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Impressões: novo Subaru Forester é o SUV antibarbeiragem que promete?

Testamos (quase) todas as babás eletrônicas e semiautônomas da quinta geração do SUV, que chega por R$ 169.990 na versão completa

Por Leonardo Felix
28 jun 2019, 09h53
Novo Subaru Forester
Não andamos com o novo Forester na rua, mas pelo menos deixamos uma de suas rodas no ar (Divulgação/Subaru)

A quinta geração do Subaru Forester enfim chegou ao Brasil. As vendas começaram este mês nas concessionárias da marca japonesa no país, pelo preço sugerido de R$ 159.990.

Ou R$ 169.990, se o comprador optar por incluir um pacote chamado Eye Sight, que inclui duas câmeras com visão estereoscópica tridimensional à frente do veículo, que permitem a ativação de algumas das assistências do SUV.

Falaremos mais sobre este sistema adiante.

Novo Subaru Forester
SUV chega ao Brasil a partir de R$ 159.990 (Divulgação/Subaru)

QUATRO RODAS participou de um rápido test-drive com o novo Forester em ambiente fechado. Não houve rodagem em vias públicas, portanto pouco será possível afirmar a respeito do desempenho e da dinâmica do veículo.

O que podemos dizer é que seu motor quatro-cilindros 2.0 a gasolina, um naturalmente aspirado com injeção direta e 16 válvulas, possui dados de potência e torque um tanto tépidos para um SUV de suas dimensões.

Novo Subaru Forester
Motor boxer teve 80% dos componentes trocados (Divulgação/Subaru)

São 156 cv, mesmo patamar de utilitários compactos como Volkswagen T-Cross e Chevrolet Tracker, e 20 mkgf, menos do que o oferecido por um VW Polo 200 TSI. A tração é integral, com vetorização eletrônica entre as rodas.

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A boa notícia é que, de acordo com a Subaru, o propulsor teve 80% de seus componentes trocados ou modificados, ficando 12 kg mais leve. Já a caixa CVT com simulação de sete marchas “emagreceu” 7,8 kg, totalizando quase 20 kg de alívio no trem de força.

Novo Subaru Forester
Conforto e espaço a bordo não faltam (Divulgação/Subaru)

Ao mesmo tempo, o novo Forester está 3 cm maior em comprimento (4,62 metros) e entre-eixos (2,67 m), além de 2 cm mais largo (1,81 m) e 0,5 cm mais baixo (1,73 m). O porta-malas ganhou 15 litros de volume, indo a 520 litros.

Subaru Forester 2020
Espaço para pernas é o que não falta na fileira traseira (Divulgação/Subaru)

O visual possui mudanças discretas para uma troca de geração, especialmente na parte dianteira. Faróis e grade possuem formato parecido aos da carroceria anterior, porém com acréscimo de leds no conjunto óptico.

Na parte de trás, as lanternas passaram a ser bipartidas e em forma de gancho, talvez a única atualização estética que confira um ar realmente mais moderno ao modelo.

Subaru Forester 2020
Lanternas bipartidas em forma de gancho são uma das novidades visuais mais marcantes do modelo (Divulgação/Subaru)

Mas vamos ao que mais interessa aqui: toda a nossa avaliação foi focada nas assistências eletrônicas que, segundo a fabricante, praticamente mitigam as possíveis “barbeiragens” cometidas pelo motorista ao volante.

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Uma boa parte das babás vem com o supracitado sistema Eye Sight.

Ele inclui: frenagem e gerenciamento de aceleração pré-colisão; aviso de mudança de faixa; controle de cruzeiro adaptativo; alertas de zigue-zague na pista e partida do veículo à frente; frenagem automática traseira.

Subaru Forester 2020
Supla de câmeras do Eye Sight ficam no para-brisa (Divulgação/Subaru)

As frenagens automáticas nossa reportagem experimentou em dois testes: o primeiro, frontal, simulava a aproximação contra uma barreira frontal a 35 km/h.

O funcionamento do auxílio foi perfeito, proporcionando um tranco brusco a poucos metros da barreira. Haja cinto de segurança para segurar o corpo de motorista e passageiros.

Novo Subaru Forester
A brusca frenagem automática anticolisão funcionou perfeitamente (Divulgação/Subaru)

Já o segundo permitia experimentar de uma vez o alerta de tráfego cruzado e a frenagem em ré (monitorada por sensores no para-choque traseiro, já que as câmeras do Eye Sight são apenas frontais).

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Se o alerta funcionou perfeitamente, a frenagem automática falhou três vezes ao se deparar com uma placa de madeira que simulava uma mulher e uma criança atravessando a rua. Pobre família: teria sido atropelada.

Novo Subaru Forester
Frenagem autônoma de ré falhou em dois de nossos três testes (Divulgação/Subaru)

Segundo os técnicos da Caoa, importadora da Subaru no Brasil, os sensores se embananaram com a incidência de luz do sol e de sombra ao mesmo tempo em diferentes partes da carroceria.

Isso mostra o quanto as assistência semiautônomas ainda não são plenamente confiáveis a depender da condição enfrentada.

Novo Subaru Forester
Comandos do ACC ficam no raio direito do volante e são fáceis de entender (Divulgação/Subaru)

O ACC, por sua vez, funcionou muito bem.

Um detalhe interessante é que o Forester possibilita que se volte da imobilidade para o movimento, dentro da velocidade programada e com controle de distância para o carro à frente, apenas com um toque no botão de ativação do controle, sem precisar recorrer ao acelerador.

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Já o aviso de faixa não empolga, simplesmente porque sua única função é alertar, e não corrigir a trajetória. É menos do que um Jeep Compass ou um Chevrolet Cruze são capazes, e fruto da ausência de radares do Eye Sight.

Novo Subaru Forester
Forester possui só o alerta de mudança de faixa, mas não muda a trajetória sozinho (Divulgação/Subaru)

No retrovisor externo direito, uma câmera auxiliar ajuda a dirimir a área de ponto cego e também a enxergar se as rodas daquele lado vão esbarrar em algum obstáculo como uma guia, por exemplo.

Subaru Forester 2020
Câmera auxiliar no retrovisor direito é bem-vinda para evitar aquela raspada na guia (Divulgação/Subaru)

Durante o teste, também passamos por dois pequenos obstáculos off-road, com pedras, terra e troncos de árvore, e por um teste de pêndulo.

Ali foi possível constatar, embora em doses homeopáticas, o bom nível de rigidez torsional da carroceria, os bons ângulos de ataque (20,2 graus), ventral (21,5 graus) e de saída (25,8 graus), e também o incrível silêncio do conjunto de suspensões.

Novo Subaru Forester
Rigidez da carroceria e câmera lateral auxiliar passaram com louvor no teste do pêndulo (Divulgação/Subaru)

Para completar, passamos por trechos com diferentes níveis de aderência para confirmar o nível de estabilidade oferecida pelo ESP e pela vetorização de torque. Os resultados foram bem satisfatórios.

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Novo Subaru Forester
Sentando a bota em terrenos com níveis diferentes de aderência, testamos o ESP e a vetorização de torque (Divulgação/Subaru)

Sentado nas fileiras dianteira e traseira, também ficou perceptível o conforto gerado pelos bancos. Na fileira traseira há revisteiros, porta-tablet e celular, entradas USB e saídas de ar, além de ótimo vão para as pernas.

Novo Subaru Forester
Novo Forester tem ótima posição de dirigir, mas as três telas digitais poderiam ser facilmente duas (Divulgação/Subaru)

Ficou faltando experimentar os faróis direcionais em curvas, o som Harman Kardon, o controle de velocidade em descida e o sistema X-Mode, com modos de condução voltados ao uso fora de estrada. Fica para uma próxima.

Subaru Forester 2020
Sistema X-Mode, de auxílio ao off-road, é controlado por este seletor no console central (Divulgação/Subaru)

Veredicto

O Forester é um SUV tecnológico e com preço bastante competitivo. Por R$ 170 mil, cobra o preço de SUVs médios de marcas generalistas e oferece boa dose de tecnologias de segurança a bordo.

Só que algumas de suas assistências não são as mais modernas disponíveis, ou seja: ele até ajuda a impedir um acidente, mas o principal responsável pelo controle do carro e por possíveis barbeiragens ainda será o condutor.

No fim, a compra vale mesmo pelo nível de espaço e conforto a bordo, e pela confiabilidade de ser um Subaru.

Ficha técnica – Subaru Forester 2020

  • Preço: R$ 169.990
  • Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 1.995 cm3, 84 x 90 mm, 16V, 156 cv a 6.000 rpm, 20 mkgf a 4.000 rpm
  • Câmbio: CVT, simula 7 marchas, tração 4X4 integral
  • Suspensão: McPherson (diant.) e braço duplo oscilante (tras.)
  • Freios: discos ventilados
  • Direção: elétrica
  • Rodas e pneus: liga leve, 265/60 R18
  • Dimensões: comprimento, 462,5 cm; largura, 181,5 cm; altura, 173 cm; entre-eixos, 267 cm; ângulo de ataque 20,2°; ângulo de saída, 25,8°; vão livre 22 cm; peso, 1.586 kg; volume do porta-malas, 520 l
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