A Porsche está entrando para a lista de montadoras que está revisando seus planos de eletrificação. A montadora havia anunciado que pretendia alcançar 80% de vendas de elétricas até 2030, mas agora essa meta não é mais uma obsessão e a montadora planeja trabalhar em seus carros a combustão e híbridos paralelamente aos elétricos.
O diretor financeiro da montadora, Lutz Meschke, afirmou durante videoconferência de apresentação dos resultados financeiros trimestrais da Porsche, que a transição para elétricos está demorando mais do que o esperado. A empresa pretende aproveitar isso para dar aquilo que os seus clientes procuram: novos veículos com motores a combustão.
“Há uma tendência clara no segmento de luxo premium na direção de carros com motor de combustão interna, portanto, reagiremos em nosso ciclo de produto”, disse ele.
Como exemplo, Meschke citou o caso do Taycan. Tanto a perua, quanto o sedã, não performaram bem em vendas no terceiro trimestre de 2024 e somaram 3.394 unidades vendidas, 34% a menos que o mesmo período do ano anterior.
Nem mesmo na China, onde os elétricos dominam o mercado, a procura anda alta. “Vemos curvas acentuadas de aumento para os BEVs na China, mas o luxo ainda está faltando no segmento”, Meschke.
Agora a intenção é manter seus carros vivos e condizentes com as novas leis de emissões que chegarão em diversos mercados nos próximos anos, como na Europa.
O Porsche Cayenne, por exemplo, ganhará uma versão elétrica por volta de 2026, mas a atual geração a combustão continuará à venda pelo menos até 2030. A ideia é atualizar o motor V8 no decorrer dos anos para que ele se encaixe nas novas legislações, possivelmente ganhando assistência híbrida.
Esse é o caminho que a empresa seguiu com o 911 Targa, que recentemente ganhou um trem de força híbrido, algo também acontecerá com o 911 Turbo, segundo o próprio Meschke. O Panamera é outro forte candidato para ter o mesmo destino e se manter vivo até o fim da década, afinal, o modelo acabou de ganhar uma reestilização.