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Lance de milhões: Bonhams, o leilão dos carros mais raros e caros do mundo

Evento traz as maiores raridades do mundo automotivo, todas custando milhões de reais. Separamos cinco "pechinchas" da edição 2019

Por Fabio Black
Atualizado em 16 ago 2019, 19h20 - Publicado em 15 ago 2019, 09h00
Alguns dos carros mais caros que serão leiloados durante o evento (Bonhams/Divulgação)

Nesta semana está rolando o Monterey Car Week, na Califórnia (Estados Unidos). É um dos maiores eventos de carro do planeta, com diversos encontros, exposições, corridas na famosa pista de Laguna Seca, lançamentos e alguns leilões.

Um dos eventos mais concorridos do mundo celebra o automóvel (Pebble Beach Concours délegance/Divulgação)

A semana termina com o  concurso de elegância de Pebble Beach, que é a cereja do bolo. Ali, os carros mais exclusivos do mundo desfilam e competem em diversas categorias. É o Oscar do mundo dos carros.

O Kissel 1921 Speedster foi um dos premiados em 2018. Domingo agora teremos os vendedores de 2019 (Pebble Beach Concours d'elegance/Divulgação)

O maior leilão é o Bonhams, que é realizado no Quail Lodge Resort & Golf Club. Este está sendo realizado nestas quinta (15) e sexta-feira (16), com uma infinidade de carros clássicos e raros (alguns dos mais raros do mundo) à venda.

Sabemos que não vai dar tempo para você chegar lá, então fizemos uma pequena seleção dos carros mais caros do evento.

Caso você tenha interesse, é possível dar lances por telefone e terminar o ano de carro novo. Aliás, nem tão novo assim. Mas prepare a carteira, pois um simples lance só tem chance de ser contemplado se for na casa dos milhões de reais.

Selecionamos cinco modelos raríssimos (e caríssimos) que estão disponíveis na edição 2019 do leilão. Vamos a eles:

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Ferrari 340 America Coupe Speciale 1951
Carroceria:
Vignale
Preço estimado: R$ 14,5 milhões

Criação de Enzo Ferrari para o mercado americano usava um motorzão V12 (Bonhams/Divulgação)

Enzo Ferrari, para entrar no mercado americano, resolveu desenvolver um carro para competir nas pistas do novo mundo, até então dominadas por Allards (carros ingleses leves, equipados com grandes motores V8 americanos).

Para isso, ele usa seu V12 bloco grande desenvolvido por Aurelio Lampredi, de 4,1 litros, alimentado por carburadores Weber triplos, que produziam 223 cv de potência a 6.600 rpm.

Completam o pacote: câmbio manual de cinco marchas, freios hidráulicos a tambor, suspensão dianteira independente junto com o seu melhor chassi e uma carroceria cupê feita a mão na Vignale.

Esta Ferrari 340 passou nas mãos de diversas personalidades dos anos 1950, e custava o equivalente a um condomínio de casas (Bonhams/Divulgação)

A unidade a venda ainda tem detalhes únicos em sua carroceria como cromados, lanternas embutidas e entradas de ar no capô.

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Em 1952, já nos EUA, foi apresentada na revista Road&Track e depois comprada pelo playboy Johnny Ysmael por US$ 25.000 (dinheiro suficiente para comprar varias casas na época).

De Ysmael o carro foi para outro figurão americano, William Doheny, proprietário da Union Oil Company (Union 76). No final dos anos 1950, foi vendida para James Walter e pertence à família até hoje.

Restaurado para as condição originais, esse deve ser o carro mais caro do leilão (Bonhams/Divulgação)

Em algum momento, o lendário motor V12 bloco longo foi trocado por um GM.

Recentemente, uma restauração completa trouxe de volta toda a originalidade do carro que é um dos melhores Ferrari dos anos 1950. Apenas cinco foram construídos nessa configuração.

Porsche 718 RSK Monoposto 1959
Carroceria:
Wendler
Preço estimado: R$ 20 milhões

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Desenvolvida para as pistas, o 718 RSK foi grande vencedor em seu tempo (Bonhams/Divulgação)

Este raro modelo é uma evolução de 550A. Fabricado entre 1957 e 1962, o Porsche 718 foi um grande vencedor de seu tempo, correu as mais diversas provas sendo homologado pela FIA em 1957 e 1958 para competir na F2.

Apenas 35 unidades do RSK foram construídas, sendo destas apenas 6 com posição de dirigir central (Bonhams/Divulgação)

Com motor central de 1.587 cm3 de quatro cilindros, alimentado por dois carburadores Weber 46, produzia 152 cavalos de potência a 7.200 rpm. Transmissão manual de cinco velocidades, freios hidráulicos e suspensão independente.

Dos 35 RSK (RS vem de RennSport, na tradução corrida esportiva e o K referente ao desenho das barras estabilizadoras que ele possui) produzidos entre 1957 e 1962, apenas 6 foram feitos com posição monoposto de pilotar.

A unidade a venda chegou em 4º Lugar Geral na corrida de Le Mans em 1959 (Bonhams/Divulgação)

A unidade em questão foi adquirida pelo piloto belga Christian Goethals que teve muito sucesso com o carro, vencendo corridas ao redor do mundo até o final de 1960, conseguindo boas posições em Le Mans e também na Formula 2.

Após isso, o paradeiro do carro é desconhecido, ele foi reencontrado no início dos anos 1990 em uma garagem nos EUA. O carro mudou de dono que o restaurou e manteve o carro sob os holofotes em encontros e eventos.

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Réplica – Bentley 4½ Liter Supercharged Birkin Le Mans 1931
Carroceria: Vanden Plas
Preço estimado: R$ 15 milhões

Feito para vencer Le Mans. Nunca ganhou, mas o recorde do traçado antigo ninguém conseguiu tirar dele (Bonhams)

Após a derrota nas 24 Horas de Le Mans para os Mercedes SSK, a Bentley resolveu colocar um Supercharger em seu motor, e para poder homologá-lo fabricou 50 unidades do carro.

Ele não ganhou Le Mans, pois acabou quebrando depois de 20 horas de prova, mas forçou a quebra dos Mercedes, que não conseguiram andar no mesmo ritmo e também não terminaram a prova.

Seu tempo de 6 minutos 48 segundos no antigo traçado de Sarthe (16,4 km) nunca foi batido.

Depois de vários donos e países, ele foi restaurado as condição originais de fabricação (Bonhams/Divulgação)

A unidade a venda terminou de ser construída em 1931 tem motor de quatro-cilindros 4.5 com 16 válvulas e um compressor mecânico que gerava 184 cv de potência. O câmbio era de quatro marchas e os freios, a tambor nas quatro rodas.

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A carroceria foi criada por Vanden Plas, que fez apenas três unidades parar poder patenteá-la. Além da carroceria exclusiva, outras melhorias que o designer de carrocerias fez foram um tanque de combustível maior e bancos de corrida.

50 unidades foram feitas apenas para homologar o carro em Le Mans (Bonhams/Divulgação)

O carro permaneceu desaparecido até o pós-guerra. Em 1947, foi totalmente restaurado por Sidney Lawrence e Vanden Plas. Ali, recebeu severas modificações para servir ao novo proprietário, que tinha problemas de saúde.

Depois de alguns donos, ele passou por nova restauração nos anos 1980. Um novo chassi foi construído para deixá-lo com as configurações originais de fábrica. Foi usado até a década de 90 e, desde então, está guardado em uma coleção.

Shelby/De Tomaso P70 Can-Am Sports Racer 1965
Carroceria:
Fantuzzi
Preço estimado: R$ 12 milhões
Perdido durante anos, o P70 prometia engolir os McLaren’s em 1964 (Bonhams/Divulgação)

Em 1964 Carroll Shelby estava com vários dilemas.

O medo de o Cobra perder espaço para os Corvettes, a incerteza de ser o líder na criação do Ford GT40 e, ainda, a possibilidade de perder o domínio nas pistas face aos McLarens com motores de 7 litros.

Ele então se juntou a outra lenda, Alejandro de Tomaso, para produzir um novo carro e um novo motor.

Montou-se o time dos sonhos da construção automotiva para a época: Shelby no comando, de Tomaso como engenheiro, o revolucionário designer Peter Brock (criador do lendário Shelby Daytona Coupe) e a Fantuzzi como executora da construção do chassi.

As expectativas acerca do projeto P70 se tornaram as mais elevadas.

A atenção de Carroll Shelby no projeto do Ford GT40 foi um dos problemas que impediram o sucesso do P70 (Bonhams/Divulgação)

Mas, por conflitos de egos, agendas complicadas e o foco de Shelby no GT40, apenas um P70 foi construído. Ele dispunha de um V8 de 4,8 litros com 352 cv, câmbio de cinco marchas, suspensões independentes e freios a disco nas quatro rodas.

Lançado no Salão do automóvel de Turim em 1965, carro nunca entrou em produção nem participou de corridas (Bonhams/Divulgação)

O carro foi apresentado no Salão do automóvel de Turim em 1965, sob o nome de Ghia, no estande da De Tomaso. Foi o sucesso do salão, levando todos os olhos também a outro lançamento da marca italiana, o Mangusta.

Detalhe: mangusta (ou mangusto, em português) é o nome de um animal originário da África conhecido por ser um predador de… cobras. Isso mostra como a parceria entre Shelby e De Tomaso terminou de maneira nada amigável.

Depois daquele salão, o carro foi desmontado e guardado na Itália, onde ficou esquecido até 2004. Só então foi reencontrado e totalmente reconstruído.

Fiat 8V Supersonic 1953
Carroceria:
Ghia e Giovanni Savonuzzi
Preço estimado: R$ 7.800.000

Sua carroceria foi desenvolvida em tunel de vento (Bonhams/Divulgação)

O 8V Supersonic é uma obra prima feita pela Fiat nos anos 1950.

Seu chassi, na época, era melhor que os da Ferrari. Sua carroceria era testada em túnel de vento, e sua fabricação era feita nas melhores fábricas e pelos melhores artesãos da Itália.

Ele é equipado com o único motor V8 que a Fiat produziu (bonhams/Divulgação)

Com um motor V8 de 2 litros (o único V8 que a Fiat já fabricou), que produzia 115 cv a 6.000 rpm, o 8V Supersonic contava ainda com câmbio de quatro marchas, suspensão independente e freios a disco nas quatro rodas.

Esse foi o carro que desafio a Ferrari em termos de construção na época (Bonhams/Divulgação)

Esta unidade chegou em 1959 à Califórnia e, durante sua vida, sofreu diversas mudanças de cor, motor e transmissão. Em 2012, voltou para a Europa e foi totalmente restaurada, recuperando as especificações originais de fabricação.

Este carro é considerado  a melhor definição de design aerodinâmico, além de definir a cultura automotiva nos anos 1950. Apenas 15 unidades foram produzidas.

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