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Peugeot 208

Com o novo 208, a Peugeot recupera a atualidade perdida e se habilita a disputar terreno

Por Paulo Campo Grande | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 20 mar 2024, 08h17 - Publicado em 7 Maio 2013, 15h54
testes

Toda estreia é cercada de expectativas. Mas o Peugeot 208 tem responsabilidade dupla sobre seu elegante ombro, para usar o jargão próprio dos designers. A ele coube a missão de atualizar a linha depois de um jejum provocado pela ausência do legítimo 207, que por aqui foi apenas a reestilização do 206.

O 208 supera seu antecessor sob diversos aspectos. A começar pelo porte – ele é 10 cm maior no comprimento e no entre-eixos. Seu design apresenta elementos de estilo que a tecnologia dos anos 90 não permitia aos designers nem sequer sonhar com eles, como os faróis de formas complexas e as lanternas traseiras com leds que criam uma assinatura visual para o carro. E por dentro não há comparação. O 208 faz o antecessor parecer uma roupa que não nos veste mais. O painel de instrumentos foi reposicionado, o console aproximou os comandos do motorista e todo o conjunto ficou visualmente bem mais elaborado. No lugar da antiga peça única injetada, surgiu um grupo de componentes de diferentes materiais e texturas harmoniosamente agrupados.

A nova plataforma (a mesma que equipa o novo Citroën C3) permitiu o aumento do espaço interno da cabine não só por ser maior, mas também por liberar os projetistas para recriar a arquitetura interna do carro, com a mudança na ancoragem da suspensão traseira e a troca dos bancos (por outros com encostos mais finos). Quem conhece o 207 e entra no 208 percebe as melhorias de imediato. Segundo a Peugeot, a distância para os joelhos no banco de trás aumentou 8 cm. As pessoas viajam com os joelhos posicionados ligeiramente mais alto, porém com mais espaço do que o que havia no 207.

O painel de instrumentos obriga o motorista a olhar para os mostradores por cima do volante e não através do aro, como de costume. Para facilitar a tarefa de encontrar a posição de dirigir que permita a leitura dos instrumentos, o 208 tem ajustes de altura e distância no assento e no volante, que é achatado em cima e em baixo, e 10% menor, em comparação ao do 207, com 37 cm de diâmetro.

Sem tanquinho

Pessoalmente, gostei da nova posição de dirigir. Eu me senti perfeitamente integrado ao carro e aos comandos, com boa visibilidade interna e externa e clara percepção das dimensões externas. Mas o especialista em direção segura Roberto Manzini, proprietário do centro de pilotagem que leva seu nome, observou que o deslocamento do painel limita a visão de pessoas que se sentem confortáveis dirigindo com o assento mais próximo do piso ou com o volante em posição elevada. Segundo ele, esses motoristas poderão ter de optar entre o conforto e a visualização plena do painel, o que, seja qual for a escolha, pode comprometer a segurança.

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Uma vez bem acomodado ao volante, a experiência de dirigir o 208 é agradável. A direção com assistência elétrica é direta e precisa, com respostas rápidas. A suspensão, com curso maior que a do 207, mas ainda assim limitada, privilegia o conforto. Porém a queixa recai mesmo sobre o escalonamento do câmbio. De primeira para segunda marcha, deixa a rotação do motor cair, prejudicando o desempenho. Também não ajuda a alavanca precisar ser conduzida por longos precursos.

Em comparação ao europeu, nosso 208 apresenta características próprias. Por questões técnicas, além do motor flex e da suspensão recalibrada (para rodar na superfície lunar de nossas ruas e estradas), a versão teve a área da grade frontal ligeiramente ampliada para facilitar a refrigeração do motor, uma vez que nosso clima é mais quente que o europeu. O vão-livre, na dianteira, também cresceu o suficiente para aumentar o ângulo de ataque do carro de 16 para 19 graus e evitar que a frente raspe em rampas e valetas. Como não é incomum ocorrer em casos de naturalização de modelos europeus, alguma bagagem se perdeu pelo caminho. O 208 sofreu algumas alterações no que diz respeito a materiais e equipamentos. No painel da versão que circula no Velho Mundo, a moldura sobre o console tem acabamento black piano. No “nosso”, o recurso é usado com parcimônia apenas no centro do console. Outra ausência mais sentida que notada é o ESP, que a Peugeot afirma ser visto como dispensável, de acordo com pesquisas feitas com potenciais compradores.

O 208 chega em quatro versões: Active 1.5, Allure 1.5, Griffe 1.6 e Griffe 1.6 automática. Desde a versão básica Active, o 208 é um carro bem equipado. Ele traz direção elétrica, duplo airbag, ABS, arcondicionado, vidros (dianteiros) e trava elétricos, computador de bordo e pisca nos retrovisores, de série. Mas equipamentos como central multimídia (interface para GPS, áudio, conexões digitais e configurações do carro), teto solar panorâmico, faróis de neblina e rodas de liga leve só estão disponíveis nas versões superiores Allure e Griffe, sendo que esta última acrescenta ainda luzes de posição com leds nos faróis, piloto automático, sensores de luz, de chuva e de estacionamento, ar-condicionado bizona e sistema de partida sem tanquinho. Os preços são os seguintes: 39 990 (Active), 45 990 (Allure), 50 490 (Griffe) e 54 490 reais (Griffe automático).

De modo geral, o padrão de acabamento é o mesmo para todas as versões, mas há detalhes que só a Griffe traz, como os frisos cromados ao redor dos vidros, a ponteira de escapamento cromada, pelo lado de fora, e a parte horizontal do painel da cor Cinza Titanium, na cabine. Os materiais são de boa qualidade. No painel, além do console piano black, há frisos cromados nas saídas de ar e o volante é revestido de couro (exceto na versão Active).

Na pista de testes, a versão Griffe 1.6 16V apresentou o rendimento esperado. Nas provas de desempenho, como nas acelerações de 0 a 100 km/h, conseguiu o tempo de 11,6 segundos. E, nas medições de consumo, fez as médias de 8,3 km/l na cidade e 11,9 km/l na estrada.

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O 208 causou boa impressão, demonstrando ser um avanço em relação ao 207 (que segue na linha, sem data anunciada para aposentadoria). Estacionados lado a lado, ambos mostram com clareza a distância de duas décadas entre eles.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

Gostoso de dirigir, o 208 tem direção ágil. A suspensão privilegia o conforto, mas é segura. E os freios são confiáveis.

★★★★☆

MOTOR E CÂMBIO

O motor 1.6 do carro avaliado apresentou rendimento compatível com suas características. Mas o câmbio tem “buraco” entre primeira e segunda marchas.

★★★☆

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CARROCERIA

Com estilo original e sofisticado, o 208 é bem construído e acabado.

★★★★☆

VIDA A BORDO

A arquitetura interna melhorou e o 208 é bem equipado, desde a versão básica Active. A Griffe é completa.

★★★★★

SEGURANÇA

ABS e duplo airbag são itens de série. Há cintos de três pontos em todas as posições. Mas o painel deslocado pode criar dificuldades para alguns motoristas.

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★★★★

SEU BOLSO

O 208 tem três anos de garantia e de serviços de assistência gratuita, além de revisões e pacotes de peças com preços pré-definidos. Seu preço está na mesma faixa dos principais rivais.

★★★★

OS RIVAIS

Citroën C3 1.6 Exclusive

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Tem estilo próprio, com seu para-brisa estendido. Mas o conjunto mecânico é igual. Custa 51240 reais.

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Hyundai HB20 1.6 Premium

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Com equipamento e rendimento na pista compatíveis, este tem cinco anos de garantia. Sai por 49795 reais.

VEREDICTO

Bonito, moderno, bem equipado e gostoso de dirigir, o 208 chega com três anos de garantia e com revisões e pacotes de peças com preços fechados. Trata-se de uma oferta interessante na faixa de preço superior do segmento de hatches.

>> Confira a Ficha Técnica do carro

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