Óleo lubrificante pode causar pré-ignição em motores? Silvio Mendes, São Paulo (SP)
Sim, mas ele não é o vilão da história, segundo o diretor técnico da Gulf Oil Brasil, Vitor Eduardo Gomes. Conforme o especialista, o óleo pode estar sendo usado de forma errada.
“Lubrificantes que não foram projetados para a aplicação a que foram submetidos, podem resultar em funcionamento anormal do conjunto. Esse funcionamento anormal compreende desde um simples aumento de consumo de combustível a, até mesmo, graves panes mecânicas”, afirma. “O mesmo ocorre quando usamos o lubrificante certo, mas não damos atenção adequada ao intervalo de troca”, completa.
A incapacidade ou a pouca capacidade de remover sujeiras provenientes do processo de combustão pode, potencialmente, implicar em pré-ignição. Essa sujeira não removida tende a se depositar em regiões delicadas na câmara de combustão e, com o calor gerado durante a queima do combustível, tornar-se incandescente. Essa “brasa” assume o papel da vela de ignição e queima a mistura ar-combustível antes do tempo previsto para o centelhamento das velas. Daí o nome “pré-ignição”. É uma queima de combustível não controlada.
Lubrificantes fazem parte do processo de combustão, tanto quando ocorre a queima do resíduo deixado na camisa do cilindro durante o processo de lubrificação como quando recuperado pelo coletor de admissão no processo de redução de emissão de gases poluentes. Como os lubrificantes são queimados junto com o combustível, sua queima deve ser a mais limpa e completa possível, deixando praticamente nenhum resíduo. “Vale ressaltar que a câmara de combustão não é lugar para o acúmulo de resíduos”, finaliza o especialista.