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O drama da Toyota em Le Mans – e outras 5 provas perdidas no fim

Depois dos japoneses verem a vitória escapar na última volta, relembramos outros momentos igualmente cruéis do automobilismo

Por Vitor Matsubara
Atualizado em 23 nov 2016, 21h14 - Publicado em 20 jun 2016, 15h47
Toyota perde vitória em Le Mans
Cruel: o exato momento em que o Porsche 919 ultrapassa o TS050 para vencer as 24h de Le Mans ()

Perder uma vitória que parecia certa nos metros finais é uma das maiores frustrações que um piloto de corridas pode viver. Seja por falha mecânica ou erro humano, reunimos abaixo seis momentos dramáticos da história do automobilismo, atestando o velho chavão que diz que “uma corrida só acaba quando termina”.

1. A dolorida derrota da Toyota nas 24 Horas de Le Mans 2016:

https://www.youtube.com/watch?v=5fyYqdujZjY

 

Uma das cenas mais cruéis da história do automobilismo encerrou as 24 Horas de Le Mans de 2016, a mais tradicional prova de resistência do esporte a motor que é realizada desde 1923 no Circuit de la Sarthe, na França. Após liderar a corrida sem ser ameaçada desde a 19ª hora, a Toyota partia para uma vitória tranquila (a primeira de sua história em Le Mans), principalmente depois de Audi e Porsche enfrentarem problemas antes do amanhecer.

A equipe japonesa só não esperava que o azar desse as caras a menos de duas voltas para a bandeirada, quando o TS050 número 5 pilotado por Anthony Davidson, Sebastien Buemi e Kazuki Nakajima começou a perder potência e simplesmente “apagou” na reta. A vitória caiu no colo da Porsche, que conquistou sua 18ª vitória em Le Mans com o trio Neel Jani, Romain Dumas e Marc Lieb. Ao volante do TS050 no momento da quebra, Nakajima ainda conseguiu fazer o carro funcionar novamente e se arrastou para completar a derradeira volta. De nada adiantou: o regulamento exige que os competidores cruzem a linha de chegada até cinco minutos após a passagem do vencedor, mas o japonês completou a volta em 11 minutos e não se classificou. Desolado, Kazuki teve de ser amparado ao sair do carro e se sentou no asfalto aos prantos. Uma cena de “cortar o coração”, como classificou a própria Toyota em seu perfil no Twitter.

2. Felipe Massa, campeão (por alguns segundos) da temporada 2008

 

Piloto da Ferrari há apenas duas temporadas, Felipe Massa fez o melhor campeonato de sua trajetória na F-1 em 2008. Apesar dos erros crassos cometidos pela equipe ao longo do ano (incluindo um desastroso pit-stop no GP de Cingapura, no qual uma mangueira de combustível fez Massa perder segundos preciosos no box) e da inesperada quebra do motor Ferrari nas voltas finais do GP da Hungria, o brasileiro chegou à última etapa sete pontos atrás de Lewis Hamilton, da McLaren.

Apesar da desvantagem, Massa deu indícios de que poderia se tornar campeão ao conquistar a pole-position, para delírio dos fãs que lotaram as arquibancadas do autódromo de Interlagos. O domingo amanheceu com uma intensa chuva que atrasou a largada em 10 minutos. Massa manteve a liderança, enquanto Hamilton perdeu posições e caiu para o sétimo lugar. O inglês recuperou duas posições e ainda tinha seu companheiro Heikki Kovalainen como escudeiro na sexta colocação, o que lhe dava o título pela diferença mínima. O até então novato Sebastian Vettel parou nos boxes e cedeu a posição para Hamilton. Só que a cinco voltas do fim a chuva apertou e todos precisaram ir aos boxes para trocar pneus. Na verdade quase todos: Timo Glock resolveu ficar na pista e superou Hamilton, que voltou à pista no quinto lugar.  A duas voltas do fim, Vettel ultrapassou Lewis. A sorte parecia sorrir para Massa, que, após uma prova impecável, cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, levando as arquibancadas ao delírio. A explosão de alegria, porém, durou pouco: sem pneus de pista molhada, Glock perdeu aderência na subida dos boxes e permitiu a ultrapassagem de Hamilton. A alegria na McLaren contrastava com a frustração de Massa, que não conteve a emoção e chorou ainda dentro de sua Ferrari. Mesmo abatido, Felipe comemorou bastante sua segunda vitória em casa.

3. JR Hildebrand: tão perto e tão longe da glória na Indy 500

https://www.youtube.com/watch?v=1tFV-85gyzQ

 

Parecia roteiro de filme de Hollywood. Mesmo largando em 12º lugar, o estreante JR Hildebrand adotou uma estratégia inteligente e assumiu a liderança das 500 Milhas de Indianápolis de 2011 no momento certo. Abriu a última volta com uma confortável vantagem de quatro segundos para Dan Wheldon. Fez as primeiras três curvas sem problemas e já podia até começar a acenar para a multidão. Foi quando JR se deparou com um retardário e tomou a decisão errada, resolvendo ultrapassar por fora em vez de simplesmente recolher seu carro. Resultado: o piloto entrou rápido demais na última curva e bateu no muro de proteção a poucos metros da bandeira quadriculada. O público assistiu em choque a improvável vitória de Wheldon, que viria a falecer após um forte acidente no fim da mesma temporada. Mesmo com o carro parcialmente destruído, Hildebrand conseguiu cruzar a linha de chegada em segundo lugar.

4. Mika Hakkinen e a McLaren que o deixou na mão

https://www.youtube.com/watch?v=emNuqd4L2NA

 

Tudo parecia conspirar a favor de Mika Hakkinen no GP da Espanha de 2001. Largando em segundo lugar, o finlandês manteve sua posição e acompanhou o líder Michael Schumacher de perto, distanciando-se dos demais pilotos. Após tomar a primeira posição na segunda rodada de pit-stops, Hakkinen chegou a abrir quase 40 segundos de vantagem para Schumacher, que sofria com a falta de rendimento de sua Ferrari. Quando a prova parecia definida, a embreagem da McLaren de Mika quebrou, forçando o finlandês a abandonar a corrida na última volta. Furioso, Hakkinen saiu do carro e viu a vitória de Schumi de camarote. “Seria bom ter um saco de pancadas agora no motorhome. Preciso dar algumas porradas para relaxar”, disse o bicampeão da categoria logo após o frustrante abandono.

5. Carlos Sainz e o título de rali que não veio

https://www.youtube.com/watch?v=liBLqmeHht8

 

Até os maiores pilotos tem dias para esquecer. Carlos Sainz e Tommi Makinen chegaram à última etapa do campeonato, realizada na Inglaterra, com chances de título. O finlandês tinha uma vantagem de apenas dois pontos para Sainz quando abandonou a prova ainda no sábado. Sem seu principal oponente pela frente, Carlos precisava apenas de um quarto lugar para se sagrar tricampeão do WRC (Campeonato Mundial de Rali). Faltando 500 metros para o fim do último estágio, o Toyota Corolla de Sainz teve um problema no motor e parou. Desesperados, Carlos e seu navegador, Luís Moya, fizeram de tudo para voltar à prova, mas não conseguiram. Restou ao frustrado Sainz atirar seu capacete contra o vidro traseiro do Corolla. A vitória ficou com Richard Burns e Makinen se sagrou campeão.

6. A desgraça de Mansell e a última vitória de Piquet na F-1

https://www.youtube.com/watch?v=MwoTg5O9v5E

 

Nigel Mansell tinha tudo para comemorar mais uma vitória no GP do Canadá de 1991. O inglês largou em segundo lugar e contou com os abandonos dos carros de McLaren e Ferrari para abrir uma confortável vantagem sobre Riccardo Patrese, que precisou trocar um pneu e entregou o segundo lugar para Nelson Piquet. Longe dos outros pilotos, Mansell abriu a volta final acenando para o público quando uma falha no alternador fez o motor de sua Williams apagar subitamente – há quem diga, porém, que o inglês se distraiu e esqueceu de reduzir a marcha ao entrar em uma curva do circuito, fazendo o carro morrer.  Piquet vinha quase um minuto atrás quando foi avisado da trapalhada pelo rádio. Após conquistar aquela que seria sua última vitória na F-1, o brasileiro admitiu que “quase teve um orgasmo” ao ser informado que venceria a prova.

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