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Ferrari GTC4Lusso: o melhor dos dois mundos

De um lado, um cupê com cara de perua e espaço para quatro mais bagagem. Do outro, uma fera que vai a 335 km/h

Por Joaquim Oliveira e Thomas Geiger, das Dolomitas (Itália)
Atualizado em 8 Maio 2018, 13h40 - Publicado em 20 out 2016, 13h27
Saem as duas lanternas, entra o visual com quatro
Saem as duas lanternas, entra o visual com quatro (Thomas Geiger/Quatro Rodas)

Os fabricantes de esportivos encontraram nos SUVs uma maneira de ampliar seu público – que sempre foi muito restrito – e aumentar as vendas. Foi assim com a Porsche (Cayenne), a Maserati (Levante), a Bentley (Bentayga) e, dentro de dois anos, a Lamborghini (Urus).

A Ferrari já avisou que nunca entrará nessa onda, mas ela também tem seu ponto fora da curva: a FF, lançada há cinco anos.

Com tração 4×4, espaço para quatro pes­soas, bom porta-malas e muito conforto, o modelo acaba de ganhar uma cara reestilizada e um novo nome: GTC4Lusso.

Perfil "família": 4 lugares e 450 litros de bagagem
Perfil “família”: 4 lugares e 450 litros de bagagem (Thomas Geiger/Quatro Rodas)

Apesar de ser quase o mesmo modelo, os designers italianos explicam que a única peça no exterior que foi mantida da FF foi o para-brisas e que todo o resto foi substituído ou redesenhado. Ainda que o jeitão de perua da carroceria tenha sido mantido.

Por dentro, a reformulação trouxe o novo sistema de som premium com direito a um impressionante monitor central e outro horizontal, fininho, à frente do passageiro, para ele participar da pilotagem – a tela mostra os dados do veículo e os modos de pilotagem.

Por dentro, sofisticação de um GT de luxo
Por dentro, sofisticação de um GT de luxo (Thomas Geiger/Quatro Rodas)
Monitor horizontal exclusivo para o passageiro
Monitor horizontal exclusivo para o passageiro (Thomas Geiger/Quatro Rodas)

O acesso aos assentos traseiros não requer contorcionismo e há espaço generoso para pernas, ombros e cabeça. Se rebatermos os dois bancos, o porta-malas cresce dos já fartos 450 litros para impressionantes 800.

No lugar do motorista, percebe-se logo que não estamos num cockpit de um F-1, mas no interior de um puro GT de luxo, onde o conforto conta muito.

Um toque no botão Start desperta o V12 (que recebeu 20 cv, totalizando 690 cv), mas de um modo mais tranquilo do que na FF.

Sumiu o rugido explosivo que indicava que a fera tinha acabado de despertar – alguns donos achavam isso um tanto espalhafatoso. Agora, ele só grita quando acelerado. Mas quanto ele canta, é música para qualquer amante de carro.

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O motor V12 é o mesmo da FF, mas agora produz 690 cv
O motor V12 é o mesmo da FF, mas agora produz 690 cv (Thomas Geiger/Quatro Rodas)

“O som de um motor aspirado a 8.250 rpm – rotação máxima dessa unidade – é algo incomparável”, diz Vittorio Dini, chefe de motores da Ferrari. “Quando tivermos que fazer algo no futuro para reduzir as emissões, prefiro colocar um sistema elétrico num conjunto híbrido do que adotar um turbo convencional.”

Adaptado às curvas

E esse V12 não é só emoção para os ouvidos. Ao lado do câmbio automatizado de dupla embreagem com sete marchas, ele é o mestre que consegue levar esse superesportivo a 335 km/h, não sem antes passar por uma aceleração de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos (ele ficou 0,3 segundo mais rápido do que na FF).

Manettino no volante seleciona o modo de pilotagem
Manettino no volante seleciona o modo de pilotagem (Thomas Geiger/Quatro Rodas)

A grande novidade técnica (e que causa impacto na pilotagem) é o novo sistema de rodas traseiras direcionais, que o Porsche 911 Turbo e o Série 7 da BMW também usam.

Ele torna o carro mais ágil e preciso em curva numa condução esportiva, além de deixá-lo mais prático na cidade – seu diâmetro de giro reduziu em 1 metro.

Mas é em estradas sinuosas que esse recurso fala alto. Combinada à tração integral e ao sistema de vetorização de torque (que atua sobre a roda externa às curvas para melhorar a capacidade de contorná-las), a tração 4×4 ajuda a colar o cupê no asfalto, permitindo que ele supere qualquer curva com uma rapidez e agi­­lidade quase inverossímil.

Dianteira mantém o sorriso sinistro da FF
Dianteira mantém o sorriso sinistro da FF (Thomas Geiger/Quatro Rodas)

Com as proporções de um Porsche Panamera, a GTC4Lusso tem a graciosidade de movimentos de um Porsche Boxster, mas com o dobro da potência. Tudo se passa com a maior facilidade e a mais desconcertante rapidez, mesmo sob o comando de um motorista comum.

O GTC4 tem uma explosão e agilidade que fazem qualquer um esquecer completamente que está ao volante de um monstro de quase 2 toneladas e 5 metros de comprimento.

Conta-giros entre telas digitais
Conta-giros entre telas digitais (Thomas Geiger/Quatro Rodas)

Não é a primeira vez que dirigimos um superesportivo com um desempenho tão arrebatador, mas não é comum depois de seis horas e de 300 km ao volante, em todo o tipo de estrada, terminar a viagem e sair do carro sem grandes sinais de cansaço, de tão acolhedores que são os bancos, espaçosa é a cabine e relativamente confortável é a suspensão.

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Talvez agora seja mais fácil entender a razão da Ferrari para mudar o nome do carro. Afinal, esse esportivo se mostrou um legítimo Gran Turismo Coupe, com espaço para quatro pessoas e cheio de luxo – ou lusso, como diriam os italianos.

Veredicto

A Lusso consegue aliar a performance estonteante de um superesportivo agressivo com o luxo confortável de um GT estradeiro para 4 pessoas.

Ficha Técnica – Ferrari GTC4Lusso

Motor dianteiro, V12, 48V, 13,5:1; 6.262 cm³; aspirado; 690 cv a 8.000 rpm, 71,1 mkgf a 5.750 rpm
Câmbio automatizado de dupla embreagem, 7 marchas, tração integral
Direção hidráulica
Suspensão triângulos sobrepostos nas 4 rodas
Freios discos ventilados perfurados de cerâmica
Pneus 245/35 ZR20 (diant.) 295/35 ZR20 (tras.)
Dimensões comprimento, 492,2 cm; altura, 138,3 cm; largura, 198 cm; entre-eixos, 299 cm; peso, 1.920 kg
Porta-malas 450 l
Tanque de combustível 91 l
Desempenho 0 a 100 km/h, 3,4 s; velocidade máxima, 335 km/h
Preço 300.000 euros (Espanha)
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