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Ford Del Rey Scala era perua de luxo criada para exportação

Del Rey Scala tinha novo visual inspirado nas peruas norte-americanas e equipamentos para agradar aos venezuelanos

Por Felipe Bitu
11 ago 2023, 21h00
Ford Del Rey Scala
A grade do Scala foi inspirada na do Landau, de 1976 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A filial brasileira da Ford buscou inspiração em Detroit para desenvolver a refinada Del Rey Scala, em 1983 – os americanos sempre gostaram de peruas luxuosas, donos de vistosas Chrysler Town & Country, Oldsmobile Vista Cruiser e Mercury Colony Park.

Baseada na Belina II (de 1978), era definida por ângulos retos, uma solução que requentava um projeto dos anos 60. Mas era versátil, robusta e econômica, tão prática a ponto de minimizar algumas limitações, como o entre-eixos curto e a estranha suspensão dianteira, que trabalhava apoiada no batente inferior.

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Ford Del Rey Scala
Lanternas maiores e bagageiro no teto ajudavam a diferenciá-la da Belina II (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A Belina II era indiscutivelmente a rainha das peruas nacionais: mais racional que a VW Variant II (com seu ultrapassado motor traseiro) e mais econômica que a Chevrolet Caravan (com motores de baixa potência específica). A coroa, porém, ficou em risco com a recém-chegada Parati, menor e mais ágil.

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Para se manter no trono, a Ford recorreu ao luxuoso sedã Del Rey. Apresentado em 1981, introduziu equipamentos inéditos à categoria, como travas e vidros elétricos, console de teto com relógio digital, luzes de leitura e um painel que trazia até manômetro de pressão do óleo. O ar-condicionado era opcional, mas o acabamento superior estava um degrau acima do conhecido Corcel.

Ford Del Rey Scala
Acabamento requintado era a principal característica dos interiores da Ford (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Inicialmente exportada para o mercado venezuelano, a Scala representou uma importante estratégia para a Ford: deu sobrevida à Belina II, enquanto a perua Escort não chegava ao mercado – a expectativa era de que a familiar chegasse ainda na década de 80, mas a Autolatina (formada em 1986) encerrou esses planos.

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Seus atributos eram suficientemente bons para enfrentar estrelas iminentes, como a Caravan (na versão Diplomata) e a Quantum, que chegariam dois anos depois.

Ford Del Rey Scala
Um painel completo diferenciavam a versão Scala da Belina II (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O resultado era um veículo familiar com a pompa do Del Rey Ouro (top de linha). A Scala estava equipada com grade de frisos verticais, lanternas brancas e repetidores dos piscas sobre os para-lamas. As lanternas traseiras cresciam sobre a tampa do porta-malas (768 litros até o teto), que ganhava carpete e uma cobertura para esconder as malas. Via-se também um bagageiro no teto.

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Ford Del Rey Scala
Repetidores de piscas nos para-lamas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

As belas rodas de 13 polegadas em liga leve utilizava apenas três parafusos e recebiam largos pneus radiais na medida 185/70. Era preciso fazer força nas manobras de estacionamento, pois a Scala não oferecia o conforto da direção hidráulica. Sua estabilidade era apenas razoável: evoluída, a suspensão já não apresentava as oscilações da Belina II, mas continuava macia demais.

O melhor era apreciá-la com calma, pois o motor de quatro cilindros e 1,6 litro rendia parcos 69 cv. Uma das principais novidades do modelo 1984 foi a adoção do motor CHT que impulsionava o Escort: com câmaras de combustão retrabalhadas, a potência saltava para 73 cv. A Scala também ficava mais segura – tinha freios a discos ventilados.

Ford Del Rey Scala
Rodas de liga leve e freios a disco ventilados (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mais aerodinâmico, o modelo 1985 surgiu com nova grade horizontal, faróis e piscas redesenhados e faróis de neblina embutidos. O interior ganhava teto pré-moldado e o banco traseiro recebeu encostos de cabeça e descansa-braço. Até então disponível na versão única Ouro, a Ford Scala passou a oferecer as versões GLX e Ghia, a última com rodas de aro 14 e pneus de perfil baixo.

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A tão desejada direção hidráulica veio apenas no modelo 1986, acompanhada de uma suspensão recalibrada e do motor CHT E-Max, com pistões e virabrequim mais leves e novos anéis para redução do atrito interno. Mas foi o último ano de fabricação da Scala. Com o encerramento da produção do Corcel, voltou a ser chamada de Belina a partir de 1987.

Teste QUATRO RODAS – setembro de 1983

Aceleração de 0 a 100 km/h 16,8 s
Velocidade máxima 148 km/h
Consumo urbano 7 km/l
Consumo rodoviário 11,6 km/l
Preço (agosto de 1983) Cr$ 6.661.934
Preço (atualizado INPC/IBGE) R$ 105.391

Ficha Técnica – Ford Del Rey Scala 1983

Motor longitudinal, 4 cilindros em liha, 1.555 cm3, carburador de corpo simples, 69 cv a 4.800 rpm, 12,4 mkgf a 2.800 rpm
Câmbio manual de cinco marchas, tração dianteira
Dimensões comprimento, 452 cm; largura, 166 cm; altura, 134 cm; entre-eixos, 243 cm; peso, 1.044 kg
Pneus 185/70 R13

 

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