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Impressões ao Dirigir: novo Toyota Corolla, além das aparências

Por baixo das leves mudanças no design, está a grande novidade do novo Corolla: o ESP finalmente chegou.

Por Vitor Matsubara, da Cidade do Cabo (África do Sul)
Atualizado em 16 mar 2017, 20h31 - Publicado em 14 mar 2017, 12h21
Frente mais agressiva, com novas entradas de ar no para-choques
Frente mais agressiva, com novas entradas de ar no para-choques (Des Kleineibst/Quatro Rodas)

Ser líder não é fácil. De repente você vira o centro das atenções e o exemplo a ser seguido (e derrubado) pela concorrência. Essa é a vida do Corolla nos últimos anos. Assim como em vários países, o sedã faz sucesso no Brasil, onde resiste bravamente à chegada de rivais mais modernos em design e conteúdo.

Disposta a sustentar a posição pelos próximos anos, a Toyota lançará uma reestilização em abril, já como linha 2018. Mas nós não quisemos esperar até lá para conhecê-la melhor, e fomos até a Cidade do Cabo, na África do Sul, experimentar as mudanças.

O facelift reproduzirá as formas do modelo lançado poucos meses atrás em vários mercados, como a África do Sul – onde dirigimos o novo Corolla. Se você não notou muitas diferenças em relação ao carro lançado em 2014, a culpa não é sua: as mudanças foram realmente discretas.

A maioria delas ocorreu na dianteira: os faróis têm novo formato e leds em todas as versões, a grade ficou mais estreita e os para-choques ganharam tomadas de ar mais agressivas, lembrando vagamente o visual do VW Golf GTI.

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Lanternas serão diferentes do modelo africano
Lanternas serão um pouco diferentes do modelo africano (Des Kleineibst/Quatro Rodas)

Atrás, as lanternas possuem uma seção translúcida, sendo que as versões XEi e Altis devem trazer leds. O desenho das rodas também é novo, com conjuntos de 16 polegadas nas versões mais baratas e aro 17 na configuração Altis.

A cabine não traz grandes novidades: as saídas de ar laterais foram trocadas por peças redondas, a qualidade do acabamento evoluiu e o quadro de instrumentos ganhou um visor colorido.

Saídas de ar redondas e relógio digital deslocado para o lado da tela multimídia
Saídas de ar redondas e relógio digital deslocado para o lado da tela multimídia (Des Kleineibst/Quatro Rodas)

Uma novidade que pode pintar no nosso Corolla é a nova central multimídia Toyota Touch 2, uma tela de 7 polegadas sensível ao toque com funções como comandos de voz e informações do trânsito em tempo real. Ainda não foi desta vez, porém, que o sistema terá suporte a Apple CarPlay e Android Auto. E o reloginho digital ainda está lá, mas desceu das entradas de ar para o console central.

Tela colorida no painel de instrumentos é novidade
Tela colorida no painel de instrumentos é novidade (Des Kleineibst/Quatro Rodas)

A notícia mais importante de todas, no entanto, não está no visual, e sim na segurança: o Corolla, enfim, sairá de fábrica com controles de estabilidade (ESP) e de tração em todas as versões, além de sete airbags e assistente de rampas – tudo de série.

O Corolla poderia recuperar ainda mais o tempo perdido se oferecesse outros equipamentos presentes no sedã europeu. Um dos sistemas mais importantes é o alerta de colisão com detecção de pedestres, que emite sinais audiovisuais antes do impacto e aciona os freios para evitar ou minimizar os danos da batida.

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Todas as versões serão equipadas com ESP de série
Todas as versões serão equipadas com ESP de série (Des Kleineibst/Quatro Rodas)

Outros recursos do modelo vendido na Europa são o alerta de mudança de faixa com correção autônoma da direção, faróis com regulagem automática dos fachos de luz (alterando a intensidade de acordo com as condições do ambiente ou se outro carro surgir no sentido oposto) e assistente de leitura de placas. Infelizmente, nenhum deles será vendido aqui nem sequer como opcional.

Uma fonte ligada à fábrica explica a razão de os Corolla vendidos na África e na América do Sul não terem tantas assistências eletrônicas. Segundo ele, o motivo é o mesmo: a dificuldade em achar fornecedores capacitados para produzir os componentes localmente a um custo razoável. Importar as peças deixaria o Corolla ainda mais caro do que já é. Essa razão justifica o fato de apenas o Cruze (que é feito na Argentina) ter esses itens entre os sedãs médios no Brasil.

Versões mais baratas terão novas rodas de liga aro 16
Versões mais baratas terão novas rodas de liga aro 16 (Des Kleineibst/Quatro Rodas)

Por se tratar de uma reestilização de meia-vida, a Toyota não mexeu na mecânica. Sendo assim, permanecem em linha os motores flex 1.8 16V (144 cv e 18,6 mkgf) e 2.0 16V (154 cv e 20,7 mkgf), ambos associados à transmissão continuamente variável (CVT) simulando sete marchas.

Foi o Corolla 1.8 na versão intermediária sul-africana Prestige que dirigimos pelo bairro de Athlone, na região leste de Cidade do Cabo. A ausência da tecnologia flex é a única diferença mecânica em relação ao nosso Corolla GLi, única versão brasileira com as mesmas especificações de motor/câmbio do modelo sul-africano.

Como é de praxe em um Corolla, o conjunto mecânico prima pela sua­vidade em vez da esportividade. O motor 1.8 responde bem, e a caixa CVT atua de forma eficiente, mas sem despertar fortes emoções.

A Toyota fez alterações importantes na suspensão do Corolla africano, que podem ser adotadas no Brasil. Além de novos amortecedores de maior diâmetro, o sedã ganhou buchas adicionais na traseira, que usa o sistema de eixo de torção. As mudanças melhoraram o conforto ao guiar, filtrando melhor as irregularidades do solo e fazendo a carroceria inclinar menos nas curvas.

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A qualidade de montagem também segue o padrão de qualidade aplicado no Brasil (e em várias partes do mundo), com peças simples, mas sem vãos e bem encaixadas.

Na traseira, lanternas translúcidas com leds
Na traseira, lanternas translúcidas com leds serão exclusivas das versões mais caras (Divulgação/Toyota)

Todos contra o líder

Apesar de sutil, a reestilização do Corolla dará fôlego extra ao campeão de vendas dos sedãs médios. Em 2016, ele vendeu mais do que seus sete principais concorrentes juntos: foram 64.738 unidades emplacadas, contra 61.703 veí­culos das marcas rivais, segundo dados da Fenabrave. A má notícia: essa alteração vem acompanhada de um considerável reajuste nos preços.

O carro será oferecido em quatro versões: GLi com motor 1.8 (R$ 90.990), XEi 2.0 (R$ 99.990), a versão esportivada XRS 2.0, que retorna ao mercado (R$ 108.990) e a topo de linha Altis 2.0 (R$ 114.990), todos com câmbio CVT. Isso indica um aumento médio de R$ 3 mil sobre os valores anteriormente aplicados.

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Seja qual for a estratégia, só o tempo dirá se o Corolla seguirá no topo até a chegada da 12ª geração, prevista para 2020. Fontes ligadas à marca dizem que, além de ser todo novo, o carro terá só motores híbridos, inclusive no Brasil. Se isso realmente ocorrer, o adjetivo “novo” fará realmente sentido para o Corolla.

Ficha técnica – Toyota Corolla 1.8 Prestige

  • Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 1.798 cm3, 16V, 140 cv a 6.400 rpm, 17,6 mkgf a 4.000 rpm
  • Câmbio: automático, CVT, tração diant.
  • Suspensão: McPherson(diant.)/ eixo de torção (tras.)
  • Freios: discos vent. (diant.)/sólido (tras.)
  • Direção: elétrica
  • Rodas e pneus: 205/55 R16
  • Dimensões: comp., 462 cm; largura, 177,5 cm; altura, 147,5 cm; entre-eixos, 270 cm; peso, 1.305 kg; tanque, 55 l; porta-malas, 470 l
  • Itens de série: ESP, controle de tração, 5 airbags, ar-condicionado, assistente de partida em rampas
  • Preço: 349.400 rands (R$ 81.515)
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