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Toyota RAV4

Quarta geração é discreta no visual e no desempenho - é uma evolução da geração anterior.

Por Paulo Campo Grande | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 01h32 - Publicado em 21 jul 2013, 20h33
testes

A Toyota apresenta o RAV4 2013 como um modelo de nova geração. Mas, à primeira vista, o SUV parece a reestilização de seu antecessor, sensação provocada pelas semelhanças entre os projetos (como o design da coluna traseira e da área envidraçada) e por características em que ambos são efetivamente iguais (como a altura e a distância entre-eixos). Segundo a Toyota, a plataforma do novo RAV4 tem a mesma geometria do modelo de terceira geração. A diferença – que justificaria chamá-la de nova – está nos materiais empregados (basicamente aços com diferentes graus de rigidez, que permitem aumentar a resistência das partes mais solicitadas e reduzir o peso total da estrutura).

Para entender por que o novo RAV4 não parece tão revolucionário como poderia ser, uma boa pista é lembrar a filosofia de trabalho das fábricas japonesas, que renovam suas linhas com aperfeiçoamentos graduais. A Honda faz isso com o Civic, e a própria Toyota, com o Corolla, para ficar em apenas dois exemplos bem conhecidos. Esse modo de trabalho tem a ver com o princípio oriental do Kaizen, que prega a melhoria contínua e gradual. Desta vez, a Toyota exagerou no respeito às regras. Mas, a seu favor, um exame mais detalhado mostra que o SUV de fato evoluiu.

Visualmente, o RAV4 incorpora a nova identidade da marca – que estreou este ano no hatch Auris (que divide a plataforma com o Toyota Corolla, na Europa). O estilo batizado “Keen Look” (olhar penetrante), segundo a Toyota, é inspirado na expressão concentrada dos atletas antes do início de uma competição e tem como principais elementos os faróis, a grade dianteira superior em V e a grade inferior em forma de trapézio. Na traseira, as lanternas tridimensionais saltam aos olhos, literalmente. Mas, do ponto de vista prático, a alteração mais importante está na retirada do estepe da tampa do porta-malas, o que tem dois benefícios: a desobstrução da área envidraçada e a abertura da porta para cima (a antiga lateral, da esquerda para a direita, foi pensada para os países como o Japão, cujo trânsito tem mão-inglesa). Como efeito colateral, o estepe (em tamanho normal) foi para dentro do porta-malas, reduzindo o volume útil de 547 para 476 litros.

Por dentro do novo RAV4, os donos do modelo da terceira geração vão se sentir em casa, uma vez que os dispositivos – instrumentos, ar-condicionado e teclas de ajuste dos retrovisores – estão localizados exatamente nos mesmos lugares. O design do painel, no entanto, é novo. No lugar do conjunto bojudo, com console vertical, entra uma estrutura horizontal que parece suspensa. As saídas de ar centrais agora são verticais, ladeando o rádio. E no alto do painel há uma saída com fluxo direcionado para a parte traseira da cabine (para trás, também há saídas sob os assentos dianteiros). Apesar de o entre-eixos ser igual, o espaço interno aumentou, graças ao afastamento do volante e ao uso de encostos mais finos nos bancos dianteiros. Para quem viaja atrás, a distância para as pernas cresceu 4,1 cm, segundo a fábrica.

O RAV4 chega em três versões: 2.0 4×2, 2.0 4×4 e 2.5 4×4, em substituição às duas opções anteriores, 2.4 4×2 e 4×4. Os novos motores têm duplo comando de válvulas, na admissão e no escape, e controle eletrônico do fluxo dos coletores de admissão, entre outros recursos. O primeiro vem acompanhado de câmbio CVT, com sete marchas fixadas, e o segundo traz câmbio automático de seis marchas. Com essa mudança na linha, a Toyota reposiciona o RAV4, que no mês passado custava 108 500 reais na versão 4×2 e 124 600 reais na 4×4, enquanto seu principal concorrente, o Honda CR-V, é oferecido a 98 900 reais na versão 4×2 e 114 900 reais na 4×4, sempre com motor 2.0. Agora o Toyota 2.0 tem preços menores. O 4×2 custa 96 900 reais e o 4×4 sai por 109 900 reais. O 2.5 4×4 vai a 119 900 reais.

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Aqui, nós apresentamos a versão de entrada 2.0 4×2, que, de acordo com a Toyota, deve responder por 60% do volume comercializado. A 2.0 4×4 fica com 30% e a 2.5 4×4, com 10%. Desde o primeiro nível, o RAV4 é bem equipado. Entre os equipamentos de série, ele traz: ABS, duplo airbag, ar-condicionado, som, banco do motorista com regulagem em altura, banco traseiro bipartido, volante com ajuste em altura e profundidade, computador de bordo, trio elétrico, faróis de neblina e sensor de estacionamento. O acabamento é de qualidade, com plásticos de diferentes texturas, sempre de boa aparência. Na parte inferior do painel, a superfície imita couro e, no console e laterais das portas, reproduz o padrão da fibra de carbono. Há também apliques de plástico com acabamento metálico. Os bancos são de tecido.

0 a 100 km/h em 12,6 segundos

Como era de esperar, a vida a bordo é agradável como antigamente na cabine do RAV4 de terceira geração. Mas é na direção que o motorista percebe as melhorias. Por causa do reforço na plataforma e do aumento das cargas de amortecedores e molas da suspensão, o SUV ficou mais estável e preciso nas manobras. Sem comprometer o conforto, a carroceria agora rola menos e obedece à direção com mais prontidão. O desempenho é bom. Se o motorista estiver atrasado para o trabalho, existe a possibilidade de se irritar com a lentidão nas arrancadas. Porém, acima de 2 000 rpm, o carro fica mais esperto. O motor gera 145 cv a 6 200 rpm e 19,1 mkgf a 3 600 rpm. Comparando o desempenho do RAV4 2.0 4×2 com o do CR-V 2.0 4×2 (câmbio automático de cinco marchas), na pista de testes, o Toyota fica em ligeira desvantagem. Nas acelerações de 0 a 100 km/h, o RAV4 fez o tempo de 12,6 segundos, enquanto o Honda conseguiu 11,9 segundos. Nas medições de consumo, há equilíbrio. O RAV4 alcançou as médias de 10,3 km/l na cidade e 12,6 km/l na estrada, contra 9,8 e 13,0 km/l do CR-V, respectivamente. Esse teste do Honda, publicado na edição de maio de 2012, é do tempo em que ele ainda não tinha motor flex, que só chegou este ano (a Toyota diz não ter planos para o RAV4 nesse sentido).

O SUV da Toyota chega mais maduro à quarta geração. Mas as aparências não enganam: não espere viver uma experiência arrebatadora a bordo.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

O RAV4 está mais obediente e seguro nas curvas. Deveria frear em espaços mais curtos.

★★★☆

MOTOR E CÂMBIO

O motor é moderno e eficiente, mas pena para arrancar. E o câmbio CVT não ajuda.

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★★★

CARROCERIA

Apesar das semelhanças com o modelo da geração anterior, o novo RAV4 é bonito e bem-acabado.

★★★☆

VIDA A BORDO

O RAV4 é bem-equipado e, na nova geração, o espaço interno foi ampliado.

★★★★

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SEGURANÇA

Tem duplo airbag, ABS, EBD e BAS.

★★★☆

SEU BOLSO

A versão de entrada 2.0 4×2 deixou o RAV4 com preço mais competitivo.

★★★☆

OS RIVAIS Honda CR-V 2.0 4×2 LX

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Vem do México, é flex (sem tanquinho), tem câmbio automático de seis marchas e sai por 98 900 reais.

Hyundai ix35 2.0 4×2

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Custa 102 620 reais. É sulcoreano, flex (com tanquinho) e tem câmbio automático sequencial de seis marchas.

VEREDICTO

O desempenho não empolga, mas o RAV4 é um bom SUV. Com visual atualizado, ele tem bom espaço interno, é bem-acabado e equipado. Além disso, é fácil de dirigir e seguro. E, na versão de entrada, tem preço competitivo no segmento.

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