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Lamborghini Aventador LP 700-4 Spyder

Com 350 km/h e 0 a 100 em 3 segundos, o Aventador Spyder oferece sensações a céu aberto restritas a poucos mortais

Por Joaquim Oliveira | Fotos Ingo Barenschee
Atualizado em 9 nov 2016, 01h54 - Publicado em 7 Maio 2013, 18h21
impressoes

O sucesso do cupê Aventador, que em 2011 substituiu o Murciélago, não tem paralelo nos 50 anos de Lamborghini. Em 2012 ele alcançou a marca de 900 vendas, o dobro do antecessor no melhor ano. Hoje há uma fila de 15 meses para quem tem mais de 350000 euros disponíveis para comprar um superesportivo.

Tudo é superlativo e arrebatador nesse carro feito com um monocoque de fibra de carbono e carroceria de alumínio, que acabou de ganhar sua versão conversível. Começa, claro, por sua estética, que conserva a essência estilística de linhas angulosas e detalhes hexagonais numa carroceria muito baixa e larga, que agora se torna ainda mais impressionante quando removemos o teto. Onde no Murciélago existia uma capota de lona (com ela aberta, a máxima era limitada a 160 km/h), agora há dois painéis de carbono (com apenas 6 kg cada um), que devem ser desmontados manualmente e guardados no porta-malas (que fica sob o capô dianteiro).

Eles reduzem o peso do Aventador Spyder (que tem só 50 kg a mais que o cupê), pois economizam os 120 a 150 kg do mecanismo usado no Murciélago, aumentam a rigidez torcional e permitem uma máxima de 350 km/h, igual à do carro fechado. Os inconvenientes são óbvios: mais trabalho para abrir/ fechar, pois o sistema deixou de ser elétrico, e o desaparecimento de boa parte do volume aproveitável do porta-malas, que já era acanhado.

A nova tampa traseira passa a ter duas peças hexagonais de vidro (antes era tudo fechado), de modo que não só o proprietário contemple o belo V12 de 6,5 litros de 700 cv e a suspensão push-rod, vinda da F-1, que associa triângulos duplos de alumínio a conjuntos mola/amortecedor colocados na horizontal. Esses dois vidros estão separados por uma parte longitudinal de carroceria e suas molduras escondem as proteções de cabeça em caso de capotamento, que ficam atrás dos envolventes bancos.

Subimos a porta, de abertura tipo tesoura, e entramos num interior dominado por tons de negro e alumínio, presente principalmente no largo e alto console central, que confere um ar de Guerra nas Estrelas, até pela inclusão do novo quadro de instrumentos digital. Seu layout e cores podem ser configurados pelo motorista, de acordo com seu humor e com o programa de pilotagem selecionado. A excelência dos materiais e dos acabamentos não surpreende, tendo em conta que este é um carro que custa mais que muito apartamento de luxo – acima de 3 milhões de reais no Brasil.

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Um leve toque no botão vermelho no console central e o V12 dá início a uma respiração com uma sonoridade assustadora desde as rotações mais baixas, como que prenunciando o que nos aguarda mais tarde num circuito fechado, que é a única forma de avaliar no limite um supercarro como esse.

O motor já traz os aprimoramentos técnicos que chegaram ao cupê em meados do ano passado, no caso o sistema start-stop e o de desativação dos cilindros, que é controlado eletronicamente e que custa dez vezes menos que o sistema mecânico da Audi, segundo Maurizio Reggiani, o engenheiro-chefe da Lamborghini. Tudo para poder acelerar tanto quanto antes, porém gastando e poluindo menos.

Ao chegarmos ao autódromo de Homestead, nos arredores de Miami, começamos com uma boa dose de cautela no acelerador, até conhecermos melhor o traçado e o próprio caráter desse selvagem touro sobre rodas. Um ligeiro toque na borboleta do lado direito para chamar as marchas mais altas e lá vamos nós para as primeiras duas voltas em ritmo moderado, no modo de condução Strada. Com essa personalidade tranquila, dá até para imaginar uma utilização normal em trânsito urbano, sem chamar muita atenção por seu ronco mais comedido e acelerações mais suaves. Mas sempre é difícil ser discreto quando se está dentro de 4,78 metros de um automóvel de linhas tão sensuais.

Ao selecionar o modo Sport, o segundo na escala Richter desse esportivo, cada troca de marcha tornase mais perceptível e a direção reage mais rapidamente. Após algumas passagens pela reta principal do circuito e em ritmo cada vez mais acelerado, escolhemos o programa Corsa. É aí que o Aventador está no seu habitat, tal como acontece com os melhores superesportivos do mundo, que são tão eficientes quanto mais rápidos forem pilotados. Nessa condição, este Lamborghini é definitivamente um touro para ser domado por motoristas com alma de piloto, que exige doses iguais de perícia e sangue frio.

Atingir velocidades de 300 km/h a céu aberto é uma experiência que quase só pilotos de Fórmula 1 conhecem (e mesmo assim eles levam capacete para reduzir essa sensação do vento no rosto). Mas dentro deste Lambo, em condições controladas, podemos chegar perto de nos sentir na pele de um Felipe Massa. E, mesmo que a coragem não chegue tão rápido e o motorista resolva ficar entre os 120 e os 200 km/h, garanto que vale a viagem. É possível baixar o vidrinho que separa a cabine da tampa traseira sobre o motor, o que vai permitir que as frequên cias sonoras do bombástico V12 levem o dublê de piloto a um nirvana de sensações inebriantes.

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Ao fim do test-drive, fica a confirmação de que o Aventador Spyder é um superesportivo brutal em todos os aspectos: preço (470000 euros na Europa ou 3,1 milhões no Brasil), comportamento e desempenho. E é extasiante sob todos os sentidos: parado, é um deleite para os olhos; andando, oferece uma sinfonia aos ouvidos, a sensação do vento à flor da pele… Não é de dar água na boca?

VEREDICTO

A Lamborghini está de parabéns por manter no Spyder quase o mesmo desempenho e nível de rigidez do cupê – apesar do incômodo de pôr ou retirar a capota manualmente.

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