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Grandes Brasileiros: Ford Versailles Ghia era um Santana que ia além

Em tempos de Autolatina, a Ford se valeu do VW Santana para ter seu topo-de-linha

Por Fabiano Pereira
Atualizado em 31 dez 2020, 16h28 - Publicado em 20 abr 2017, 20h37
Ausência de grade e coluna "C" mais reta, próprias da Ford
Ausência de grade e coluna “C” mais reta, próprias da Ford (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O segundo fruto da Autolatina, a associação entre Ford e Volkswagen que teve início em 1986, foi lançado em meados de 1990. Primeiro foi o VW Apollo, versão do Ford Verona.

Depois veio o Versailles, que chegou para compensar a lacuna deixada pelo Del Rey no topo da linha Ford. Seu DNA era o mesmo do mais nobre dos VW nacionais, o Santana.

Parecida com a do Ford Taurus americano e a do Scorpio e do Sierra europeus, sua frente não tinha grade. As colunas traseiras apresentavam desenho mais reto que no Santana e eram pintadas de preto na versão Ghia.

Entre as lanternas desta, uma faixa reflexiva dava continuidade às lanternas logo acima da placa. O recorte da traseira era mais reto que no VW.

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Faixa reflexiva unia as duas lanternas no Ghia
Faixa reflexiva unia as duas lanternas no Ghia (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O painel também tinha estilo próprio, que lembrava tanto o do Del Rey quanto o do Escort. A mecânica, no entanto, era a mesma do VW. A versão GL, de entrada, era equipada com motor 1.8.

Já a topo-de-linha Ghia, além de ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e retrovisores elétricos, vinha de série com motor 2.0.

A injeção eletrônica era opcional, assim como o câmbio automático. Mas a paridade técnica com o Santana não impediu que o Ghia se tornasse o nacional mais veloz testado por QUATRO RODAS na edição de julho de 1991.

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A 174,3 km/h, deixou para trás até o celebrado Gol GTi.

Versão Ghia tinha ar-condicionado, direção hidráulica e vidros e travas elétricos
Versão Ghia tinha ar-condicionado, direção hidráulica e vidros e travas elétricos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

No primeiro comparativo, na edição seguinte, enfrentou Santana GLS 2000i e Chevrolet Monza Classic SE MPFI. Os elogios iam para as retomadas e, em especial, para a estabilidade proporcionada pelos amortecedores pressurizados nos dois carros da Autolatina.

Os instrumentos lembravam os do Del Rey
Os instrumentos lembravam os do Del Rey (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Na edição de fevereiro de 1992 era apresentada a aguardada versão Ghia de quatro portas, que trazia ABS opcional a tiracolo. Sem injeção eletrônica, com catalisador, 105 cv e 1300 kg, ele não passou dos 170,8 km/h. Os freios com ABS foram outro ponto positivo.

Não demorou para a linha Versailles ganhar uma perua, a Royale. A exemplo da antiga Belina, essa Quantum da Ford tinha só três portas, o que nunca ocorreu com a perua VW. Portas à parte, os 695 litros de capacidade de carga eram comuns às duas.

Mas foi a versão sedã de quatro portas que bateu a do Santana em um comparativo de modelos Ford e VW em junho de 1992. O fiel da balança foi o menor preço das peças de reposição.

A partir de 1994, os bancos vieram do Escort, um retrocesso
A partir de 1994, os bancos vieram do Escort, um retrocesso (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Repleto de veludo, acabamento do Versailles era melhor que o do Santana
Repleto de veludo, acabamento do Versailles era melhor que o do Santana (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Não foi essa, porém, a razão que levou o engenheiro catarinense Mário Trichês Júnior a adquirir o Versailles Ghia 1993 das fotos. “É a safra de que mais gosto”, diz. “Ela mantém o desenho original, mas já apresenta melhorias como os pára-choques pintados.”

A injeção eletrônica também deixava de ser exclusiva do Ghia. Mesmo sendo fã do modelo, Trichês não faz vista grossa. “A partir de 1994, ele passou a compartilhar os bancos com o Escort, o que foi um grande retrocesso”, afirma.

O engenheiro possui também um exemplar 1996 e pretende adquirir um 1994. “Foi o ano em que o carro ganhou a opção do teto solar”, diz. A chegada do Versailles 1995, com frente, rodas e lanternas novas, coincidiu com a oficialização do fim da Autolatina.

No ano seguinte o modelo saiu de catálogo. O moderno Mondeo, que chegava da Bélgica com motores 1.8 16V de 115 cv e 2.0 16V de 136 cv assumiria o posto de sedã topo de linha da Ford.

“Mecânicos mais experientes dizem até hoje que o Versailles é melhor que o Santana”, afirma Trichês. A julgar pela mecânica que o carro usava, não deixa de ser um elogio para a VW.

Ficha técnica – Ford Versailles Ghia

  • Motor: dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, 1 984 cm³, injeção eletrônica
  • Diâmetro x curso: 82,5 X 92,8 mm
  • Taxa de compressão: 10:1
  • Potência: 125 cv a 5 800 rpm
  • Torque: 19,5 mkgf a 3 000 rpm
  • Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
  • Dimensões: comprimento, 457 cm; largura, 169 cm; altura, 142 cm; entreeixos, 255 cm; Peso: 1162 kg
  • Suspensão: Dianteira: independente, McPherson, braços inferiores triangulares. Traseira: semi-independente, com eixo de torção
  • Freios: disco ventilado na frente e tambor atrás
  • Rodas e pneus: liga leve, pneus 195/60 HR 14

Teste QUATRO RODAS – Julho de 1991

  • Aceleração 0 a 100 km/h: 11,11 s
  • Vel. máxima: 174,3 km/h
  • Frenagem: 80 km/h a 0 28,3 metros
  • Consumo: 8,78 km/l (urbano), 12,96 km/l (estrada, 100 km/h, vazio)
  • Preço (junho de 1991): Cz$ 9.020.000
  • Preço (atualizado IPCA/IBGE): R$ 164.496
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