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Pequenos aventureiros

Compacto e bem equipado, este quarteto amplia os horizontes de quem sai em busca de aventura

Por Ulisses Cavalcante | fotos: Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 12h22 - Publicado em 18 abr 2013, 13h07
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O ingresso para o mundo off-road pode custar mais caro, mas é inegável que está mais acessível. Naturalmente, a tração 4×4 eleva o custo dos veículos e até a baixa procura contribui para aumentar os valores. O quarteto destas páginas compõe a porta de entrada no segmento. Fizemos um corte de 80 000 reais e eliminamos os que não têm exatamente um apelo fora de estrada, caso do Suzuki SX4. Restaram Jimny, EcoSport, Duster e TR4.

Entre si, os quatro jipinhos têm características tão diferentes quanto seu público-alvo. Veja qual deles tem mais afinidade com você.

Renault Duster

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Nasceu para incomodar o EcoSport, mas a chegada da nova geração do Ford desmoronou as pretensões da Renault. A versão 4×4 foi lançada com a missão de legitimar as habilidades aventureiras do Duster e convencer os clientes de que ele tinha cacife para dividir espaço com o Eco. Na prática, assim como o rival, o Duster 4WD serve mais ao marketing do que ao departamento financeiro. Do total de vendas do modelo, a versão responde por 7% do mix.

Para enfrentar a falta de asfalto, recebeu um câmbio manual de seis marchas com a primeira marcha reduzida. Isso lhe dá força extra em terrenos difíceis e subidas. No dia a dia, é até possível sair em segunda quando o carro não está carregado. Um seletor giratório no centro do console comanda o sistema eletro-hidráulico que trava a embreagem do diferencial, distribuindo até 50% da força entre os eixos. O 4WD trabalha sob demanda, ou seja, mesmo acionado, só envia tração ao eixo traseiro quando a dianteira patina.

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O ar pesadão esconde sua desenvoltura com um 2.0 16V, mas o bom fôlego custa caro. Faz 5,7 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada, com etanol.

Por causa do diferencial traseiro, o estepe teve que migrar para a parte interna, e, embora a posição tenha virtudes, reduziu o bagageiro para 400 litros. Entretanto, a suspensão traseira é independente, do tipo multibraços. O 4×2 usa eixo rígido.

O Duster pretende dividir corações com o Eco, com um toque a mais de robustez para quem curte fugir do asfalto, desde que o passeio não tenha atoleiros severos ou lama profunda. Ele usa pneus urbanos e não tem bloqueio de diferencial.

Pra quem?

Perfil: Para quem aprecia visual rústico e não tem dó de sujar o carro, ainda que não precise de um jipe. Atende quem fica 80% do tempo no asfalto.

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Estepe escondido traz mais benefícios que desvantagens. Motor 2.0 garante fôlego de sobra, mas peca pelo consume. Interior herdou peças do Sandero e falta esmero no acabamento. Seletor aciona o 4WD.

Ficha TécnicaMotor: dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, flex. Cilindrada: 1 998 cm3. Diâmetro x curso: 82,7x93mm. Taxa de compressão: 11,2:1. Potência: 142/138 cv a 5500 rpm. Torque: 20,9/19,7 mkgf a 3750 rpm


Câmbio: manual, 6 marchas, tração 4×4

Dimensões: largura,
182 cm; comprimento, 431 cm; altura, 169 cm; entre-eixos, 267 cm . Peso: 1 353 kg


Volumes: porta-malas, 400 litros; tanque de combustível, 50 litros

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Suspensão:
 Dianteira: McPherson. Traseira: multilink


Freios: disco vent. (diant.) e tambor (tras.), com ABS Direção: pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica

Pneus: 215/65 R16

Principais equipamentos de série: airbags, ABS, direção ajustável, som com USB e comandos no volante e rodas de liga

Ford EcoSport

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É o mais urbano de todos. Ao contrario do Jimny e TR4, nasceu no asfalto mas trabalhou os músculos para aguentar uma escapada na terra. Os pneus de uso misto ajudam a enfrentar pisos de chão e, fora de trilhas, frequentemente a tração 4×4 pode ser dispensada. O acionamento é feito por um botão no console e a tração funciona sob demanda. Quando as rodas da frente giram em falso, o diferencial traseiro é travado e o sistema distribui a força entre os eixos. Voltado para aventuras leves, seu desempenho impressiona por ser um carro “civilizado”.

O Eco 4WD é suficiente para encarar estradas levemente enlameadas e subidas íngremes com piso solto. Erosões, desníveis bravos, trechos alagados, lama profunda e “costelas de vaca” são inimigos que exigem armamentos mais pesados. Nesse caso, é melhor migrar para o Jimny ou TR4. Ele passa por onde carros 4×2 nem sonhariam em ir, mas não se sobrepõe a veículos com chassi, bloqueio de diferencial e tração reduzida.

É o único da categoria com direção elétrica, controle de tração e de estabilidade. E só ele conta com uma vasta rede de 374 concessionários. Isso faz do Eco a opção para quem não quer passar apertos ao volante ou na hora da revisão.

Vestido para se sujar, em nome da moda adotou um estepe do lado de fora e porta-malas com abertura lateral. Como ele foi feito para viver a maior parte do tempo na cidade, o pneu à mostra traz mais problemas que vantagens. Aliás, a medida não favorece nem o espaço interno. Ele tem porta-malas menor que o do Duster, apesar de este ter o pneu reserva escondido embaixo do bagageiro.

Para quem?

Perfil: família jovem, urbana, tecnológica e exigente com design e acabamento. Prefere conforto e encara um off-road leve ocasional.

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Mesmo com o estepe para fora, bagageiro tem 362 litros. Motor 2.0 do Eco trabalha de forma suave e em silêncio. Direção elétrica tem ajuste de altura e profundidade. Botão no painel comanda o 4×4.Ficha Técnica

Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, flex Cilindrada: 1 999 cm3 Diâmetro x curso:

87,5 x 83,1 mm. Taxa de compressão: 10,8:1. Potência: 147/141 cv a6250rpm. Torque: 19,7/19 mkgf a4500rpm

Câmbio: manual, 6 marchas, tração 4×4

Dimensões: largura, 177 cm; comprimento, 424 cm; altura, 170 cm; entre-eixos, 252 cm. Peso: 1 404 kg

Volumes: porta-malas, 362 litros; tanque de combustível, 52 litros

Suspensão: Dianteira: McPherson Traseira: multilink

Freios: disco vent. (diant.), tambor (tras.), ABS

Direção: pinhão e cremalheira com assistência elétrica

Pneus: 205/60 R16

Principais equipamentos de série: airbags, contr. de tração e estabilidade, som com comandos

no volante e Bluetooth e rodas de liga

Mitsubishi TR4

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O TR4 é um rosto conhecido no Brasil. Feito em Goiás desde 2002, tornou-se o carro-chefe da Mitsubishi e mudou bastante em 11 anos, sem perder as qualidades que o consagraram. Uma delas é a robustez para enfrentar off-road pesado, daqueles que dificultam até mesmo uma caminhada a pé. Três outros atributos o ajudaram a conquistar um público inesperado: o feminino. Ele seduziu as mulheres pela posição de dirigir elevada, dimensões compactas e, dez anos atrás, um farto pacote de equipamentos. Tanto é que o modelo fez o caminho inverso do Duster e EcoSport. Enquanto a dupla ganhou versões 4×4 como forma de atestar sua valentia, o TR4 apareceu nas lojas sem a tração nas quatro rodas, para deixá-lo mais em conta e abocanhar mais clientes.

O mais longevo dos jipes compactos vem preparado para os piores caminhos. Utiliza uma estrutura que o fabricante chama de “chassi integrado ao monobloco”, uma espécie de híbrido entre o chassi tradicional com longarinas e o monobloco. A ideia é preservar a rigidez e o bom comportamento urbano, sem abrir mão da robustez necessária ao fora de estrada.

Possui quatro opções de tração: pode rodar no 4×2 com transmissão no eixo traseiro, 4×4 on-road, 4×4 utilizando o diferencial bloqueado e 4×4 com reduzida. Na posição on-road, aumenta a segurança em pisos molhados e, principalmente, em curvas.

Multiuso, lança mão dos pneus de uso misto para ir ao escritório e carregar a família para as férias no sítio. Falta espaço para quatro, mas dois adultos e uma criança serão bem servidos. Pode até ser o principal carro da casa.

Para quem?

Perfil: O visual descolado esconde um guerreiro incansável para o off- road. Bem equipado, é multiuso. Serve como carro principal da casa.

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Estepe para fora preserva o espaço interno no jipe goiano. Barra entre as torres da suspensão é item de série. Painel frugal preza pela funcionalidade. Alavanca manual controla o sistema de tração.

Ficha Técnica

Motor: dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, 16 válvulas, flex Cilindrada: 1 999 cm3 Diâmetro x curso:

81,5 x 95,8 mm. Taxa de compressão: 11:1. Potência: 140/135 cv a5500rpm. Torque: 22/20 mkgf

a 4 500/2 250 rpm

Câmbio: automático, 4 marchas, tração 4×4

Dimensões: largura, 168 cm; comprimento, 406 cm; altura, 171 cm; entre-eixos, 245 cm

Volumes: porta-malas, 500 litros (até o teto); tanque de combustível, 72 litros. Peso: 1 470 kg

Suspensão: Dianteira: McPherson Traseira: five-link com molas helicoidais

Freios: discos nas 4 rodas, com ABS

Direção: pinhão e cremalheira com assistência hidráulica

Pneus: 225/65 R17

Principais equipamentos de série: airbags, ABS, volante e assento ajustáveis, pneus mistos

Suzuki Jimny

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Um armamento pesado para enfrentar o off-road se esconde sob o corpo franzino e a aparência afável do Jimny. O público afeito a aventuras ousadas, não apenas um passeio até o sítio, encontra nele a artilharia necessária para passar férias em Castelhanos, destino de jipeiros localizado no litoral norte de São Paulo, ou para enfrentar uma travessia pela rodovia Transamazônica. O pequeno é dono de um robusto sistema de tração 4×4. Tem roda livre pneumática com caixa de transferência sincronizada, carroceria montada sobre chassi e suspensões de eixo rígido projetadas para jamais conhecer o pavimento asfáltico. Por cerca de 60000 reais, não há outro SUV que custe menos e traga tantos recursos para o off-road.

Segundo a Suzuki, boa parcela de sua clientela é feminina. Mesmo as que nem pensam em sujar o salto com terra são atraídas pelo carrinho. Ele tem treinamento em vagas apertadas, então as medidas compactas – 3,67 metros de comprimento e 1,60 de largura – e a direção hidráulica são aliadas nas manobras. Mais alto que os carros “comuns”, deixa as donas em vantagem no trânsito.

Homens e mulheres têm de se contentar com uma área minimalista e pouca potência. Por enquanto, a única motorização é a 1.3 16V de 85 cv, ligada à transmissão manual de cinco velocidades. Quem gosta de viajar carregado deve penar um pouco para enfrentar carros muito lentos na pista, mas não vai se apertar quando a estrada vira trilha. Há apenas quatro lugares e o porta-malas de 113 litros não comporta a bagagem de todos. Isso limita o Jimny a quem anda sozinho ou viaja em dupla. Ou só pretende ir de casa ao escritório.

Para quem?

Perfil: ideal como carro extra para aventuras intensas. Vai bem no asfalto, mas seu forte é a lama. família?
Só as de duas pessoas.

641_peque_09.jpg Estepe na traseira tem uma justificativa: aproveitar o espaço. Motor 1.3 de 85 cv dá conta do recado, mesmo na Estrada. Interior de carro básico oferece apenas o trivial. Engates da tração feitos por botões.

Ficha Técnica

Motor: dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, 16 válvulas, gasolina Cilindrada: 1 328 cm3 Diâmetro x curso: 78x70mm Taxa de compressão: 9,5:1 Potência: 85 cv a6000rpm Torque: 11,2 mkgf a4100rpm

Câmbio: manual, 5 marchas, tração 4×4

Dimensões: largura, 160 cm; comprimento, 367 cm; altura, 170 cm; entre-eixos, 225 cm Peso: 1 060 kg

Volumes: porta-malas, 113 litros; tanque de combustível, 40 litros

Suspensão: Dianteira: eixo rígido Traseira: eixo rígido

Freios: disco sólido (diant.), tambor (tras.)

Direção: pinhão e cremalheira com assistência hidráulica Pneus: 205/70 R15

Principais equipamentos de série: som com USB e Bluetooth, rodas de liga, bancos rebatíveis.

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