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Opala, Fusca e mais: o que você poderia comprar em 1980 a preços de 2020

E se os carros vendidos em 1980 estivessem a venda hoje, quanto custariam? E o que seria possível comprar hoje equivalente a eles?

Por Fábio Black
18 nov 2020, 14h25
(Arte/Quatro Rodas)

Imagine que você acordou hoje no início dos anos 1980. Na televisão, o casamento do príncipe Charles com a princesa Diana seria o assunto do momento. Também veria o lançamento do primeiro celular comercial, um Motorola DynaTAC que pesava quase 1 kg.

Nas ruas, quase ninguém estaria usando o cinto de segurança, pois ainda não é obrigatório em praticamente nenhum lugar do planeta. Ao fundo, uma música de fundo se repete: é Physical, de Olivia Newton-John’s – e não da Dua Lipa.

 

Passado o susto, você poderia aproveitar essa viagem no tempo para comprar aquele seu carro antigo favorito, novo em folha na concessionária – se a fila de espera permitir. Mas quanto ele custaria no dinheiro de hoje?

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Fizemos esse exercício. Para simplificar, atualizamos os preços praticados em 1980 (retirados da tabela de preços da Revista Quatro Rodas Nº 244) pelo índice IPCA, do IBGE, acumulado até outubro de 2020. Assim você ter uma ideia do que poderia comprar com a sua conta bancária de hoje.

Aproveitamos para compará-lo com carros do mesmo segmento ou seus herdeiros conceituais, vendidos em 2020. Pegue seu walkman com fita do Michael Jackson, sua carteira OP e deixe a imaginação rolar solta!

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Chevrolet Chevette SL – R$ 47.194 (IPCA)

Chevette SL modelo 1982 (Quatro Rodas/Quatro Rodas)

O Chevette foi o primeiro compacto da General Motors no Brasil e desfrutou de grande popularidade, mas se viu ameaçado por uma nova geração de automóveis com motor e tração dianteiros na virada da década de 80.

Em 1982, o Monza evidenciou sua defasagem técnica e de estilo, o que levou o fabricante a promover uma sensível reformulação no sedã. E a tática deu certo – foi campeão de vendas em 1983, superando o Fusca.

Seu parente mais moderno, o Onix Plus, é o campeão de vendas no segmento dos sedans compactos hoje. A versão Onix Plus 1.0T parte dos R$ 70.290. Mas se quiser considerar o Joy Plus, sedã mais barato da Chevrolet, seu preço começa em R$ 61.090.

Onix Plus é líder de vendas entre os sedãs compactos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

Chevrolet Diplomata 4 portas 6 cilindros – R$ 110.782 (IPCA)

Opala Diplomata, modelo 1980 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Reestilizado em 1980, o Opala era o único remanescente da escola americana de alta cilindrada dentre os carros da GM. Com rodar macio e o tradicional motor de seis cilindros 4.1, a versão Diplomata era um dos maiores e mais sofisticados automóveis nacionais. E depois conquistou os órfãos do Dodge Dart e do Ford Galaxie.

Seu parente mais moderno é o Cruze 1.4 Turbo LT que parte dos R$ 110.690. Mas o Diplomata era um sedan grande de alto luxo, e compará-lo aoMercedes-Benz E300, que sai por R$ 417.900, pode ser mais adequado.

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Os sedans de luxo de hoje são muito mais caros, seguros e tecnológicos que o Opala Diplomata de 1980 (Divulgação/Divulgação)

 

Chevrolet C-10 – R$ 74.047 (IPCA)

Foto da C-10 SL 1978, Em 1980, a grade passou a ser produzida em plástico e os freios ganharam hidrovácuo e discos dianteiros. (Xico Buny/Quatro Rodas)

Desenvolvida por um antigo chefe de estilo da GM americana e lançada em 1964, os modelos C-14 e C-15 chegavam para substituir a rudimentar Chevrolet Brasil. Em 1974 passaram a se chamar C-10, nome que se manteve por 20 anos, sempre ganhando atualizações mecânicas e estéticas. Era uma picape pronta para o trabalho.

Sua bisneta é a picape S10 cabine dupla 2.5 flex LT que custa R$ 141.990. O fato é que a GM não oferece mais picapes médias de cabine simples para pessoas físicas, mas a comparação é interessante pois ambas utilizam motor de quatro cilindros com cambio manual e tração traseira.

A S10 Flex é a sucessora espiritual da C10 (Divulgação/Divulgação)

 

Puma GTB S2 – R$ 173.748 (IPCA)

A mecânica era de Opala sobre um chassi tubular (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Um cu­pê 2 + 2 com bom de­sem­pe­nho, por­te de es­por­ti­vo ame­ri­ca­no aliado à mecânica simples do Opa­la e um chassi tubular de­sen­vol­vi­do pa­ra re­ce­ber car­ro­ce­ria de fi­bra de vi­dro. Assim era o Puma GTB, que aproveitava muitas peças do Opa­la: além de mo­tor e câm­bio, havia a sus­pen­são dian­tei­ra e os freios, a dis­co na fren­te e tam­bor atrás, en­tre ou­tros.

Em 1980 a GTB S/2 era um dos carros mais caros e desejados do Brasil. A comparação mais honesta a se fazer talvez seja com algum muscle car americano. O Mustang Black Shadow que custa R$ 379.900, apesar de usar um V8 talvez seja o representante atual que o GTB S/2 elegeria. As linhas do Puma se assemelham mais ao Mustang, por isso não optamos por compará-lo com o Camaro.

Visual bad boy típico dos Muscle cars americanos era a receita do Puma GTB S/2 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

MP Lafer – R$ 96.326 (IPCA)

O roadster Brasileiro, réplica autorizada do MG TD 1952 tinha chassi e motor de VW (Acervo/Quatro Rodas)

A réplica brasileira do conversível inglês MG TD 1952 era feita sobre o chassi e o motor do Fusca, até porque o entre-eixos do Fusca é quase o mesmo do inglês MG. O MP Lafer tinha autorização da MG inglesa e oferecia garantia da VW. Logo virou um carro design utilizado por famosos como Jô Soares, Clodovil, Elis Regina e Sonia Braga, e até apareceu em 007 Contra o Foguete da Morte.

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Hoje um conversível design que tem a pegada do MP Lafer é outro inglês. O Mini Cooper S Cabrio que custa R$ 224.990 e tem todos os predicados encontrados no MP Lafer de 1980.

Recolher o teto leva 18 segundos
Recolher o teto leva 18 segundos (João Mantovani/Quatro Rodas)

 

Fusca 1600 – R$ 36.560 (IPCA)

O célebre apelido Bizorrão veio da publicidade da VW da época (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Este, dispensa maiores apresentações. O Fusca foi o queridinho do Brasil durante décadas. Em 1980 brigava em um mercado competitivo, até mesmo dentro de casa: o Gol precisou se esforçar muito para substituí-lo. Mesmo assim ele seguiu firme até 1986. quando foi descontinuado primeira vez. Retornou às lojas entre 1993 e 1996.

Hoje seu sucessor espiritual é o VW UP!  Xtreme 170 TSi que custa R$ 60.990. Um compacto com motor mais do que esperto é cultuado assim como foram os Fuscas 1600 com o “veneno” da época.

Topo de linha Xtreme substituiu a aventureira Cross (Divulgação/Volkswagen)

 

Gol L – R$ 47.728 (IPCA)

Os três VW Gol, dois edição Copa e o primeiro modelo de 1980 (Saulo Mazzoni/Quatro Rodas)

Desenvolvido no Brasil, o Gol foi lançado justamente em 1980. Mas não foi um sucesso imediato: só engrenou nas vendas quando recebeu melhorias e motor refrigerado a água. Mais de 6 milhões de unidades foram vendidas até hoje.

Com linhas inspiradas no Passat, motor refrigerado a ar de 1300 cilindradas, era um dos carros mais modernos da VW 1980. Hoje está longe disso, vivendo na mesma geração desde 2008 e com o título de CVW mais barato do país: custa R$ 53.050 na versão 1.0. É pouca coisa mais caro do que seu antepassado com o preço atualizado.

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A sexta geração do Gol perdeu mercado para os concorrentes mas continua a disposição dos consumidores (Divulgação/Divulgação)

 

Passat TS – R$ 62.835,93 (Correção pelo IPCA – IBGE)

VW Passat TS 1978
O TS fazia de 0 a 100 km/h em 13,1 segundos, marca respeitável para a época (Quatro Rodas/Quatro Rodas)

A Volks lançou o Passat em meados de 1974 e mesmo seis anos depois ainda era um carro moderno. Em vez do motor a ar na traseira, mecânica refrigerada a água na dianteira. A tração também ia para a frente. O estilo assinado por “um famoso estilista italiano, Giorgio Giugiaro”, era elegante, moderno, sem comparação com o que a empresa fazia.

Outro ponto aprovado foi a suspensão, com o Passat comportando-se de forma neutra nas curvas: “Ele se agarra bem ao solo e sua estabilidade é ótima”. Isso era resultado da suspensão McPherson na frente e também dos pneus radiais. Foi um sucesso e teve diversas versõe,s desde a Surf para um público jovem, passando pela luxuosa LS e até as esportivas TS e Pointer. 

No final dos anos 1980 a VW retirou o modelo de linha para investir na família Gol, Voyage e Parati.

A versão esportiva do Virtus, a GTS que custa R$ 113.650 talvez seja o carro mais próximo do que foi um Passat TS em 1980. O Virtus GTS tem motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 mkgf de torque e câmbio automático de seis marchas

Azul Biscay é a única alternativa a preto, prata e branco (Reprodução/Volkswagen)

 

Kombi Standard – R$ 51.187,29 (Correção pelo IPCA – IBGE)

Perua de 1977 já tinha mesmo visual da vendida em 1980 (divulgação/Bonhams)

Quem precisou carregar até uma tonelada de carga nos últimos 60 anos sabe: não inventaram nada com uma relação custo-benefício tão ou mais interessante quanto foi a da VW Kombi. Seu conceito não poderia ser mais funcional: uma caixa sobre rodas, com prioridade total para o espaço livre. Até o estepe foi encaixado atrás do banco dianteiro para não roubar espaço.

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E esse espaço foi utilizado de diversas maneiras, desde fritar pastel até gabinetes médicos e odontológicos móveis ela serviu. E nem só como utilitário foi sucesso. Nos anos de 1950 e 1960 era uma ótima opção para a família, afinal de contas a versão de passeio tinha nove lugares. Foi o primeiro modelo fabricado pela VW no Brasil em 1953.

Mas a Kombi, por razões de legislações de segurança teve que ser descontinuada no Brasil, país que por mais tempo fabricou a “perua”.

Seu herdeiro pode ser o Fiat Doblò Cargo 1.8 que custa R$ 89.990, um furgão com vocação utilitária, mas que também tem a opção de passeio, é versátil e segura a bronca do trabalho pesado.

 

Fiat 147 Rallye – R$ 53.387 (IPCA)

Marco de Bari
O motor do Rallye saltou de 55 para 72 cv (Fiat 147 Rallye)

A receita do Fiat 147 revolucionou a industria Brasileira. Derivado do italiano 127, tinha estrutura monobloco, motor transversal e tração dianteira. Seu conceito era uma evolução do Mini, uma das pedras fundamentais de todos os automóveis modernos.

Com a suspensão independente nas quatro rodas e ótimos freios, apresentava um comportamento dinâmico de um carro esportivo e não demorou muito para ganhar uma versão com mais desempenho. Seria o Fiat 147 Rallye, lançado em 1979 com motor 1.3 e carburador Werber de corpo duplo, que fazia a potência saltar para ótimos 72 cv a 5.800 rpm.

Pode parecer modesto, mas não fazia feio. Seu desempenho o fazia acompanhar Dodge Dart, Maverick e Opala quando se tratava de trechos sinuosos.

Um carro bom de curva, com um motor mais forte que é utilizado em outras versões hoje no Brasil é o Sandero RS. Diferente dos outros modelos, o RS tem suspensão preparada pela divisão esportiva da Renault e uma motor 2.0 aspirado que gera 150cv. Pra quem gosta de uma tocada esportiva como era a do 147 Rallye, vai adorar pegar uma estrada sinuosa com o Sandero RS, que custa R$ 79.190.

(Divulgação/Renault)

 

Alfa Romeo 2300 ti 4 – R$ 145.505(IPCA)

Alfa 2300: produção local
Alfa 2300 tinha produção local (Quatro Rodas/Quatro Rodas)

Projetado exclusivamente para o mercado brasileiro e derivado da Alfetta italiana, o 2300 era um FNM aperfeiçoado que mantinha características atávicas: um carro com sabor esportivo que estabelecia boa comunicação com o motorista e era capaz de manter altas velocidades de cruzeiro por longos períodos.

E, pelo requinte dos materiais empregados, pela generosidade de equipamentos e, principalmente, pelo preço seu herdeiro em 2020 poderia ser BMW 330i M Sport, que custa R$ 319.950. Talvez ele seja capaz de traduzir com maestria os atributos encontrados no Alfa Romeo 2300 daquela época. Um sedan de luxo para família, com perfomance esportiva e foco no prazer de dirigir.

O BMW 330i é o sedan definitivo para quem quer conforto e esportividade (Arquivo/Quatro Rodas)

 

Ford Jeep – R$ 45.114 (IPCA)

Ford Jeep 1979
O Jipe em 1980 era fabricado pela Ford e tinha motor de quatro cilindros com cambio de quatro marchas com tração nas quatro rodas (Divulgação/Divulgação)

Em 1980 a marca Jeep pertencia à Ford no Brasil e sua versão do Jeep CJ usava o mesmo motor de 4 cilindros do Maverick. Câmbio de quatro marchas e tração 4×4 com reduzida. É um clássico off-road rústico, forte e versátil.

Se você estiver procurando um carro off-road forte e versátil, para chegar aonde um Jeep Ford te levaria a sugestão para você é um Troller T4 3.2 Diesel AT que custa R$ 170.540. Também da Ford, o Troller é um verdadeiro herdeiro da dinastia do Jeep. Ele ganhou mimos como ar-condicionado, direção hidráulica e multimídia. Mas continua sendo um verdadeiro guerreiro off-road – e sem airbags.

O T4 topa qualquer parada sem abrir o bico
O T4 topa qualquer parada sem abrir o bico (Marcos Camargo/Quatro Rodas)

 

Gurgel X12 – R$ 57.371 (IPCA)

(Acervo/Quatro Rodas)

Filho prodígio de João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, o Xavante foi o mais longevo Gurgel – permaneceu em produção até o início dos anos 90. Tinha estrutura tubular revestida de fibra de vidro. O sistema, chamado Plasteel, garantia o monobloco por 100.000 km contra corrosão e torções. A mecânica utilizada é da VW a ar.

A grande novidade era a genial e simples Selectraction. Um bloqueio seletivo nas rodas traseiras realizado pelos freios independentes, simulando um diferencial autoblocante com baixo custo. Nas trilhas, mostrava sua raça, graças ao vão livre de 33 cm e ângulos de entrada e saída de 63 e 41 graus.

O Suzuki Jimny 1.3 4×4 4All manual que custa R$ 86.990,00 seria uma alternativa moderna ao Gurgel X-12. Ambos têm um projeto inteligente e motores pequenos e leves, garantindo êxito no off-road além do estilo jovial de um jipinho

SUV-raiz, o Suzuki tem transmissão com opção de tração 4×2, 4×4 e 4×4 reduzida (Christian Castanho/Quatro Rodas)

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