e as lanternas led tem novas lentes escurecidas.

Interior do Macan GTS só tem materiais pretos (Divulgação/Porsche)

Por dentro, o preto também se faz presente mas de modo ainda mais predominante. Painel, bancos e teto são nessa cor. Segundo a fábrica, o preto traduz a esportividade do modelo.

Realmente, a cabine do Macan GTS não deixa dúvidas de que essa versão posicionada entre a S e a Turbo, é a mais visceral da linha. Mas o clima do ambiente não é composto apenas pela cor do revestimento. Os materiais também ajudam.

Continua após a publicidade
Nome da versão estampa os encostos de cabeça e os cintos são vermelhos (Divulgação/Porsche)

Os bancos, que são quase tão envolventes quanto bancos do tipo concha, são forrados de couro e Alcantara. Materiais também empregados nas laterais das portas. No painel, a faixa de central é de aço escovado.

Além da cor preta há também detalhes em vermelho que colaboram para mexer com os ânimos do piloto que existe em cada um de nós. O vermelho é a cor usada nas costuras dos bancos, nos emblemas GTS bordados nos encostos de cabeça, e no fundo do conta-giros.

Tirando a posição de dirigir elevada, o Macan GTS lembra bastante os cupês da Porsche (Divulgação/Porsche)

O motor do Macan é o mesmo 2.9 V6 que já equipava a versão GTS mas com um novo sistema de sobrealimentação biturbo (no antecessor havia apenas um turbocompressor) e melhorias no sistema de injeção que lhe renderam 20 cv a mais de potência e 2 mkgf a mais de torque, totalizando 380 cv e 53 mkgf de torque.

Segundo a Porsche, combinado com o câmbio automatizado PDK de sete marchas e o pacote Sport Chrono (que permite ajustes esportivos para chassi, motor, transmissão) o novo motor é capaz de levar o Macan a acelerar de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos e chegar aos 261 km/h de velocidade máxima. O ganho foi de 0,3 segundos e 5 km, na comparação com a versão antecessora.

Motor V6 2.9 agora é biturbo (Divulgação/Porsche)

Outra novidade está na suspensão. Equipado de série com o sistema ativo PASM (Porsche Active Suspension Management), o conjunto (duplo A nos dois eixos) foi rebaixado em 15 milímetros, para deixar o carro mais próximo do piso e melhorar não só sua estabilidade mas também a interação do motorista com o carro e com a via.

Continua após a publicidade

Nós dirigimos o novo Macan GTS na apresentação, nesta semana em Portugal, na região de Cascais, e constatamos essas mudanças.

Suspensão tem acerto próprio e é ajustável (Divulgação/Porsche)

Em relação ao motor, nos agradou as respostas prontas e a força com que o V6 empurra o carro, embora o fato da avaliação ter acontecido em ruas e estradas nem sempre nos permitisse maior liberdade para acelerar.

No que diz respeito ao comportamento dinâmico (direção, suspensão, freios), em certo momento a impressão era de que se estava ao volante de um cupê esportivo e não de um SUV.

(Divulgação/Porsche)

Não dá para comparar a altura e a posição de dirigir do Macan com as de um Porsche 911, por exemplo, mas com os novos ajustes o GTS ficou parecendo com um automóvel com posição de dirigir elevada apenas, ou seja: mais baixa do que a de um SUV típico.

Essa configuração contribuiu muito para o prazer de dirigir, permitindo que o motorista sinta o tempo todo com o carro. Surgiu a dúvida de como seria o comportamento do Macan no fora-de-estrada. Eu nunca colocaria um Macan na terra, ainda mais um GTS, mas ele não deixa de ser um SUV, por isso minha questão.

Continua após a publicidade
(Divulgação/Porsche)

Falei com um engenheiro da fábrica e ele me disse que realmente essa não seria a melhor coisa a se fazer com o carro, mas se alguém desejasse, poderia rodar com o Macan na terra sem problemas.

A transmissão do Macan é do tipo 4×4 sob demanda, com a distribuição do torque na razão de 20/80 dianteira/traseira, em condições normais de uso, mas pode chegar até 50/50 ou 100% traseira se o motorista desejar. Para isso basta acionar um comando no console.

(Divulgação/Porsche)

Desde o modo de condução Normal, o GTS é um carro sempre presente. Além desse modo há ainda as opções S e S Plus, que deixam suspensão e direção mais firmes e troca de marchas em rotações maiores, e Individual, que permite ao motorista combinar diferentes ajustes para esses sistemas.

O som do motor também muda de acordo com o modo de condução. Discreto no modo Normal; ele sobe o tom, no modo Sport; e fica arrebatador, com estouros simulados de escapamento nas reduções de marchas, no modo Sport Plus. Tudo para deixar o motorista com ainda mais vontade de acelerar.

(Divulgação/Porsche)
Ficha técnica Porsche Macan GTS 4.0
Preço:  R$ 495.000
Motor: gas., diant., long., V6, 24V, 2.894 cm3; 380 cv a 5.200 rpm,
53 mkgf entre
1.750-5.000 rpm
Câmbio: automatizado, 7 marchas, AWD
Direção: eletro-hidráulica
Suspensão: duplo A (diant.) e braços trapezoidais (tras.)
Freios: disco ventilado (diant./tras.)
Pneus:  265/45 R20 (frente), 295/40 R20 (atrás)
Dimensões: comprimento, 468,6 cm; largura, 192,6 cm; altura, 160,9 cm; entre-eixos, 280,7 cm; peso, 1.910 kg; tanque, 65 l; porta-malas, 488 l
Desempenho: 0 a 100 km/h em 4,7 s; veloc. máx. de 261 km/h

Veredicto

Com mais potência e suspensão rebaixada, o Macan GTS faz o motorista pensar que está ao volante de um cupê esportivo.

Continua após a publicidade

Estirpe GTS

(Divulgação/Quatro Rodas)

A sigla GTS, de Gran Turismo Sport, batizou oficialmente um Porsche de rua em 1964. Foi o modelo 904 que, por questão de direitos (a Peugeot tinha o registro), se chamou Porsche Carrera GTS.

Depois disso, a sigla voltou a ser usada comercialmente nos anos 80 (nos modelos 924 e 928) e, mais tarde, a partir de 2007, com o Cayenne, e de 2010, no 911, passou a nomear versões em toda a linha.

Além do nome tradicional, os atuais 718 reeditam também o conceito dos primeiros Porsche de competição, com carroceria de duas portas e motor central, como eram os 550 Coupe e Spyder (1953/55) e 718 GTR Coupe (1962). Nada mais justo, portanto, que pelo menos um deles fosse avaliado no circuito do Estoril e o escolhido foi o Cayman.

Os 718 tiveram a suspensão rebaixada em 20 mm (Divulgação/Quatro Rodas)

Na linha 2020, tanto o Cayman quanto o Boxster ganharam o motor 4.0 de seis cilindros opostos, aspirado, de 400 cv, em substituição ao 2.5 de quatro cilindros opostos, turbo, de 365 cv. Somente essa troca já alterou o comportamento dos carros, uma vez que as reações dos motores são diferentes.

Enquanto o turbo tem respostas mais rápidas e vigorosas, o aspirado reage de maneira mais progressiva, mesmo tendo mais potência, como é o caso do 4.0. Não é à toa que os números de aceleração dos carros pioraram, segundo as medições da fábrica.

Continua após a publicidade

Antes Cayman e Boxster aceleravam de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos e agora levam 4,5 segundos. Na hora de atingir a velocidade máxima, os 35 cv a mais de potência fizeram diferença, no entanto, e a marca subiu de 290 km/h para 293 km/h.

Comando satélite no volante ajusta os modos de condução. Bancos concha têm estrutura de fibra de carbono (Divulgação/Quatro Rodas)

Salvo pelo ESP

Além do motor, a suspensão também foi rebaixada, assim como no Macan. No caso, o conjunto desceu 20 mm (5 mm a mais que no SUV). E isso deixou os carros mais gostosos de dirigir.

O sistema de suspensão ativo, que também existe no SUV, se mostrou um forte aliado dos carros nas diferentes situações de uso – e agora eu entendo por que a avaliação do Cayman foi no autódromo e a do Boxster foi nas ruas e estradas (para possibilitar a avaliação nas diferentes condições).

Na pista, o sistema se ajustou à velocidade desenvolvida, se mantendo firme de modo a garantir o controle direcional. Nas vias públicas, tratou de proporcionar conforto, sem isolar o motorista das reações do carro. Nas ruas, o Boxster se apresentou muito convidativo.

Assim como o Cayman, ele permite selecionar um dos quatro modos de condução (Normal, Sport, Sport Plus e Individual), que muda as respostas de motor, câmbio, direção e suspensão.

Aplicativo registra tempo de volta do motorista na pista (Divulgação/Quatro Rodas)

O teste no autódromo dava direito a cinco voltas, sendo a primeira de reconhecimento, iniciando nos boxes, e as demais sem limite de velocidade. Entravam dois carros por vez, sendo o da dianteira conduzido por um piloto da fábrica e o de trás pelo jornalista convidado.

No final da primeira volta, ao fim da reta principal, antes de frear cheguei a 240 km/h e bem distante do carro-madrinha. Acelerei e tentei acompanhar de perto as manobras do líder, mas nem sempre consegui.

Ao final da reta principal, no Estoril, há uma curva que é impossível não frear forte antes de iniciar a manobra, depois vem outra que o piloto da frente dava apenas um toque leve no freio e uma terceira curva, em que ele simplesmente não freava.

Nas primeiras voltas freei nessa terceira curva por instinto, mas depois me acostumei a continuar acelerando como o piloto da frente fazia. Me senti tão seguro, porém, que tentei não frear também na segunda curva, só que não deu certo: escapei de traseira. Só não rodei porque o controle de estabilidade (que não era permitido desligar) corrigiu a manobra.

Mas essa escapada foi suficiente para que eu perdesse contato com o carro da frente. Houve outro trecho do circuito em que também achei que perderia o controle. Era uma curva de raio longo que eu fazia acelerando, esperando só o carro desgarrar, mas o 718 seguiu firme o tempo todo, o que me dava muita satisfação e vontade de acelerar ainda mais.

Câmbio manual permite maior envolvimento do motorista com o carro. Alcantara no volante ajuda na empunhadura (Divulgação/Quatro Rodas)

Fiquei imaginando como seria se eu tivesse mais tempo com o carro e o aplicativo Porsche Track Precison, que a Porsche disponibiliza aos clientes, em meu celular. Esse aplicativo é um tipo de telemetria para o motorista acompanhar seu desempenho.

O câmbio manual era um brinquedo à parte. O sistema PDK pode ser rápido, mas a possibilidade de reduzir de quinta para quarta e depois para terceira no final da reta antes da curva não tem preço. Quando a brincadeira estava ficando boa, porém, já era hora de voltar para os boxes.

Bancos concha

Assim como o Macan, Cayman e Boxster também ganharam kits aerodinâmicos na cor preta, faróis e lanternas escurecidos e revestimento interior preto com detalhes vermelhos. Uma diferença é que os bancos dos 718 são do tipo concha, com estrutura de fibra de carbono.

E o volante é revestido de Alcantara, material confortável, que acaricia as mãos e absorve o suor. Mas eu só reparei nisso quando estava passeando com o Boxster à beira do Atlântico, parte do roteiro que eu nem tinha me atentado quando recebi o convite. 

Ficha técnica: Porsche 718, Cayman GTS 4.0 e Boxter GTS 4.0
Preço: 81.926 / 83.949 euros
Motor: gasolina, tras., long., 6 cil. opostos, 24V, 3.995 cm3; 400 cv a 7.000 rpm, 42,8 mkgf
a 5.000 rpm
Câmbio: manual, 6 marchas, traseira
Direção: eletro-hidráulica
Suspensão: McPherson nos dois eixos
Freios: disco ventilado (diant./tras.)
Pneus: 235/35 R20 (frente), 265/35 R20 (atrás)
Dimensões: comprimento, 440,5 / 439,1 cm; largura, 180,1 cm; altura, 127,6 / 126,2 cm; entre-eixos, 247,5 cm; peso, 1.405 kg; tanque, 64 l; porta-malas, 150 l (diant.), 120 l (tras.)
Desempenho: 0 a 100 km/h em 4,5 s; veloc. máx. de 293 km/h

Veredicto

Nas versões GTS, Cayman e Boxster são convidativos para quem gosta de acelerar. Mas também agradam os que só querem desfilar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.