Os elétricos vêm crescendo não só em vendas, mas também em tamanho. Cada vez mais SUVs do tipo chegam às lojas e o mais novo desses é o Mercedes-Benz EQB, que promete fazer jus ao sobrenome e garantir a fatia da Mercedes no cobiçado segmento.
Clique aqui e assine Quatro Rodas por apenas R$ 8,90
Evolução natural do utilitário GLB, o EQB também acomoda sete pessoas e será uma das atrações do Salão de Xangai, que acontece nesta semana. Além dos motores elétricos, as novidades incluem mudanças estéticas e tecnológicas e há pressa em lançá-lo.
Terceiro carro elétrico da Mercedes apresentado em 2021, o EQB foi baseado no estilo Progressive Luxury, aplicado nos outros EVs da linha. Além do SUV, a fabricante também conta com os novos EQA – equivalente elétrico ao GLA – e o suntuoso EQS que, como a última letra indica, evoca o estilo do Classe S com extrema tecnologia.
É cada vez mais notável que as fabricantes querem uma transição suave às baterias e, por isso, o EQB não busca quebrar barreiras estéticas. A busca pela familiaridade é tanta que até a grade frontal, desnecessária, tem seu espaço mantido, sendo trocada por uma discreta placa preta sem qualquer tomada de ar.
A grande diferença para o GLB fica por conta de barras transversais na dianteira e traseira. Ao contrário de leds, elas usam fibra óptica e conectam faróis e lanternas. De acordo com a fabricante, garante emissão luminosa mais atraente, mas sem excessos.
Os faróis também são levemente azulados, conforme identidade visual da linha, e há grande foco na aerodinâmica, cujo coeficiente (Cx) é de apenas 0,28. Créditos à falta de grades, novas e eficientes rodas de aro 20’’ e peças bem encaixadas, com frestas estreitas.
O EQB também é espaçoso, com 4,68 m de comprimento, 1,83 m de largura e 1,66 m de altura. O entre eixos é o mesmo do GLB (2,83 m) e o porta-malas, na configuração de cinco lugares, chega aos 1.710 litros de capacidade.
Os assentos da segunda fila são ajustáveis, com trilhos e capacidade de recolhimento que, no caso extremo, tornam-no um SUV dois-lugares com imenso espaço de carga. Com sete passageiros, é possível chegar a fila intermediária adiante e aumentar o espaço traseiro, que acolhe ocupantes de até 1,65 m.
O painel do EQB não chega perto do futurismo do EQS, mas também não deixa a desejar com seu estilo e duas telas amplas que servem à central multimídia e painel de instrumentos cada uma.
Os displays são os mesmos do GLB, com 10,25’’ cada e moldura única, formando um “telão” otimizado pela futurista interface Mercedes-Benz User Experience (MBUX).
Naturalmente mais chamativa para os padrões brasileiros, a versão chinesa oferece interior em tons escuros e detalhes em laranja brilhante. Sobre o porta-luvas, chama atenção a estética de pontos cintilantes.
A tecnologia, claro, também está na condução, que usufrui de sistemas de automação veicular cada vez mais comuns, como assistente de permanência em faixa, frenagem de emergência e detecção rápida de objetos na pista, mesmo durante a noite, chuva ou neblina.
O pacote opcional de assistência ainda inclui assistente de manobras, função “corredor de emergência” (abre espaço automaticamente para veículos de resgate em engarrafamentos) e alerta avançado para manobras em ré.
Passivamente, a proteção reside no mesmo chassi do GLB, aprimorado para as demandas elétricas. No EQB, as baterias são bem protegidas e auxiliam na função estrutural, melhorando a rigidez e, consequentemente, o conforto de rodagem.
Desempenho e autonomia do Mercedes-Benz EQB
Eficiência é a lei para os elétricos, e por isso a Mercedes criou diferentes versões do carro de acordo com os hábitos do consumidor e criou um app de navegação que calcula rotas de acordo com autonomia – por si calculada mediante condições climáticas, relevo e trânsito – e pontos de recarga.
A versão de topo europeia é a 350 4MATIC, com cerca de 280 cv de potência e tração integral. Versões mais básicas, focadas em rotas mais curtas, trazem apenas tração dianteira e 100 cv a menos, mas com autonomia bem satisfatória de 418 km. O lançamento chinês contará até com variante esportiva AMG Line, com belos 292 cv que devem levar o SUV de 0 a 100 km/h em cerca de 6 segundos.
Qualquer versão, portanto, terá mais que os 163 cv do motor 1.3 turbo do Mercedes GLB 200 vendido no Brasil.
O modelo é compatível tanto com tomadas domésticas quanto com carregadores veiculares públicos, seja via corrente alternada ou contínua. Em condições ótimas, é possível recarregar as baterias de 10% a 80% em cerca de 30 minutos.
A Mercedes-Benz preparou convênios com diferentes redes de recarga, a fim de oferecer soluções de pagamento e compatibilidade com mais de meio milhão de pontos ao redor do mundo.
Prazos e países
Sem tempo a perder, a Mercedes-Benz está prestes a iniciar a produção do novo EQB. A pressa se justifica pelos lançamentos de outras marcas como a conterrânea Volkswagen, cujo sete-lugares ID.6 também está na iminência de chegar às lojas chinesas e também foi destaque em Xangai.
Inicialmente, o elétrico será fabricado para os países europeus em Kecskemét, Hungria. A China, que obriga parceria com empresas locais, terá produção dedicada na planta de Pequim, operada em convênio com a nativa BBAC. Em 2022, será a vez dos Estados Unidos receberem as unidades húngaras.
O Brasil, por outro lado, não foi abordado pela marca, que vende o GLB em nosso mercado por valores na casa de R$ 250.000 a R$ 300.00. Como referência, é possível usar o também elétrico Mercedes-Benz EQC, que foi lançado no país um ano depois de ser apresentado e custa cerca de R$ 575.000.
Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.