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Supercarro da Mercedes-AMG terá cinco motores e quase 1.000 cv

Um motor V6 de Fórmula 1 e outros quatro elétricos são a base do novo hiperesportivo da AMG

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
30 Maio 2017, 16h29
Hiperesportivo terá, no máximo, 275 unidades produzidas (Divulgação/Mercedes-Benz)

Fabricantes de superesportivos sempre tentam dar a seus clientes a sensação de estar guiando um carro de Fórmula 1. Está aí a origem das borboletas para trocas de marcha no volante. Mas a AMG parece realmente empenhada neste objetivo. Tanto que o Project One, seu novo hiperesportivo, terá o motor dos carros da Fórmula 1 – e mais quatro motores elétricos.

O Projetc One será um cupê de dois lugares com teto rígido. O monocoque é de fibra de carbono, com motor, transmissão e diferencial cumprindo função estrutural, como acontece nos monopostos da F1. A produção será limitada em algo entre 250 e 275 carros, com preço estimado em US$ 2,54 milhões (R$ 8,3 milhões). 

O conjunto mecânico tem conceito de carros de F1 (Divulgação/Mercedes-Benz)

O que a Mercedes-AMG tem para mostrar, por enquanto, é a base mecânica do Project One. Sem dúvidas, é o que há de mais impressionante neste carro.

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O ponto de partida é o motor dos carros de Hamilton e Rosberg na temporada de 2015. Trata-se de um V6 1.6 litro híbrido, com suporte de motor elétrico. Na F1, ele produz cerca de 1.000 cv. Na versão civil, ele terá diversas alterações – té porque seria inconcebível um carro de rua com marcha lenta entre 3.800 e 4.000 rpm, com corte de giro a 13.500 rpm e emissão de poluentes acima da lei.

Motor tem saída de escape central, como nos carros de Fórmula 1 (Divulgação/Mercedes-Benz)

O conjunto ganhou comando de válvulas variável (proibido na F1), coletores de admissão e escape diferentes, válvulas, pistões e virabrequim modificados para uma taxa de compressão mais baixa. Sua montagem não será mecanizada como a dos motores de pista: serão montados por um único técnico, como todo motor de AMG, e com foco na redução de folgas internas. Outra vantagem é não precisar de engenheiros e computadores portáteis para ligar o motor.

A lenta cai para 1.100 rpm, o corte de giro ocorre aos 11.000 rpm (ainda bem alto para um carro de rua) e a potência fica ao redor dos 470 cv. A eficiência térmica, por sua vez, é de 43% – o V8 4.0 turbo do Mercedes-AMG GT atual não consegue mais que 25%.

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Coletor de admissão é de fibra de carbono (Divulgação/Mercedes-Benz)

Some aí os 161 cv do motor elétrico conectado ao virabrequim, que tanto dá impulso extra como gera energia nas desacelerações (como o KERS dos carros da F1). Há um outro motor elétrico de 117 cv conectado ao turbocompressor. Quando o turbo está ativo, sua função é gerar eletricidade através do fluxo dos gases de escape. Com o acelerador aliviado, ele passa a acionar o próprio turbo, eliminando qualquer atraso nas respostas do V6.

A energia gerada na turbina pode ir direto para o motor elétrico do KERS, aumentando o torque diretamente no virabrequim. As sobras iriam para o  conjunto de baterias de íon de lítio de descarga rápida, instaladas no assoalho, entre os bancos e os pedais.

Baterias preenchem o assoalho do esportivo (Divulgação/Mercedes-Benz)

Além de baixar  o centro de gravidade e distribuir melhor o peso com seus 99 kg, elas alimentam outros dois motores elétricos instalados na dianteira, um para cada roda, com transmissão individual. São motores iguais aos do KERS, com 161 cv, mas com carcaça diferente. Além de transformarem o Project One num veículo de tração integral, eles vetorizam o torque de forma a melhorar o comportamento do carro em curvas.

Motores elétricos dianteiros podem vetorizar o torque para cada roda (Divulgação/Mercedes-Benz)

Somando a potência dos quatro motores (sem contar o motor elétrico do turbocompressor), o total chega a 953 cavalos. A transmissão conectada ao motor principal é exatamente a mesma dos carro de Fórmula 1: automatizada de uma só embreagem e com oito marchas. Seu funcionamento é tão agressivo que, em percursos de baixa velocidade, será recomendado andar em modo 100% elétrico, apenas com os motores auxiliares, com autonomia de até 25 km (sem considerar a energia recuperada pelo KERS).

Motor descartável

“O Project One desloca os limites do que é tecnicamente viável”, disse o presidente da AMG Tobias Moers. De fato: mesmo com todo o suporte elétrico, o motor V6 a gasolina não deverá durar mais do que 50.000 km. É muito para um motor de Fórmula 1, que duram em média quatro etapas, mas relativamente pouco para um carro de rua. Para Moers, é o suficiente: “Essa é a vida útil do motor. Depois dos 50.000 km, fazemos alguns retrabalhos, como em um carro de corrida”.

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Conversores transformam os 800V das baterias em 12V (Divulgação/Mercedes-Benz)

Passada a quilometragem limite, o motor deverá ser reconstruído, podendo ser trocado. A AMG não descartou a possibilidade dos clientes comprarem o carro já com um motor sobressalente. 

Suspensão dianteira replica o conceito dos carros de Fórmula 1, e concentra tudo no chassi (Divulgação/Mercedes-Benz)

Como os motores dianteiros ficam no meio do chassi, foi possível reproduzir o sistema de suspensão com braços triangulares e amortecedor inboard compartilhado entre as duas rodas. A aerodinâmica será ativa e terá influência na altura do carro. Assim, será possível obter o melhor dos pneus Michelin Pilot Sport Cup 285/35 R19 na dianteira, desenvolvidos sob encomenda,  e 335/30 R20 na traseira.

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Um amortecedor para as duas rodas e outro para o anti-roll (Divulgação/Mercedes-Benz)

O design do AMG Project One será apresentado no Salão de Frankfurt, em setembro, mas ainda falta muito para o hiperesportivo ficar pronto. Diz Moers que hoje a AMG já tem um conjunto mecânico e uma mula de testes prontos, mas que os testes reais ainda não começaram. Quando os testes estiverem finalizados, o objetivo da AMG será produzir um carro por dia até entregar todos os supostos 275 planejados.

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